Cavalo de Pau

 

Nasci subindo e descendo ladeiras na cidade do carnaval

com capa, luvas e máscaras pretas, galopei no meu cavalo de pau,

logo aprendi a erguer a espada do bem contra o mal...

 

Sobre o meu carrinho de rolimã transportei a minha ingênua imaginação,

os meus sonhos ficavam espalhados pelo chão, que nem translúcidas bolas de gude,

sedento, eu mergulhava e bebia das águas suja de quaisquer açude...

 

Não sentia falta de nada, os amigos não eram muitos, mas amiúde, 

e sob a expansão do meu pulmão, pela pulsão do meu coração, a saúde,

nutri-me de bertalha, de mamão verde, e desbravei matas nas latitudes...

 

As minhas letras eram como bolas de gude, ora suaves e doces, ora eram rudes,

e antes que eu morra, perca o costume, e dos poemas me descuide, que tudo mude,

pois ainda quero a felicidade, o amor, o bem e a viirtude!

 

Humberto de Campos

      Escritor e Poeta

@humbertodecampos11