Ancã - Os predadores da Cria da Morte.

O furgão negro parou em frente a agencia do Banco Futura, uma agencia bancária muito valorizada dês de seu nascimento há três anos, sendo a única rival capaz de chegar aos pés do Banco Metrópoles. As portas traseiras do grande veículo se abriram. Os faróis foram apagados e no mesmo instante a iluminação dos quarteirões visinhos também. Homens desciam do veículo, aparentemente oito da parte traseira. O carona pisou no chão e fechou sua porta. Ajeitou o óculo negro, passou a mão sobre o cavanhaque, soltou um saudável sorriso subindo as escadarias que dão para as portas de vidro. Apertou um botão na armação do óculo, sua lente ficou verde. O fazendo ver tudo esverdeadamente, mas claro. Chegou até seus homens, eles tinham colocado um cortador de vidro numa das portas. Olhou para outro que com um lap-top checava o mapa do banco e a localização dos guardas. O funcionário estava sentado na escada com o micro no colo. Acocorou ao seu lado observando.

- Honom, tem três guardas na sala de vigia, dois pelos corredores dos fundos. Os outros dois que ficam na entrada, então aqui.

O funcionário levou o mouse até o dois pontos vermelhos. Um fundo negro com traços coloridos era a que o programa de construção em 3D o mostrava, uma evolução no ramo de engenharia civil.

- Temos dez para entrar e atacar os três na vigia, daí seremos cinco contra dois, os alarmes estão desligados, mas injetei um software para emular o sistema, para eles o alarme está ativo e operante. Os da entrada, voltaram para seu turno em vinte minutos. – O funcionário liberou um sorriso de “ótimo trabalho”. Mas Honom apenas o encarou e levantou, vendo outro de seus homens vir até ele, olhou para a porta de vidro que tinha agora um buraco redondo tendo um homem negro passando por ela.

- Chefe! Precisamos entrar agora.

- Ainda tem uma coisa. O campo de força.

- Já está inativo Honom – Respondeu o funcionário fechando o lap-top já de pé.

- Então? – Perguntou o homem a sua frente.

- Vamos fazer o trabalho e cair fora, antes que a policia de as caras.

O homem a sua frente foi até os companheiros passando a posição para prosseguir.

- Alguma coisa está te preocupando?

- Nada Chip, nada.

O responsável por desabilitar os sistemas desce as escadas entrando pela porta traseira do veiculo negro.

Honom puxou a pistola negra na cintura. Todos os homens vestiam coletes, com rádios colados do lado direito do peito. Duas pistolas com quatro cartuchos. Uma faça e apetrechos tecnológicos, como óculos de visão noturna, explosivos e bombas de fumaça. Tinha dez homens na missão. Magali ficava no volante, dentro do furgão. Chip tinha que manter os sistemas sobre nosso controle e os manter incógnitas. Tinham que fazer o serviço e vazar. O toque de recolher já tinha ocorria há seis horas atrás, tinham mais quatro horas antes do toque acabar. O tempo não era problema, não demorariam mais de uma hora. Mas o que o deixava aflito de os olhos das sombras? As criaturas, o motivo dos humanos criarem casas reforçadas, com campos de forças. Todas as luzes dos postes são néons para assim refletir iluminando o chão pintado com tintas especiais. Sem alguma daquelas coisas começar a andar pelas ruas, serão detectada facilmente. Basta ai então, ligar para o Serviço de Crias e pronto, fim de papo. Mas eles não estão ali, para um motivo legal, Honom foi pago para roubar o Banco Futura. Seu chefe, o dono do Banco Metrópoles, está perdendo dinheiro com esse riquinho do BF, e como o governo está protegendo, apoiando Jonas Silvo, o presidente do Banco Futura, eles foram mandados para dar uma mão para falência.

Todinho e Sarapó chegaram perto do chefe. Um baixinho gordinho com um rifle com mira telescópica nas costas, acompanhado do negão alto, musculoso com um lança foguetes apoiado no ombro.

- Ai chefe, deixa que do rabo nois cuida – Disse Sarapó.

- È, patrão, se os polica pinta no espelho, foguete nele – Foi á vez de Todinho se dirigir a palavra para Honom que apenas deu as costas apertando um microfone em seu ouvindo ativando o canal de comunicação.

- Rojão.

- Fala chefe! – Respondeu a voz metálica.

- Como está a missão.

- Filé. Três brotos no chão, o Mantega levou um tiro de raspão, mas já chega ai com o Milhão. Eu e o resto vamos agora pegar os dois broto faltante.

- Beleza.

Honom entrou no furgão pela porta traseira. Deu de cara com o hacker jovem de dezoito anos preso por roubo internacional e mau uso da rede de dados. O jovem foi condenado á morte, mas salvo por ele, que precisava de um bom piloto de dados digitais.

- Chip, quero informações.

Honom senta ao lado do jovem.

- Tenho sim, Honom. Os dois guardas vão voltar em cinco minutos. A sala de vigia está protegida por XF89. E os dois do fundo, onde vamos ter acesso ao cofre, acabaram de ser abatido. Assumi o controle dessa belezinha que serve como vigilante.

- Bom...

Chip abriu uma janela e a visão da sala de vigia apareceu nela.

- Essa aqui é a visão do robô. Já chequei o armamento dele, se acaso precisar, essa belezinha vai fazer um trabalho legal.

- Posso fechar? – Perguntou Sarapó a frente do furgão. Após receber um “sim” do manda chuva, fechou as portas. Travou-a caminhando até seu parceiro de vigia.

Duas motos largas e potentes corriam pelas ruas da cidade em alta velocidade, as duas belezinhas eram iguais, contendo 1204 Cilindradas e sistemas de freios com tração, aprimorada para fazer barulho. Os manobristas dos veículos estavam colados no próprio, corriam em alta velocidade fazendo os motores roncarem alto e raivosamente. O de capacete preto tomou a frente adentrando numa grande rua de quatro faixas. Girou a manopla aumentando o ronco e a velocidade. Olhou pelo retrovisor vendo o parceiro de capacete azul se afastar, girou mais uma vez a manopla e furou o sinal. Por causa do toque de recolher não se preocupavam com os sinais de trânsitos nem com os bostinha dos pardais sensórias, ou as câmeras de vigilância. As duas motos chegaram a ficar lado a lado. Ambos os motorista se olharam atravéz do visor negro. O de azul mirou sua visão na pista empinando a moto. O de preto acompanhou o amigo. Assim os dois deixaram meio kilometro para trás, pegando a Paraná sentido centro deixando a larga Colombo abandonada. Os motoqueiros se divertiam, tentando fazer suas motos voarem baixo, dando-lhes adrenaliza nas veias. Viraram para direita na Brasil. A dupla veloz voltou a pisar fundo. Quando chegaram no primeiro redondo cada um pegou um lado o contornando. O de capacete negro chegou primeiro prosseguindo na disputa. Em quando seu oponente derrapava sua moto postando um pé no chão. O homem encarou o painel de luzes azuis observando um led azulado oscilar. Apertou o botão e retirou o capacete.

- O que foi? – Veio á voz de comunicação implantado no veiculo.

- Recebi um alerta.

- Que tipo de alerta?

- Ainda não chequei – O homem posta seu capacete azul sobre o guidão esquerdo e retira sua mochila negra das costa colocando a sua frente. Abri os zíperes retirando um lap-top. Deixou a mochila no chão e abriu o computador. Uma tela preta apareceu e leds acenderam iluminando a parte do teclado e dos botões funcionais. Uma sigla SUR escrita numa fonte estranha apareceu para depois uma tela preta no meio surgiu. O homem de cabelos negros curtos, barba recém nascida abaixou retirando de um dos bolsos laterais da mochila seu óculos de lente transparente. Digitou rapidamente letras e um corredor de palavras passou pela janela negra, o homem começou então e lê-las atenciosamente sorrindo ao terminar.

- Oezo, pode para de reclamar.

Um silencio. O homem olhou para o botão e apertou.

- Ta me ouvindo! – Disse aumentando sua voz.

- To! Não precisa grita, poxa!

- Nem gritei.

- Fala ai qual é o crime?

- Na verdade, é um alerta.

- ... – Se ele pode-se ver a cara do amigo, presenciaria uma expressão de reprovação.

- Recebi a informação de Elhan, pelo que consta no relatório, algo estranho esta acontecendo nesse exato momento... No Maringá Velho, quatro quarteirões inteiros estão na escuridão, os responsáveis pelas câmeras das centrais não advertiram nada de anormal e a escuridão não foi notada por ninguém. Estranho?

- O que tem de bom nessa região?

- E ai que nossa querida amiga nos chamou. O Banco...

Antes que ele termina-se a voz metálica tomou sua frente.

- Futura! Eles estão roubando o banco novamente.

- Parece que sim.

- Beleza então.

- Beleza então?

- É. Vamos agir Bum.

Bum balançou a cabeça pensativo, por que não um pouco de emoção. Os caras eram bons, pois tinham enganado de alguma forma as centrais. O que intrigava os neurônios do gênio da equipe, era, como tinham tomado o controle da central responsável por aquele lugar? Ou algum software jogava imagens falsas nas câmeras, fazendo os vigias verem gravações. Bum sorriu. È, um pouco de ação para fechar a noite.

- Vamos Arder em Chamas – Bravou Bum fazendo seus olhos negros virarem duas bolas de fogo azuladas. Quando abaixou a cabeça para mirar-se a visão na tela de plasma seus olhos voltaram ao normal.

Oezo estava parado no meio da rua, olhando para o semáforo. Levantou o visor negro, deixando seus olhos verdes apreciar a noite estrelada. Não podia subir a lombada para o próximo redondo que dava a frente, de onde após vinha a agencia bancária atacada. Retirou o capacete negro. Passou a mão sobre o cavanhaque preto emendado com um bigode, uma briga que vem sendo vencida contra o barbeador. Olhou para o painel da sua belezura e apertou o botão oscilante azul.

- Fala Bum.

- Não consigo ter visão com o satélite da SUR, por causa das fracas luzes... Espera, consegui he he he.

Oezo sério se agitou na moto mantendo silencio.

- Bem, temos um furgão negro, com dois homens conversando alegres nas escadarias. Um negão segundo um lança foguete e outro com um tipo de fuzil.

- Pronto? – Perguntou sério.

- Pronto.

- Já vi que a parada é das boas. Então vamos Arder em chamas.

Oezo pisou na embreagem girando a manopla em seguida, o motor roncou como sempre. Deu meio circulo pegando a Paranavaí. Três minutos depois estava na rua oposta da dos bandidos. Retirou o capacete, postando no guidão. Desceu do veiculo sacudindo o sobretudo vermelho escuro. Seus cachos caídos despencaram para frente, prendeu o cabelo deixando um grande cacho cair sobre o rosto. Retirou do coldre uma Glock 18 e apreciou bem a arma, a olhou bem. Ativou o seletor do lado direito do ferrolho deixando a arma na semi-automatica. Guardou-a no seu lugar, começou a caminhar retirando do outro lado uma Desert Eagle 50AE. Chegou á esquina. Encostou na parede movendo lentamente a cabeça podendo ver um pedaço do furgão negro de portas fechadas. Da traseira do veiculo, saia uma fraca luz, indicando haver gente lá. Quando Oezo iria dar o primeiro passo, sentiu uma massagem na lateral da barriga, recuando rapidamente dando as costas a parede, respirou rapidamente tentando recuperar o fôlego do susto. Levantou a camisa sem manga, apertando o botão e levou uma esfera prateada com um led branco na borda ao ouvindo, o encaixando, apertou o centro do radio compacto.

- Oezo? – Veio á voz de seu amigo Bum.

- Quer me matar... do cora... cão – Disse ele com a voz entrecortada pela respiração desregulada.

- Temos um probleminha.

Oezo respirou calmamente olhando para o céu negro até dar a resposta para o amigo continuar.

- Mete bronca.

- Duas viaturas da policias estão indo para ai.

- Qual o cardápio?

Bum encaixou os dedos das mãos e os estralou. Sorrindo como uma criança antes de brincar com seu joguinho novo. Ele começou a digitar abrindo mais três janelas pretas, com letras escritas de verde.

- Na primeira opção, temos pneus furados. Na segunda, controle remoto e o especial do dia.

- Me manda o especial – Respondeu Oezo indignado por saber o motivo da ligação.

- Opa, é pra já. Saindo o especial do dia.

Antonês estava sobre o asfalto de Maringá Velho, seu parceiro Thomi tomava café para se manter acordado, tinham algumas poucas horas de serviço, o perigo parecia não o incomodar naquela noite. Seus oitos anos de policial o deixavam preparado para o pior, para o tenebroso confronto com as cria da morte. O radio da policia estava silencioso demais. Thomi encostou sua cabeça na poltrona fechando os olhos. Antonês balançou a cabeça em negativa, o carro andava em quarenta por hora. Não tinha motivo para correr. Parou no semáforo mesmo esse estando verde. Com a bruta freada o parceiro não abriu os olhos, o solavanco não fez perder o sono. Sorriu, como aquele moleque tinha sono pesado, ta louco. Fez o veiculo mover quando o som ligou sozinho. Percebeu o amigo murmurar incomodado pelo auto volume. Tentou abaixar, mas o botão parecia não surtir atividade. Apertou outros, só que nada aconteceu. Droga! Parou o carro. Thomi irritado pelo barulho abriu os olhos.

- Já acordei Tonês, agora desliga isso!

- To tentando, mas num quer não.

O som aumentou ainda mais, incomodando os ouvidos dos policias, que para se comunicarem tinham de gritar.

- Desliga logo!

- To tentando, mas não consigo! – Antonês nunca tinha visto um radio ligar sozinho, mas o pior era que não conseguia desligar. Tinha apertado todos os botões e nada, nenhuma mudança. Sua profecia sobre o próximo acontecimento aconteceu. O painel fez todas as luzes mudarem de cor, de roxo para vermelho piscando duas vezes.

- SISTEMAS TRAVADOS! SISTEMAS TRAVADOS!

O volante travou, os pedais recolheram e o câmbio submergiu para o fundo sendo vedado por uma camada de couro preto. As rodas receberam travas e os faróis apagaram. O som foi desligado. Apenas as luzes vermelhas permaneciam acessas.

- Mas o que você fez? – Perguntou agressivamente Thomi.

- Nada. Ele ligou sozinho.

- Sim, acredito. Agora estamos a pé.

- Mas não sozinho.

Thomi observou que o comentário estranho veio depois que Antonês observou pelo retrovisor, o jovem policial olhou para trais vendo outro carro da policia sobre o sistema de trava de segurança em caso de violação das Leis ou por motivo humano de risco de vida. Os carros eram travados e só podiam ser destravados pela central da policia. Thomi abriu a porta saindo do veiculo, sem pensar começou a caminhar até o outro carro. Nesse mesmo tempo Antonês tentava fazer comunicação pelo radio.

Oezo tinha percebido a paz no recinto. Com a respiração no normal, resolveu fazer seu trabalho. Olhou para o furgão novamente. Tinha uma porta aberta. Um homem ferido com ataduras no braço saia. Assim que ele pisou no solo fechou a porta negra olhando para o céu, que erro. Dançou.

Mantega, tinha recebido primeiros socorros de Magali. O tiro tinha pegado de raspão, mas o susto o fez desmaiar. Era fraco para essas coisas, se assustava com tudo e tinha medo da própria sombra. Tava nessa encrenca por causa da grana, tinha que colocar cascalho na mesa, pra manter sua família. Acabou de fechar a porta do furgão, o chefe, Chip e Magali estavam no furgão. Resolveu esperar os amigos observando a lua. Encarou aquela esfera branca, com as mãos na cintura. Mas a força foi roubada repentinamente. O corpo não tinha energia, estava paralisado, levou a mão até o peito tocando o liquido, aquilo era sangue. Antes de poder falar algo, sentiu sua vida jorrar por um buraco no peito.

Oezo disparou matando o homem perto do furgão com sua arma, tinha agora seis balas e um pente nas costa da Desert. Correu até dar de cara com três homens. O assaltante não informado por Bum sacou duas submetralhadoras e começou a descarregar nele, Oezo ativou seu poder, fazendo sua velocidade aumentar escapando das bolas que chegavam atrasadas disparando mais duas vezes, tombando o numero três. O do rifle sacou uma pistola disparando, sendo acompanhado por um foguete do Todinho. Oezo saltou rasteiro rolando ao tocar o chão escapando do foguete que explodiu no meio da rua. Alguns tiros atingiram o furgão. O homem correu até os assaltantes não conseguirem vê-lo.

- Racho a favela Todinho.

- Senti o cheio ruim Sarapó, senti.

- Que caceta é esse cara? – O baixinho jogou o rifle nas costa, trocando o pente do resolver.

- Sei não irmão, só que o galo ta cantando pra ele.

Honom conversava com Chip. Ambos tinham acabado de receber a noticia que a missão tinha sido comprida, seus homens voltavam com a grana na mão. Mas o que eles não esperavam era um barulho grave de um revolver perto do furgão. Ambos se olharam. Magali abaixou sobre o banco da frente. Chip fechou o lap-top se jogando no chão, Honom apavorado, recobrou a atenção ficando quase de pé se não fosse pelo seu tamanho, ele mantinha a cabeça abaixada para não bater no teto.

- Abaixa Honom. È tiro!

O homem ignorou o aviso. Virou com dificuldade não encontrando a presença da mulher, foi então nesse momento que dois tiros o jogaram contra a parede de aço do veiculo, fazendo cair sentado com as pernas esticadas. Chip se arrastou até ele.

- Desgraçados.

O jovem abriu o micro, encostando as costas no braço do patrão apoiando o portátil nas pernas, quando uma explosão grossa fez o veículo balançar para um lado e para o outro. Chip despreparado deixou o lap cair vendo as duas partes deles se separem e o micro liberar riscos de fumaça.

- Ah, essa não!

Honom abriu os olhos.

Magali, após a explosão resolveu se levantar, mas nesse exato momento tiros começaram a atingir a frente do veiculo, quebrando os faróis, furando o capô, e quebrando o vidro fazendo estilhaços caírem sobre ela.

- Faz alguma coisa Magali? – gritou Chip.

A mulher hesitou em puxar a arma.

- Reage, ao vamos morrer.

Mas tiros atingiram o veiculo. Silencio. Uma bala acertou Chip no peito varando o banco, o rapaz estava joelhado olhando para frente do veiculo. O jovem caiu do lado do chefe, e com os pulmões já parados, tentava respirar, mas o ar não lhe vinha. Assim mais um morreu.

Oezo após o giro retirou a Glock e descarregou o pente no furgão. Quando percebeu estar ser bala esperou um instante vendo um reflexo de luz e apertou o gatinho com a Desert acertando um usuario infeliz de óculos. Apertou a trava liberando o pente vazio da Glock, encaixou um novo. Nesse mesmo momento tiros vieram na sua direção. Girou se escondendo no caule de uma árvore próxima do meio fio. Olhou de relance vendo o baixinho disparar quatro vezes. Talho da árvore era tirado pelos tiros. Oezo esperto com a posição do inimigo gravado deu um passo para trás da árvore e usufruindo da bela potencia da branquinha disparou três vezes, Quando liberava um sorriso de emoção sentiu um barulho estranho e sem agir o foguete colidiu com o caule o jogando á seis metros fazendo cair de costas. Com uma baita dor na coluna, Oezo inclinou o corpo. Focou sua visão, a coisa não ia bem pro seu lado. Fez força nos músculos ponde de pé, mantendo as costas envergadas saltando para a parede da esquina escapando do próximo foguete.

- Bum, sabe aquele papo de um ajudar o outro?

A voz demorou a responder.

- Sei.

- To precisando de uma mãozinha aqui, velho.

- Sabe que não. Você está se saindo bem, mas aquele foguete te pegou de jeito.

Oezo não queria saber dos comentários de deboche do amigo, ele precisava de uma ajuda. Levantou-se apoiando na parede trocando o pente da Desert.

- Cadê o grandalhão com o lança?

- Ta ocupado arrastando o baixinho com um tiro no ombro.

Oezo respirou mais aliviado. Saiu do esconderijo correndo até o furgão. Olhou para o veiculo ninguém lá dentro, continuou a correr até seu olhar cruzar com o negão, que antes de poder pegar uma pistola levou uma Desertada na testa.

- Head Shot.

Olhou para o baixinho, e Bang.

- Head Shot. Dois na testa! – Comemorou – Mas que sorte.

O homem de negro saia de costa do buraco no vidro arrastando o saco de dinheiro sem perceber a presença do inimigo. Um tiro na bunda o fez pular e bater as costas na parde transparente. O assaltante colocava a mão na bunda e assim que saiu começou a gritar de dor. Oezo só se mexeu quando uma metralhadora apareceu pelo buraco cuspindo bala sem educação alguma. O empunhador das pistolas disparou com a Desert na metralhadora quebrando o bica da arma. Guardou as pistolas levantando o quadrado com um buraco na frente dividido em quatro. Apontou para o buraco disparando o foguete que entrou na toca fazendo acender um clarão no banco deixando uma nuvem de fumaça sair pelo buraco. O ferido na nádega morreu com a explosão.

- Sabe, no começo não tinha gostado dessa arma, mas depois, mudei de idéia. – Comentou Oezo.

- Por que será? – Perguntou Bum.

- Acho melho... – Bang.

- Oezo? – O radio ficou em ruídos, Bum preocupado guardou suas coisas e partiu.

Magali respirava apavoradamente, estava suando de medo, o medo consumia suas razões. Apoiada no vidro do carona segurava com tremedeira o revolver dado a ela por segurança. Tinha dado um tiro nas costa do homem estranho, que caiu sem menção. Jogou o corpo no encosto olhando para frente, observando a árvore caída sobre a rua. Em pouco tempo a policia estaria aqui. Respirava com peso na consciência, tinha matado uma pessoa, era agora uma assassina. Fechou os olhos lembrando de sua infância, antes daquele Dia negro, o dia em que tudo no planeta mudou, no dia da visita da cria da noite. Poucas pessoas tinham nomes. Por algum motivo os computadores e registros foram destruídos, todos eram nada. A sociedade nasceu de novo, com mais força e mais algoz. Magali olhou para o lado jogando o corpo no estofado no bando, deitando com a mão no peito. Um calafrio. O susto.

- Oh moça, num faz isso não. È feio atirar nas pessoas pelas costa.

- Você... você!

Oezo balançou a cabeça arregalando os olhos só esperando a conclusão da oração.

- Você...

Como ela não vinha, resolveu ele mesmo concluir.

- Você deveria estar morto? Ah, deixa disso.

Magali apontou a pistola para o homem e disparou encontrando o nada. Quando esperava entendeu o que acontecia, uma pressão forte a fez largar a arma machucando seu punho. O homem tina atirado no revolver.

- Não quero machucá-la, então deixa disso – Disse a voz da janela do motorista. A mulher ergueu a cabeça para ver o homem que sorria.

Magali soltou o corpo olhando para o teto. Respirava mais rápido do que nunca. Ficaria parada, não tinha por que se mexer, só pioraria sua situação. Seus amigos estavam mortos e aquele homem estranho tinha levado um tiro e não tinha morrido. Era pergunta de mais para uma simples estudante de Letras.

- Ai zuo. – Oezo apertava o botão de liga do comunicador, mas ele não respondia – Essa coisa quebrou. – Estão lançou-o no chão. Deu a volta no furgão caminhando até o buraco, observou ainda tendo a fumaça cinzenta saindo fracamente. Tentou ver, mas sua visão era estorvada pela parede cinza. Caminhou de um lado para o outro. Observou o resultado da ofensiva, se gabando. Quando um ronco de motor tomou a atenção. O farol solitário da potente moto incomodou sua visão.

- Demorei? – Perguntou Bum retirando o capacete com os pés esticados para manter a pesada moto equilibrada.

- Apaga essa luz! – Brigou Oezo, assim que o amigo desligou a motor, ele encarou-o – Nem tanto.

- Nem preciso perguntar se você esta bem – brincou.

Oezo cansado das brincadeiras do amigo caminhou até encostar-se no furgão de braços cruzado.

- Graça.

- Qual é? – Bum abriu os braços descendo da moto.

- Faz alguma coisa, vai lá dentro ver se sobrou alguma alva viva.

- Comeu a carne e agora vai deixar o osso pra mim roer.

- Pra você não espalhar que sou chato.

Bum com uma lanterna retirada da bolsa caminhava para o buraco. A fumaça era pouca. Entrou sem dificuldade. O cheiro de queimado era forte do outro lado do vidro brindado. Tampou o nariz com os dedos. Correu com o facho de luz o local. Cinco corpos mortos. Desviou do corpo queimado pegando o largo corredor da agencia que dá para os caixas de pagamento. Caminhou mais um pouco até ver dois fachos de luzes virem até ele. Curioso colocou a mão apta sobre a luz, perdendo o ar de calmo chamando o atônito. Bum se jogou no chão, quando viu ser um robô. Desligou pelo piso encerado puxando da calça um quadrado metálico com um losangulo pequeno no centro e uma camada no meio de led. Quando a maquina entrou no seu campo de visão jogou o quadrado que grudou na coxa direita de aço. Bum girou o corpo para o lado levantou-se rapidamente se jogando atrás dos caixas quebrando o vidro de proteção. Uma explosão ocorrer e a maquina pendeu para o lado sem uma perna caindo imóvel. Oezo do lado de fora, afasta a face do clarão repentino mesmo sabendo que não o podia atingir. Em alguns minutos seu amigo sai abanando a frente do rosto.

- A barra ta limpa.

- Deu para ver – Rebateu Oezo.

- Um robô tinha restado lá dentro.

- E pelo jeito, nada mais restou do banco.

- Ah não! - Bum postou as mãos na cabeça. O banco... foi destruído por eles.

- Bem. Mais um dia de trabalho não reconhecido.

- Pois é.

Bum montou em sua moto. Oezo descia a rua para pegar a sua na rua paralela a que estavam. Dois minutos depois as duas potentes motos rasgavam o ar com sua velocidade anormal.

Magali chutou a porta quando percebeu estar sozinha no local. Desceu do furgão. Olhando ao redor, tinha escapado por sorte. Andou até a traseira do veiculo, e com a mão machucada tentou abrir a porta, mesmo com dor conseguiu, Empurrou-a tomando visão daquela parte. Seu sangue gelou... Honom estava com fulgor nos olhos de cor amarela. Gotas pingavam de sua pele queimando o metal. O pálido chefe sorriu para ela que gritou.

- Cria da morte!