A do aramassã, capítulo 2: Vogons

Capítulo II - Vogos

O guia do mochileiro da Galaxia descreve os Vogons como, não necessariamente mals, contudo, são mal humorados, egoístas, rancinzas e burocráticos. Para salvarem a própria avó de ser devorada por uma fera voraz de Trall, eles precisariam preencher um formulários em três vias, não cabonadas, uma via para arquivar, uma via para o governo e uma via para ser perdida, encontrada, enterrada sobre uma tonelada de turfa depois de três semanas para finalmente ser queimada por que ninguém mais se lembra do que se trata aquele formulário. Ou isso, ou diz algo muito parecido com isso a respeito deste povo, os Vogons.

Vodiniak Pontrax não era um vogon típico, isto é, ele tinha o corpazil de uma coxinha, com braços e pernas muito finos que se estiam bem pouco do largo corpo e a cabeçorra imensa e quase totalmente careca. Vestia-se mal e era tão mal poeta como gostava de escrever poemas, tudos os itens bastante comuns ao seu gênero, contudo, a diferença de Vodiniak Pontrax estava em um sentimento tão mal interpretado e vergonhoso não apenas para ele, mas dígno de questionar a educação que todas as gerações antepassadas lhe deram, ele tinha compaixão. Era esquisita, indireta, sutil e, por vezes, mal interpretada através de seus gestos, mas ele tinha compaixão.

Seu pai, um importante construtor civil de rodovias inter-espaciais nem desconfiava deste sentimento de seu filho, e se ele o soubesse, ele jogaria o próprio filho à uma fera voraz de Tral. Contudo, seu pai não o sabia, e não por que isso fosse um sentimento muito escondido ou coisa que o valha, mas por que ele não via a própria prole a meses, desde o dia que começou a trabalhar num atalha que precisava ser feito pelo espaço e insistia em esbarrar um problema de cálculos. Havia um planeta quase no caminho da rodovia. Quase. Seria possível manter o atalho se os moradores deste planeta não se importassem em viver em uma nova superfície planetária. A mudança não era tão grande, do ponto de vista desse engenheiro, claro. Bastava alterar a forma eólida do mesmo para uma forma muito semelhante a uma maça comida.

Ludico Luvis era seu nome, o que nos leva a outra observação sobre este povo absolutamente inóculo no universo: sua paixão por aliteração na hora de dar nomes aos decendentes. Mas além desse detalhe eu ia dizer que Ludico Luvis estava bastante chateado com os resultados e a conclusão que ele chegava ao obstáculo que era aquele planeta quase no caminho. Ele, desde o começo do projeto, desde o momento em que ouviu falar deste projeto e largou um emprego no governo muito melhor renumerado para ganhar quase a metade neste emprego na iniciativa privada: ele queria que o cálculos fizessem a rota planetária coincidissem precisamente com a rota planetária, para que o planeta tivesse que ser romovido, demolido por completo.

Apesar de fazer a rota passar pelo planeta obrigar a uma construção de uma alça de acesso dez vezes maior que o caminho original que a mesma alça pretendia servir de atalho, por fim Ludico Luvis deu de ombros, numa bela tarde de terça feira, bastante cançado de tanto pensar, decidiu que a alça passaria pelo centro exato do planeta, determinou através de apenas 334 formulários diferentes (não carbonados) que o planeja fosse então demolido e foi para casa, no caminho da qual, morreu de causas naturais (ser deglutido por uma fera voraz de tral era considerada uma causa natural no planeta dos Vogons, ou Vogonsphera).

Seu filho então, Vodiniak Pontrax, aquele ser quase sensível do começo do capítulo, numa tarde de excursão escolar pela prefeitura, mais especificamente, passando pela sala de projetos futuros da administração passada, o que consistia em obras a serem realizadas nesta administração, ele viu o atalho inter-estelar, que cruzava precisamente com um planeta das zonas plurais, nas regiões mais bregas de todo o universo, e seu pequeno e negro coração pulso, um único pulso mal batido, em caridade aos moradores daquele planeta. Foi quando ele decidiu que aquele povo merecia ser avisado.

Continua...

Emanuel Campos
Enviado por Emanuel Campos em 11/12/2006
Código do texto: T315297