Rednav II: o retorno

Estava pensativo em um local bem natural, tinha árvores, pássaros, flores, cheiros e dia claro bem ensolarado, sentei comecei a ler um livro de um autor amigo meu, "O GRITO DA REJEIÇÃO" o caminho para o amor, estava bem concentrado. Li vários capítulos, refleti, pensei, sobre o amor. Em um dado momento peguei o espelho que tinha ganho do Rerchain do planeta Rednav, quando mirei os olhos no centro do espelho senti uma leve vertigem, uma espécie de tontura momentânea, cai, o espelho veio bem acima da minha cabeça, começou a girar, no começo era bem devagar, as pedras de cor azul, verde, cintilante, lilás e arroxeada começaram a emitir luzes cada vez mais fortes, fiquei espantado, chocado, mas me lembrei que podia ser um sinal dos guardiões do planeta Rednav. Parei, pensei, e tive coragem de chegar perto do espelho, ele tinha aumentado de tamanho, parecia uma porta ou um portal, tinha luzes cada vez mais fortes.

O portal começou a emitir sons, as canções eram doces, leves e delicadas, me senti como convidado, ouvi, senti cada acorde em minha alma, era uma sensação tão aconchegante, leve e encorajadora. Cheguei perto daquela luz que parecia me chamar, quando cheguei mais perto fui sugado para dentro do portal, apaguei....

Quando recobrei a consciência estava em um jardim maravilhoso, tudo interagia, tinha animais exóticos, as criaturas tinham uma convivência tão pacífica, amorosa, e terna. Passou algumas horas aproximou uma nave perto do jardim, saiu de dentro da nave uma figura que parecia conhecida, aproximou e levou a mão no meu peito, antes de tocar olhou para mim e sorriu, lembrei daquela figura na hora, era Redvils a primeira figura que manteve contato comigo. Fiquei parado por um instante, mas logo senti uma vontade daquela luz no meu peito, peguei a mão de Redvils e levei ao encontro do meu tórax, senti uma descarga de luz, apaguei na hora....

Recobrei a consciência não sei quanto tempo depois, olhei estava no topo de uma montanha, era toda coral, sai correndo de alegria com aquela visão extraordinária, parei de correr e olhei ao meu redor, Redvils me observava atentamente, com um simples gesto com as mãos me trouxe para perto dele, e começou a conversar comigo telepaticamente.

O assunto era sobre meu planeta, me fez várias perguntas, e me disse, antes que eu desse minhas respostas.

-Você lembra algumas das nossas recomendações?

-Lembra?

-Tentou?

Levantei os olhos meio desconfiado e respondi:

-Tentei Redvils, mas meu povo está perdido em suas ganâncias, as crianças só pensam em jogos, quase nunca leem, não cuidam do nosso solo, água e ar. Os adultos estão cada vez mais tentados pelas riquezas momentâneas, o poder, a felicidade a qualquer custo, atropelando etapas de construção de um "ser" completo.

Redvils respondeu:

-Nós sabíamos que a missão era difícil, mas que você era capacitado, não esmoreça!

Veja bem jovem Teodoro, quanto tempo que queríamos manter contato com outros seres terrenos, mas só nos olhavam com desconfiança, achando que queríamos invadir seu planeta, e roubar!

Redvils olhou para mim e indagou:

-Roubar o que?

-Destruição?

-Ar poluído?

-Água poluída?

-Solo destruído?

Fiquei paralisado, sem palavras, sem cor.

Respondi para Redvils:

-Tens razão, os humanos fazem o maior alarde quando vocês tentam comunicar ou contatar com alguns terráqueos, logo vão nos canais de televisão sensacionalistas, pedem dinheiro, falam que vocês tem uma aparência horrível, que foram machucados, que as luzes assustam e outras coisas a mais. Sem saber que tinham sidos escolhidos para serem iluminados, reestabelecidos e recheados de compaixão, compaixão com o planeta e com os homens.

-Mas mesmo assim Redvils peço um voto de confiança na minha raça, pois são poucos que manipulam os homens bons, e os corroem, seduzem, escarneiam, suas mentes.

Redvils ficou em silencio, paralisado e retrucou:

-Tens certeza disso que falaste?

-Na Terra existem muitos homens bons?

-Você é um ser de luz, por isso estamos tentando contactar seres com esse perfil, preocupados com a natureza da Terra e dos homens.

Redvils afastou-se, e ficou em frente a uma árvore enorme, ela tinha um brilho fantástico, virou pegou em uma folha, ela brilhou mais ainda, arrancou, levitou, e pegou com as mãos a seiva que escorria das entranhas da folha, chegou perto de mim, pediu que eu fechasse os olhos, nesse momento senti escorrer na minha testa aquela substância, a sensação era de frio, mas passou alguns instantes, senti que ela penetrava na minha mente, invadia meu cérebro, meus neurônios, meus circuitos.

A sensação invadiu meu corpo, senti que flutuava, levitava, voava, planava, sobre aquela paisagem exuberante, me senti como uma ave de rapina planadora, hora urubu, hora harpia, outra um albatroz, ou um condor. Fiquei nesse transe não sei quanto tempo, mas não queria voltar, parecia que alguém me chamava, chamava e eu não queria ouvir, pousei em um ponto de luz amarela, lá estava a figura exuberante de uma espécie de condor, suas asas eram iridescentes,flamejantes como de um beija-flor, com várias tonalidades, parecia que queria que eu o montasse, quando fui montar houve um bloqueio de uma mão bem nas minhas costas. Parei olhei, era Redvils.

Redvils olhou nos meus olhos, e viu tanta felicidade em forma de luz, que me disse:

-Teodoro por hoje chega!

Fiquei com uma sensação de desespero pois queria mais.

Redvils disse:

-Seu povo está precisando de você.

Colocou a mão no meu peito e disparou aquela luz com tanta intensidade, que me senti como uma estrela, um cometa, e fui apagando a consciência.

Acordei sentindo um pouco frustrado, estava no meio de rochas em uma chapada, não tão longe de casa, levantei meio grogue, tonto, sentei novamente a poucos metros dali, olhei vi um brilho estranho, era aquela folha que o Redvils tinha arrancado daquela árvore no planeta Rednav, ela tinha aspecto sólido, mas estava ornada com desenhos de animais bem interessantes, peguei e guardei no bornal uma espécie de bolsa ou capanga. Olhei para o horizonte e vi um ponto de luz brilhante, sorri e segui minha missão, com a sensação de que tinha outra viagem. A sensação era que tinha encontrado e iria encontrar Deus novamente.......

Vander P
Enviado por Vander P em 02/04/2013
Reeditado em 01/09/2015
Código do texto: T4219450
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