MAD MAX – parte 4

Paulo Sergio Larios

Syfi ainda nem tivera a oportunidade de ver Max, depois que ele fora ferido de morte, pelo principe Tennille, e praticamente fora arrastada para uma reunião secreta, onde o destino de muitos teria que ser resolvido.

A menina linda, entrou firme num dos amplos salões do palacio. Fora ensinada desde cedo a enfrentar os seus medos e nunca, jamais demonstrar a ninguém os seus sentimentos. Um dos segredos, já que não dava para olhar nos olhos dos homens reunidos - aliás ela nem sabia porque estava ali – Syfi olhava para a pálpebra, ou para o nariz; isso disfarçava o medo. Tremendo ela sentou-se numa cadeira de costas altas.

Qual é o motivo dessa reunião? - quis saber Syfi, imediatamente. Um campones forte e muito alto, com uma voz bastante grave, adiantou-se.

Princesa Syfi, nós estavamos observando o palácio e estranhamos que o general Max entrasse de forma silenciosa e com a hora avançada. O seguimos então e vimos que ele estava sendo seguido pelo principe Tennille, vosso irmão e inimigo do general Max. - Interrompendo aquele homem alto, Syfi perguntou:

Como é que vocês podem dizer que o principe Tennille é inimigo do general Max. Apesar de que eu o vi atacando o general, juntamente com outros homens, para a minha total descrença. Porque são inimigos?

Eles não são inimigos, os dois, mas o principe é que é inimigo do general.

Porquê?

Senhora, é sabido de todos o quanto o principe Tennille é apaixonado pela senhora. - Syfi levou um susto. Como assim ele era apaixonado por ela?

Não pode ser verdade isso. Tennille é meu irmão.

Senhora, ele é seu meio irmão. Vocês são filhos de mães diferentes.

Isso eu sei, mas dizer que ele está apaixonado por mim, já é demais. E aliás, vocês me chamaram aqui para discutir isso?

Não e sim! - disse um homem magro num dos cantos. Syfi tentou ver o seu rosto mas não conseguiu. O primeiro homem alto, com a voz grave e jeito de camponês continuou:

O rei, vosso pai está ficando velho e um dia deixará de estar entre nós. O rei tem dois filhos e uma filha, a senhora. Cada um de vós tem praticamente um exército que o segue. O principe Dainan, o irmão mais velho dos três, é o sucessor direto, mas o seu irmão mais novo, Tennille, que é mais velho que a princesa apenas dois anos, é o mais ambicioso. Tennille tem uma guarda pessoal, escolhida a dedo de assassinos. Várias coalizões fez com que juntasse um exército pronto a atacar o reinado a qualquer minuto. O principe Dainan, que é conselheiro do rei, sabendo disso criou a sua guarda pessoal também. O rei não acreditou quando Dainan tentou falar do seu filho preferido. Muitos de nós não aceitam as ideias, nem do rei, nem do principe Dainan e nem do principe Tennille, que achamos uma ameaça ao reino.

E quem são você então? - perguntou seriamente a princesa.

Nós somos a sua guarda princesa e estamos guardando a moça, desde que a senhora tinha dez anos.

Eu nunca soube disso. Nunca imaginei.

E porque vocês apareceram agora? - perguntou uma mulher mais idosa que estava atrás da princesa.

Quem gerou essa situação foi a princesa mesmo.

Como assim?

Quando a senhora olhou para o general Max, na sala do trono, demonstrando interesse por ele, vimos o olhar do principe Tennille e depois descobrimos que ele estava procurando um meio de matá-lo. E quando o general veio cortejar a princesa, debaixo de sua janela, esse foi o estopim para Tennille deixar toda segurança e atacar o general Max, que estava distraido, com a senhora. - Syfi estava envaidecida, apesar da situação grave, onde o general Max e o principe Tennille estavam a beira da morte, os dois. Syfi lembrou-se, sem acreditar no que aconteceu...

Max não resistira, apesar da prudência lhe dizer que ele não poderia se apaixonar pela princesa, ao qual nunca tinha visto anteriormente, mas ele acabou pegando o seu cavalo e sabendo que não podia, guiado por um sentimento muito forte, acabou indo até a janela da princesa. Para a sua surpresa ela estava lá. Max não esperava encontrar a princesa, apesar de que essa era a sua intenção e de longe ele viu uma menina tão linda, que por um instante o fazia esquecer de um passado triste. Seus olhares se cruzaram sob o luar e assim ficaram até que uma forte dor entrou pelo seu peito, o jogando do cavalo. Sem acreditar Max notou que uma flecha o atingira. Seu cavalo empinando quase caira em cima dele. Um grito de mulher ecoou no palácio. De repente Max notara que estava cercado por vários soldados, que reconheceu serem do principe Tennille. Então, percebeu Max, esses eram os assassinos de Tennille. E de reprente o próprio principe apareceu e levantando a sua espada desferiu um golpe mortal no peito de Max, mas alguém atingira o principe Tennille com uma flecha, que entrou debaixo do seu braço esquerdo, e foi assim desviado o golpe mortal em Max, mesmo assim a lâmina fria fez um corte no seu peito. Todos pararam, estupefatos. Quem teve coragem de atirar aquela flecha contra o principe e futuro rei de Eleannor. De repente todos os olhares naquela praça estavam sobre a princesa que segurava ainda um arco. Fora ela que desfechara a flecha mortal contra o príncipe, seu irmão. Num instante muitos homens apareceram e uma verdadeira guerra se instalou naquele pátio. Alguns homens de Tennille conseguiram arrastá-lo desacordado dali, meio morto. Outros homens, desconhecidos, levaram o general Max, desacordado, para outro canto. Em instantes alguns homens estavam na porta de Syfi, convocando com ela uma reunião.

Um dia Max acordou, sem saber onde estava. Com a vista embaçada ele olhava para o teto alto, sem reconhecer o que estava vendo. Aos poucos ele passava a se lembrar que fora ferido de morte. Do seu lado direito da cama ele notou que a princesa, que fora a causadora dele estar ali, dormia, cansada ao seu lado, com o seu rosto encostado no seu peito. Max levantou o seu braço direito e a abraçou, tornando a dormir de novo.

Quando Syfi acordou, cansada, pois durante três semanas ela ficara ali, ao lado de Max, dia e noite. Para sua surpresa ela acordou abraçada por Max e achou aquilo muito bonito. Tomando coragem, quando não havia mais ninguém no quarto, a não ser eles dois, ela deu um beijo no general, que dormia agora menos cansado do que antes, já tendo a sua respiração sendo normalizada, depois de tantos dias. Com o beijo, Max acordou, deixando a princesa ruborizada.

Oi! - disse ele.

Oi! - disse ela. Assim começou uma longa conversa onde Syfi inteirou a Max que o reino estava em guerra devido ao que acontecera. Quatro exércitos estavam de prontidão: o do rei, o dos dois principes e o da princesa. No mesmo dia Max se levantara da cama, e com uma semana já estava treinando com a espada novamente. Syfi, apesar de estar escondida num castelo longinquo, estava vivendo dias de muita felicidade. Ela era muito nova e não sabia o que era o amor, mas desde que vira o general na sala do seu pai, o rei, pela primeira vez, ela ficara apaixonada. Max era cortes e educado com ela. Mais velho ele ainda tentava disfarçar que não estava também apaixonado por ela, o que não estava conseguindo corretamente. Max ia se fortalecendo, ao mesmo tempo em que ia treinando o exército da princesa, que agora era o seu também. Ele era general do rei, mas por intriga, o rei acreditava que Syfi estava contra ele e que seu filho preferido fora o mais prejudicado nessa situação. O rei instituira um prêmio para quem conseguisse trazer o general Max, preso, para ele. O rei iria julgá-lo e enforcá-lo, por atacar o seu filho, apesar de que Max não tinha atacado ninguém. Max ficou no castelo exatamente duas semanas no castelo, depois que se levantara do leito. Um dia apareceu o Profeta e lhe disse algo que fez com que ele resolvesse ir embora imediatamente sozinho.

Syfi conhecia o profeta só de ouvir falar, mas agora esse homem misterioso, estava na sua frente. Sempre com o capuz abaixado, ela não conseguia ver direito o seu rosto. Estendendo a mão, ela lhe deu um copo com refresco, naquela noite quente. Sentados à mesa, várias pessoas, o Profeta dera a entender a Max que precisavam conversar sozinhos. Pedindo licença, se retiraram para uma das sacadas do castelo.

Diga, Profeta, qual é o verdadeiro motivo de sua visita.

General, a situação agravou-se demais, criando muita instabilidade, depois dos fatos que quase acabaram com a vossa vida. Mas o destino da cidade de Elleannor está em jogo, e entrelaçado com o seu e com o do homem misterioso, que você procura. - Max interessou-se na hora pela conversa.

A alguma noticia do homem que destruiu a minha família, matando a minha esposa e filho? Você descobriu quem ele é?

Eu não sei quem ele é, nem tenho certeza, mas alguém anda com o principe Tennille e o está aconselhando. Um desconhecido, vindo de além da Zona Fantasma, assim como você. Em muitos anos, só dois homens vieram do mundo exterior: você e esse homem. O problema é que para chegar até esse homem, você precisa chegar perto de Tennille, que o está procurando para matá-lo, assim como o rei também.

E o principe Danian?

Danian é o mais sábio dos irmãos e tenta aconselhar o rei a fazer o melhor, mas o rei é farinha do mesmo saco que Tennille, por isso o adora tanto, apesar de que o principe tem uma tendência a fazer o errado.

Apesar então do perigo, eu preciso voltar e encontrar esse homem que está com Tennille.

Você sabe que ele o odeia, porque você está com a princesa. Muitos no reino acreditam que você já a tomou como esposa. - Esse pensamento não deixava Max, mas ele entrara na Zona Proibida para pegar o assassino de sua esposa e filho. Olhando para o céu, cheio de nuvens, porém sem a lua, ele disse, ao Profeta:

Eu vou voltar com você,mas antes eu preciso falar com a princesa.

Está bem! - Eles não notaram, mas Syfi estava atrás de uma porta e ouvira tudo o que disseram. Uma lágrima triste escorreu dos seus olhos. Ela sabia que dali pra frente nada seria mais como antes e os dias felizes tinham se acabado. Syfi odiou a esposa morta de Max.

Max encontrou Syfi no seu quarto. Um soldado estava permanentemente à porta. Quando entrou notou que a luz da vela fazia com que a beleza da menina fosse realçada. As luzes que tremeluziam no seu cabelo criavam desenhos coloridos. Chamando-a pelo nome, docemente ela levantou os olhos cheios de lágrimas.

Princesa, eu preciso ir embora pela manhã. Quando o Profeta for embora, eu vou com ele, pois preciso encontrar alguém. - Durante um tempo enorme a princesa simplesmente olhava para ele, sentada, com as mãos no colo, a menina se parecia muito com uma mulher.

Será que eu vou vê-lo novamente? - disse ela sinceramente, com os olhos marejados. A vontade de Max era de abraçá-la forte e apertá-la em seus braços.

Eu posso lhe pedir uma coisa Syfi?

O quê? - disse a menina.

Será que eu poderia beijá-la, antes de partir com o Profeta?

Sim, eu adoraria. - Syfi e Max se beijaram num longo beijo de adeus. Deitaram-se os dois queitos na cama de Syfi e ficaram abraçados até de manhã, quando finalmente Max se levantou e foi embora, rumo a uma guerra, deixando a princesa chorando numa cama vazia.

Continua...

pslarios
Enviado por pslarios em 09/06/2014
Código do texto: T4838672
Classificação de conteúdo: seguro