Aconteceu de novo

Guilherme só queria atenção e um pouco mais de excitação naquela vida pacata que escolheu ter desde que uma louca paixão o deixara com as malas nas mãos num corredor de aeroporto.

Esse passado deixara muitas marcas em sua alma. Terreno às vezes difícil de decifrar na masculinidade humana.

Mas Guilherme sentia enorme vontade de desabrochar para o amor novamente e saiu em busca de algo que trouxesse animação para atual vida solitária.

Quando entrou naquele ambiente percebeu vários rostos e formas femininas interessantes. Mas uma em especial chamou muito a sua atenção.

Ela tinha leveza no andar, um sorriso calmo, gestos espontâneos e o olhar... O olhar cheio de vida.

Guilherme um homem terra, virginiano, de jeito extrovertido, anseia por envolvimento sentimental.

Vê no olhar azul céu de Ana Lira o despertar de seus interesses mais íntimos. Aqueles não pronunciados e escondidos a sete chaves.

Ele teve vontade de ir até ela, de ouvir o som de suas palavras, de sentir seu perfume, de conhecer suas idéias.

Impossível não perceber essa energia...

Ana Lira, sagitariana atraente, olha para ele e solta um sorriso branco, largo e natural.

Guilherme entende que chegou o momento de deixar o novo invadir todos os seus poros masculinos. Saborear novas sensações.

Corajoso vai até Ana Lira e diz calmamente:

Teus olhos me chamaram até aqui.

Ela responde com seu sorriso espontâneo: Eu sei.

Eles procuram por ti há algum tempo. Que bom que você veio.

A emoção contida até então mudou de freqüência. Eles sentiram o tradicional frio nas mãos. E não fizeram questão nenhuma de disfarçar ou de frear essa sensação boa e gostosa.

Entregaram-se simplesmente ao momento presente. Completamente desembaraçados saíram dali, para beber algo, para conversar a sós, a dois. Se permitirem conhecer um ao outro. Promoveram o novo, de novo, em suas vidas.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 18/04/2008
Reeditado em 18/04/2008
Código do texto: T951372