DA MÃO SOLITÁRIA DA QUAL NÃO FALEI (BVIW)

                                         

Eram  manetas e depois que descobriram que os seus defeitos eram iguais, nada mais tinham a dizer um ao outro.   A porta da geladeira passou a servir de porta-voz. Dito isto, já que não tenho  ninguém por perto para eu contar um conto, parto para as minhas elucubrações, jogo pra cima e mando vê!

Dito isto, vamos nós: Confesso que tenho cá as minhas ideias anarquistas, mas responsáveis, levando-se em consideração os princípios doutrinais poéticos, sociais e culturais. Este pensamento me leva a primeira fase do Modernismo brasileiro e algumas de suas conquistas, entre elas a liberdade de expressão, coloquialismo e cotidianismos (esta última dando margem a criação do gênero crônica, tão de nosso gosto.). Quanto a liberdade de expressão significou no triunfo de uma concepção inteiramente libertária da criação artística, permitindo que o artista em todas as suas formas, não precisasse se guiar por outras leis que não a própria interioridade e de seu próprio arbítrio, é como se o pintor passasse a não pintar o real, mas sim  a sua interpretação do real., (Picasso que o diga) No campo da literatura quem externou através de um manifesto essa nova postura, foi Manuel Bandeira, com a sua “Poética”, onde assim se expressou:

Assim, graças  ao Modernismo o cotidiano teve a sua valorização, a arte sofre uma abertura, deixando de ter vez apenas "assuntos sublimes no mundo literário, o artista descobre o folclórico, o popular, o prosaico e toma consciência de que todos os objetos  podem se tornar literários.

 

 

 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 17/04/2024
Reeditado em 17/04/2024
Código do texto: T8043698
Classificação de conteúdo: seguro