PERDIDOS NO ESPAÇO – PROJETO JUPITER – PARTE 4

PERDIDOS NO ESPAÇO

PROJETO JUPITER – PARTE 4

10

- Perigo! Perigo! – anunciava o robô.

- Você matou Don. – gritou chorando de raiva Judy.

- Eu não o matei, a minha arma estava em tonteio. – explicou-se Lilian.

- Perigo! Perigo extremo!

- O que está acontecendo Walter? – perguntou o Dr. Robinson, desconfiando que existia mais do que o que ele estava vendo.

- Estamos sendo atacados. Se o Sr. Observar à esquerda da Jupiter II, acredito que verá a outra nave.

Todos se esqueceram momentaneamente da capitã Lilian e foram olhar para o espaço. Era inacreditável o que estavam vendo. O Professor Robinson perguntou só para confirmar suas suspeitas.

- Quem está nos atacando Walter?

- Estamos sendo atacados pela nave Jupiter, Dr.

- Mas a nave que vemos lá fora está nova e operante, muito diferente da situação que deixamos à pouco. Como se explica isso?

- Esta nave, com certeza é a mesma Jupiter, a qual deixamos a algumas horas atrás.

- Ela me parece nova.

- Quem a esta comandando robô. – perguntou o Major West ainda zonzo no chão.

- Não tem registro. Podemos contatar a nave e tentar descobrir. – disse o robô.

- Capitã Lilian, depois gostaria que a senhora fizesse um registro pra mim, sobre esses acontecimentos. – ordenou o Dr. Robinson, enquanto observava que Maureen ajudava o Dr. Smith a se levantar.

Nesse instante a Jupiter II foi sacudida por um forte tremor. Com certeza fora atingida pela nave lá fora, que o robô dizia ser Jupiter, assim como seus olhos.

- Perigo extremo! Perigo extremo! Sugiro rota de fuga imediata, o nosso casco não é páreo para os disparos de laser da Jupiter.

- Era isso que eu e o robô estávamos fazendo quando vocês apareceram, tentávamos manobras evasivas. – esclareceu-se Lilian.

- Major West, eu peço desculpas de ter atirado contra o Sr., mas preciso da sua ajuda imediata.

- Depois nós falaremos sobre você atirar em mim. O que você estava fazendo?

- Walter estava me orientando a fazer as manobras ideais para a fuga. Mas parece que estamos perdendo a janela.

- Que janela? – gemeu o Dr. Smith, já desconfiando.

- A janela que pode nos levar de volta à Terra. – respondeu Walter, que assumia o papel de computador de bordo.

- Major West? – falou o robô.

- Sim, Walter.

- Só consigo computar uma maneira de permanecermos vivos, e é darmos um salto no espaço. Calculo que não agüentaremos mais que dois minutos para a nossa destruição. – O salto no espaço era uma manobra arriscada e nunca tentada antes. Era apenas uma teoria. Cálculos muito precisos eram necessários, para que não aparecerem do outro lado dentro de uma estrela, ou um buraco negro. Como o nome dizia, era um salto, ou uma aceleração no espaço, que os levaria à suposta velocidade de cinco vezes a velocidade do som. O risco era tremendo, a nave poderia ser despedaçada no salto, ou todos morrerem dentro da nave, isso para ficar em algumas hipóteses.

A nave era sacudida de um lado para o outro.

- Robô, não podemos dar um salto em direção à Terra? – perguntou o Dr. Robinson.

- Se tentarmos regressar ao ponto que nos levará à Terra, seremos destruídos pela Jupiter, que está no caminho Dr.

- Nós já perdemos a janela? – perguntou novamente o Dr. Smith, próximo agora à cadeira do Major West.

- Ainda não Dr. Smith, mas não agüentaremos mais nenhum ataque Dr.

O Dr. Robinson tentou ainda se comunicar com a nave inimiga:

- Nave Jupiter II contatando nave Jupiter. Porque estamos sendo atacados?

- Olá, papai! – respondeu alguém.

- Quem está falando?

- Sou eu, papai, Will. Peço que se rendam, ou sou obrigado a destruí-los imediatamente. Não posso permitir que volte para a Terra. Renda-se, ou morra.

- Como é possível que você seja o Will e que essa nave seja a Jupiter? – indagou intrigado o Dr. Robinson.

- Perigo! Perigo extremo! A Jupiter disparou novamente e seremos destruídos. Perigo! Perigo extremo! – gritava o robô, enquanto a nave rodopiava para todo lado.

Só deu para o Major West gritar:

- Segurem-se!

Por segundos não foram atingidos fatalmente pelo raio disparado pela Jupiter.

11

Shakespeare já havia profetizado que existem mais coisas entre o céu e a terra, do que sonha a nossa vã filosofia. Quantos cientistas não teriam dado a vida para dar um pulo no espaço? Com o aperto de um botão, a nave seria deslocada, quase que por mágica numa velocidade impensável, para os moldes humanos, em linha reta, durante menos que trinta segundos e desaceleraria em algum lugar do espaço, numa distância não calculada. Há quem dizia que iriam aos limites do universo, sendo jogados para fora dele, para o vácuo absoluto, além das estrelas. No corpo, ocorria uma sensação muito incomoda de formigamento, como uma dor leve. Haviam processos que ocorriam e que não eram conhecidos, alegavam alguns. O salto poderia ser a ultima coisa que alguém poderia fazer. Os ocupantes da Jupiter alcançaram uma velocidade que parecia à eles, dentro da nave, estarem em respiração suspensa. Dava-se a impressão de que não estavam tão rápidos assim, aliás, pensava-se que estavam mais lentos, do que o normal. Smith olhava pelas paredes da nave que estavam transparentes, assim como a todos e tudo. Judy poderia jurar que um meteoro a atravessara. E de repente, como a sensação ruim, antes de vomitar, os fez entender que estavam de volta à velocidade humana normal. A nave parou totalmente o seu vôo, agora fora do perigo da perseguição. O céu, parecia outro. Constelações ao longe nunca vistas, agora eram a sua paisagem.

Maureem fora quem primeira notara a falta de Will e Penny.

- Will? Penny, onde estão? – estavam todos na ponte antes do salto, onde estariam?

- Sra. Robinson, sinto informá-la, mas Will e Penny não estão na nave. Enquanto dávamos o salto eles desapareceram.

O Major West olhava para os mapas e para as estrelas.

- Robô, eu não consigo entender. Acho que estou lendo os mapas errados. Onde estamos? – quem respondera foi Judy:

- Nós estamos perdidos... no espaço.

continua...

pslarios
Enviado por pslarios em 01/05/2013
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