Fantástico Pescador (07-05-2020)

Tylkan é um jovem pescador. Mas não um pescador comum, é um mago. Isso significa que sua vara de pesca é um cajado mágico e seu bote uma nuvenzinha branca.

Seu lugar predileto é a lagoa Gyghas, fica logo ao norte das montanhas do exílio na Baixa Peko. Muito famosa pelas lendas sobre o monstro que lá habita, esta grande porção de água vive cercada por vegetação densa. É verão, portanto ela colore toda margem com um verde tão forte quanto a luz que cintila nas ondas da lagoa espelhando brilho do sol irradiante e ascendente no céu límpido.

A manhã vai ficando mais quente conforme o aproximar do meio dia. Os cursos do vento e da água seguem e vão cantando, ele assobia carregando algumas folhas e ela corre de lá pra cá esculpindo as rochas de calcário espalhadas na superfície da lagoa. É perto delas que insetos e anfíbios gostam de repousar, e noite adentro também as fadas fazem o mesmo. Pousam na água como minúsculas estrelas derramando uma intensa luz rosa na água e tudo que está sobre ela, até desaparecerem na alvorada. Não são todas que chegam lá já que Tylkan prefere passar a noite caçando-as ao invés de dormir e é bom nisto.

Nos finais de semana ele visita a cidade-capital Alka, pra se divertir e encontrar seus amigos numa loja de artigos encantados chamada Chapéu de Mago. No caminho aproveita pra escalar o Pico do Dragão, lá no alto reabastece suas energias e recarrega o estoque de nuvens enfiando-as em potes de vidro, afinal, ainda que encantadas elas não duram pra sempre.

Faz tempo que ele não conjura encantamentos muito complexos, a não ser pra atrair peixes e, as vezes, transformar-se em sapo: o que faz somente quando vê mulheres se aproximando para tomar banho, quando algum jovem aventureiro vem pedir para ser seu discípulo ou quando uma das ninfas de água doce tenta matá-lo afogado.

É perceptível que aventuras não são bem a sua praia, desde a última vez que lutou contra o Rei Vampiro percebeu que elas são mais cansativas e desconfortáveis do que legais.