2038
23 de Março
23 de Março
Fui dormir depois de mais um dia entediante, mas havia uma coisa boa acontecendo.
Geórgia estava melhorando, encontramos alguns remédios no hotel um dia depois de chegar e pareciam estar funcionando, aquilo me deixou feliz.
Franklin vasculhou a região com a caminhonete, só encontramos combustível e um pouco mais de comidas enlatadas, não era o melhor, mas era o que tínhamos.
-Como se sente? – perguntei a Geórgia.
-Melhorando, a dor está diminuindo.
-Ah, que bom. Não sabia mais o que fazer para ajudar. – tentei demonstrar que estava aliviado.
-Eu sei, pelo menos não teremos que amputar minha perna por enquanto.
-Espero que sim, você logo voltará a andar normalmente.
Não tínhamos um plano e logo nossa comida acabaria, Franklin encontrou uma cidade a sessenta quilômetros e decidimos ir até lá. Peguei todos os remédios que podiam ajudar Geórgia e seguimos viagem na caminhonete.
Guardei oito galões de cinquenta litros de gasolina, podíamos rodar o estado inteiro com aquilo, mas sempre que possível pegávamos mais e mais, não sabendo quando é que encontraríamos novamente. Franklin não encontrou gás e então dividimos a caminhonete em três carregando agora os dois balões na caçamba.
Chegamos a Louisville e nada havia por ali, uma cidade gigantesca deserta e silenciosa, era um clima de certa forma assustador. Geórgia apontou para o Louisville Hotel Deals, um dos maiores da cidade, nesta época do ano não deveria haver reservas por ali.
-Isso não foi engraçado. – argumentou ela.
-Eu sei, desculpe. – a piada foi idiota mesmo.
-Eu levo as minhas coisas. – falou Franklin ao sair.
-Espere. – respondi. – Leve a mochila dela também. – completei.
-Okay.
Ajudei Geórgia a subir as escadas, o elevador não estava funcionando, ficamos no primeiro andar, Franklin vasculhou todos os quartos do hotel atrás de coisas importantes, ou seja, roubou tudo que podia dos recém pulverizados antigos hóspedes.