Maria Cândida

A noite é de verão. Caminho pela praia nesta noite de sábado, do mês de setembro. Uma noite clara, como todas de verão, fria, porém. Lembro de Adelaide, de Quitéria, de Salete, de Roberta, de Joana, de ... de Maria Tereza. Ai! Maria Cândida. Se olho para o céu, quantas estrelas; parecem até que são minhas. E ali vejo: Adelaide, Quitéria, Salete, Roberta, Joana, ... Mas porque Maria Cândida não está? Talvês porque não possa ser minha como as outras estrelas.

Não. Ela não estar lá, ela realmente partiu. E ao procurá-la no firmamento, sem sucesso, sinto uma lágrima cair sobre meu peito ofegante. É uma lágrima de saudade, saudade de Maria Cândida.

No mar, uma onda de desprende da amplidão profunda e parece vir ao meu encalço vestida de branco. Faz-me lembrar a sensação que tenho de minha alma fugir do meu corpo e num vôo de andorinha ir em busca de Maria Cândida. Geralmente sem sucesso. Maria Cândida não vai aparecer. Estaria morta? Não. Não existe Maria Cândida.

Apenas nos meus sonhos, nos meus pensamentos, nas minhas alucinações. Como agora, que essa bruma soprada pelo mar bate no meu rosto e sinto o gosto do néctar dos lábios de Maria Cândida.

limavitoria
Enviado por limavitoria em 10/05/2008
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