O que virá depois da juventude

O que realmente importou?

Era década dos anos 70.

A idade não era nenhum problema.

Jovem demais!

Imaturo!

Dependentes!

Talvez dezoito ou vinte anos.

Plena adolescência!

Morando com os pais.

Roupas lavadas.

Comidinha diariamente feita pela mãe.

Nunca pagara aluguel.

Ou outras despesas.

Mas, as coisas iriam mudar.

Para isso as escolhas tinham que ser bem pensadas.

Essa questão de escolha poderia definir o futuro.

Fato é que dependendo da atual situação as escolhas poderiam até serem as mais certas.

Ou mesmo poderiam não ter sido as melhores.

Porém, não significava que seriam permanentes.

Mas, de certo modo era uma forma de vislumbrar algum horizonte lá na frente.

Todos acertaram nas escolhas?

É preciso ter a noção do que é a escolha certa ou errada.

Nem todos tem essa noção ou melhor nem todos param pra pensar e analisar os prós e os contras que poderão surgir.

O emprego certo.

A carreira a seguir mais promissora.

A faculdade e o curso mais desejado.

O namoro ou não.

Os passeios ou não.

As baladas e as noitadas.

A vida com os pais até quando.

E por aí vai as escolhas a serem tomadas.

Ela representava naquela época uma nova faixa social, que surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças e adolescentes desabrochando, em corpos adultos, que não sabiam até então, para onde ir ou ainda como se vestir, como se cuidar ou ainda onde e como trabalhar.

Este novo grupo humano hoje tem cerca de sessenta, setenta ou quem sabe oitenta anos.

Com certeza levaram uma vida razoavelmente dentro daquele cenário que fora vivenciado e sempre na proteção, no apego e na tutela da família.

Hoje são homens e mulheres independentes que estudaram e trabalharam duro durante muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que se deu por décadas ao conceito da necessidade do trabalho e do estudo.

Não podemos esquecer que na década de 70 era o "Período Militar" que ditava as normas Políticas por aqui.

Porém, há que se afirmar, que tinha empregos e as exigências para tal eram flexíveis e grande era a procura pelos bancos, fábricas, indústrias.

Agora longe dos tristes escritórios ou de uma fábrica ou mesmo de uma indústria muitos deles procuraram e encontraram, há muito tempo, a atividade que mais gostavam e na qual ganharam a vida ou mesmo ainda continuam ganhando a vida.

É muito provável que as escolhas, de certo modo, favoreceram.

Supostamente é por isso que eles se sentem plenos e alguns ainda nem sonham em se aposentar.

E aqueles que já se aposentaram desfrutam plenamente de seus dias, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente.

Desfrutam do tempo livre, porque depois de muitos anos de trabalho, de criação dos filhos, dos netos, dos bisnetos e de muitas carências, esforços e eventos fortuitos, acima de tudo ainda vale a pena contemplar o mar, a serra e o céu.

É isto que realmente importa.

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 17/10/2022
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