O Último Humano Encontrado

Era chegada a hora. Escondera-se por muito tempo. O capacete raiado bloqueava o sinal do localizador humano em seu cérebro. Muitas desculpas, contudo poucas convincentes. O porquê do capacete sempre fora uma incógnita para os outros seres. O cerco estava se fechando. Havia protelado por setenta siliens de anos-luz.

Mas há dez, havia realmente tomado a decisão. Orgbus precisava acabar com o último ser daquela espécie. Tudo bem que aquele ser fora uma mutação genética. Uma mutação entre a raça humana e raças mais desenvolvidos. Mas antes de os superiores agirem, ele era puramente humano. Fora uma tentativa dos superiores de inserir novos povos naquele povo perfeito. Os superiores eram os cientistas de desenvolvimento de espécies e atuavam às escondidas.

Orgbus posicionara o corpo do ser sobre uma placa e apertara ON fazendo, assim, a máquina de desmolecularização funcionar. Ela zumbiu e fez tremer um pouco o metal zandorf, o único que suportava aquele procedimento e poderia concluí-lo com êxito. Ele coligira pedaços do metal nos últimos dez siliens de anos-luz.

Agora os pedaços formavam a placa extremamente fina a qual ele estava deitado. Em menos de um mini-clico de siliens aquele ser desaparecera na luz que enrugava bizarramente o ambiente. Antes tirara seu capacete. E imediatamente no SCRI - Setor de Capturas de Raças Inferiores - um radar em onze dimensões acusara o encontro de um novo humano. Na verdade era o último humano ainda vivo. Orgbus, que um dia chamara-se Antônio, agora não existia mais. Da mesma forma que a raça humana e o sinal no radar em onze dimensões localizado no SCRI.