As diversas vidas de Luk o século XX até que não era tão mal

____Professor Lampyride, o senhor acredita mesmo nisto? Acredita que um dia as mulheres poderão administrar grandes coorporações? O senhor acredita mesmo que tenhamos todas estas habilidades?

O coração de Luk fervia de emoção, pois de imediato pensara Iniraca, na sua ingenuidade sapiente, mas também por ver aquela linda moça, ter o coração carregado de dúvidas se em algum momento da história da humanidade a mulher teria os mesmos direitos que os homens a ponto de sobrepuja-los profissionalmte. E Luk, sendo de três séculos a frente sabia que sim, mas não podia contar a ninguém.

___Srta. Clarice, sei que o mundo qual vive indica que nada será diferente, que as instâncias de poder ficarão nas mãos sempre das mesmas dinastias. "Que é necessário que tudo mude, para que tudo permaneça no mesmo lugar" parece ser a frase apropriada. Mas me acredite, um dia as mulheres serão chefes de estado e ocuparão posições administrativas que ainda sequer foram criadas. Que.... - O coração do professor Lampyride quase parou, olhando fixamente um vulto togado, o rosto coberto pelas sombras, com as mãos juntas à altura do peito, com os dedos indicadores apontanto em sua direção.

___ Não consigo acreditar nisto, ouviu professor Lampyride? Professor Lampyride? - Lampyride, ou Luk, voltou a si e quando foi dar uma ultima olhadelha no vulto ele desaparecera.

____ Pois não Senhorita Celly, repita sua pergunta por gentileza?

____ Eu não consigo acreditar que um dia as mulheres terão tantos direitos assim. Eu nem sei se eu quero tantos direitos assim. Acho que se eu achar um bom marido fico satisfeita.

___ Srta. Celly, uma fruta, ainda que tenha servido de alimento aos animais noturnos, não está condenada, pois carrega dentro dela uma semente, porque pode germinar e dar cem frutos.

____ Professooorr, eu não sou fruta não, que comparação despropositada a do senhor.

____ Minha cara srta Celly, ainda que não acredite no poder que as mulheres têm, você deve defender seus direitos, por você, por suas irmas, tias, primas, sobrinhas e filhas. Por mais que não queira se associar a alguma organização de protesto, viva sua vida defendendo seus direitos.

Ao soar do sino, que emitia doze badadalas, as estudantes se dirigiam ao refeitório para o almoço. Luk, tinha a intenção de almoçar no internato, teve que mudar de planos devido a sua visão, vislumbre, ou revelação, na última aula, assim precisava ver um dos pouquíssimos amigos que conseguira fazer nos últimos nove meses, que estava vivendo ali em pleno século XX.

Ao chegar a porta do local estremeceu, um cala frio perpassou por toda sua coluna. Não pelo lugar em si, mas pelo ato de rebeldia que estava cometendo. A Igreja de São José Operário estava fechada, porém Luk, sabia que o Padre morava nos fundos da Igreja, como era de costume no ínico do século XX. Ao chegar a porta de madeira, deu três batidas e imediatamente escutou ruídos do lado de dentro.

___ Quem está aí? Na hora do almoço? - Pe Geovane, abria a porta com a cara séria, tantando fazê-la o mais carrancuda possível. Contudo ao ver Luk, abriu um grande sorriso.

___ Será que eu posso incomodar vossa senhoria um segundo?

___ Pare com isto Luk, me chame de Padre Geovane, já está bem. - Disse abraçando o homem - Vamos entrar para almoçar.

___ Padre, preciso conversar mesmo, o senhor está sozinho? - Pe. Geovane percebeu pela pergunta de Luk que o assunto era sério.

___ Vamos entre, estou sozinho.

Sentaram-se à mesa na coberta ao fundo da casa, Pe. Geovane ouviu Luk com a máxima atenção, interrompendo apenas para entener detalhes. Achava incrível a confiança que Luk lhe depositara e era grato a Deus por ter tido a oportunidade de estar naquela situação de conhecer alguém que realmente viera do futuro e estava preso no passado, que no caso do Pe, Geovane era o seu presente.

___ Bom meu caro Luk - Pe. Geovane falou pausadamente - acredito que este ser que lhe apareceu, foi com intuito de lhe alertar, de lhe lembrar de quais são os limites das informações que você pode nos fornecer.

___ Padre, estou receoso de que este ser esteja aparecendo depois que eu lhe contei minha história. Preciso muito ter cuidado.

____ Bom, ainda não podemos afirmar nada, apenas o que você já sabe, não pode contar nada do futuro a ninguém. Uma prisão sem muros. Sua cruz não é facil meu jovem. Sei que você não me contou toda história, mas isto independe, pois vejo em você uma vontade de melhorar.

___ Bom Padre, não sei se da tempo de melhorar, mas de fazer a coisa certa sempre tem-se tempo.

Luk voltou a internato para mais duas aulas a tarde e enfim poderia ir para sua minúscula casa, que naquela era, era chamada de Barracão.