A RAINHA DAS ESTRELAS

Um Novo Mundo

Com incrível rapidez, aquelas nuvens cinzentas transformaram-se em tormenta de neve.

Um vento forte trouxe flocos brancos e leves que cobriram os recém chegados. A Hércules, tendo tocado o fundo do lago gelado, voltou à tona lentamente, por força do ar contido, abrindo com o leme dorsal, o gelo fraco que estava se formando novamente na superfície.

As águas e o gelo estavam tão agitados, que abriram uma brecha que engoliu a Wodan, logo após a proa da Hércules emergir.

Logo a Wodan pulou para cima e as naves tocaram-se, aquietando-se, como baleias em descanso, com os dorsos e lemes fora do gelo que tentava se solidificar numa luta contra a água fervente em torno dos motores ainda em altíssima temperatura apesar do intenso frio, enquanto as nuvens de vapor condensavam-se no alto.

Em minutos a temperatura desceu o suficiente para ser derrotada pela neve que não parava de cair, fechando rachaduras abertas no gelo, selando a prisão das naves. Inge e os que estavam a pé, viram cobrir-se o que restava delas fora da água.

–Inge para Boris! Vocês estão bem?

–Estamos, Inge. Os compartimentos do trem de pouso estão cheios de água.

–O lago está sólido de novo – disse Wassermann.

–Inge para Wodan! Como estão aí?

–Estamos bem – disse Grubber, que com Simon, não conseguira descer.

–A eclusa encheu de água e congelou – disse Regert – não podemos sair.

–Calma – disse Inge – a situação não é grave. Furem o gelo com laser.

–Vocês aí estão bem?

–Sim, Regert – disse Inge – com um pouco de frio, mas os trajes protegem bem. O ar daqui é maravilhoso!

–Boris para Inge!

–Prossiga.

–Vamos sair pela escotilha superior.

–Espero aqui.

A escotilha superior estava no quarto andar, atrás da sala de torpedos de proa, embaixo da sala de comunicações, junto do depósito de mantimentos. Possuía uma pequena eclusa de pressurização para quatro pessoas, e era normalmente usada para carregar alimentos.

Enquanto Inge e os outros observavam, a escotilha abriu-se e os antárticos, surgiram com pistolas laser e maçaricos de plasma para derreter o gelo que cobria a eclusa da Wodan.

A noite era iminente e Inge ordenou a construção de três iglus com gelo

cortado a laser, junto aos pinheiros para proteger-se do frio e resolver os passos a seguir.

A patrulheira de Ives, com Aldo como passageiro, pousou no lago gelado ao mesmo tempo em que o faziam os outros. As duas tripulações ainda trabalhavam nos iglus. A temperatura tinha estabilizado em vinte graus negativos, e estava um clima agradável, já que tinha parado de nevar. Duas brancas silhuetas de gelo indicavam onde as naves estavam presas.

Entretanto, no meio dos pinheiros, silenciosamente, espreitavam os nativos.

*******.

Confraternização.

–As naves estão seguras e ficarão firmes – disse Boris, enquanto Aldo ainda estava abraçado de Inge, acariciando a enorme barriga coberta pelo improvisado traje espacial com as cores da casa Ulfrum – Deixaremos sempre alguém de plantão nelas.

–Concordo – disse Aldo, ainda emocionado, beijando e acariciando sua mulher depois de quase sete meses de separação – Agora quero falar com os troianos.

Aldo levou Inge pela mão ao iglu dos tripulantes da Wodan. Dois homens da Hércules vigiavam os prisioneiros. Aldo os dispensou e entrou com sua esposa.

Regert e Petersen adiantaram-se, junto com Schultz e Píer Van Der Grunn. Os outros 26 homens estavam sentados no chão, meio abatidos. Regert disse:

–Sou o imediato. Os homens me apoiaram em todo momento. Sem eles eu nunca poderia dominar Ulfrum e libertar a Ilustre Dama.

–Sou grato, senhores; mas há um assunto urgente: somos os primeiros a chegar tão longe e agora estamos todos metidos na mesma...

–Sei aonde quer chegar, capitão. Já deliberamos e chegamos a um consenso; vamos nos unir ao senhor e à sua tripulação, se o permite.

–Não estão ressentidos comigo por provocar a morte do seu capitão?

Os trinta homens começaram a rir, deixando Aldo confuso.

–Ouça, capitão, nós esperamos que tenha sido uma luta limpa – disse Regert ficando sério – embora sabemos de sobra que nosso líder era um covarde sem honra...

–Se serve de consolo, direi que nos últimos momentos ele lutou com valentia.

–Morreu bem? – interveio Petersen, olhando a armadura chamuscada de Aldo.

–Sim. Morreu com honra. Foi uma boa luta.

Os troianos que estavam sentados, abatidos, levantaram-se sorridentes.

–Ele se redimiu, então – disse Schultz – ao final morreu bem.

–Se Ulfrum morreu com honra, estamos quites, capitão. Enquanto a Ilustre Grande Dama esteve conosco foi respeitada e apreciada. Ela contou-nos suas façanhas e nós queremos um Líder que realize grandes feitos – disse Regert.

Aldo olhou os rostos sem capacetes. Eram astronautas fortes e experimentados, que qualquer comandante com um pouco de senso comum, não desprezaria.

–Acredito em vocês – disse por fim – Inge disse-me que a trataram bem.

–São homens honrados, Aldo – interveio ela.

–A senhora é a nossa Reverenda – disse Petersen emocionado – e nós nos deixaremos matar pela senhora, se necessário!

–Rapazes! – disse Inge rindo – Esperemos que não se chegue a esse extremo!

–Já que nos entendemos, vamos nos organizar. Regert... Capitão Regert, você comanda seus homens e a estrutura de comando na Wodan fica à sua escolha.

–Sim senhor. Petersen será meu segundo.

–Como desejar. As decisões ficam comigo enquanto estivermos nesta lua.

–E o retorno?

–Temos que nos organizar e planejar a volta. Mas já que estamos onde nunca ninguém jamais esteve, vamos ver o que há.

Os rostos animaram-se. A perspectiva de aventura colocara brilho nos olhos dos troianos, para alegria de Inge, que disse:

–Não queriam grandes feitos? Já começou!

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Primeiro Contato.

Depois de muito tempo de vigilância, os nativos resolveram aproximar-se ao acampamento dos recém chegados, na beira do lago gelado.

Trajavam bonitas roupas de peles muito bem trabalhadas, e alguns vestiam armaduras de metal opaco, espadas nos cinturões e lanças nas mãos enluvadas. Alguns portavam arcos e flechas, e outros uma espécie de lançadeiras de dardos.

Os primeiros vinham a pé, calçados de grossas e bonitas botas de couro trabalhado, altas até a metade da coxa, como as botas marcianas.

Atrás vinha uma vintena de seres montados em grandes lagartos de longas caudas, e suas selas de montaria estavam ricamente enfeitadas com arabescos. Em total eram trinta humanoides de regular estatura, pele claríssima e cabelos loiros, vermelhos, castanhos ou negros; alguns deles longos, amarrados com tiras de couro, ou trançados.

A maioria tinha olhos claros e suas barbas estavam cuidadosamente aparadas. Tinham boa aparência, pareciam limpos e bem alimentados. Apesar do armamento que carregavam, sua expressão era de curiosidade. Aldo foi o primeiro a vê-los, e com alguns homens, saiu para recebê-los.

Um nativo de barba e cabelos brancos, aparentando ser o líder do grupo, desmontou do animal, e adiantou-se ao encontro de Aldo.

Em seguida cravou sua lança na neve e levantou o braço direito em sinal universal de saudação entre humanoides.

Aldo imitou-lhe. O nativo disse:

–Uts das a spoka?

–Das. A ur spoka – respondeu Aldo.

*******.

24 de dezembro de 2014.

Saturno em sua fase cheia ilumina a paisagem, que lembra o ártico da Terra.

O frio está agradável e não há vento.

No meio do bosque, há um claro, aberto com laser para cortar as árvores necessárias à construção de uma cabana de dois andares, com lareira, chaminé e piso de pedra, já terminada. Nas imediações, construíram galpões de madeira para os aviões.

Terrestres e troianos, sem capacetes nem mochilas, respiravam o sadio e puro ar da região. Apenas usavam os trajes por causa do frio.

Inge, apesar das objeções de Aldo, arranjara umas roupas femininas de abrigo com as nativas e abandonara seu traje improvisado, para maior comodidade.

–Sem problema – disse Lídia – o ar é sadio sem micro-organismos nocivos.

–Conseguimos a graça dos nativos e não vão nos incomodar – disse Boris.

–Qualquer um diria que pretendemos ficar aqui para sempre – disse Valerión.

–Quanto tempo até voltar a Germânia III? – perguntou Inge, – Espero que não sejam outros seis meses...!

–Na Hércules será mais rápido. A Wodan é mais lenta, mas pode ir a reboque; claro que Saturno está em afastamento – disse Aldo – Quanto tempo, Konstantin?

–Dois meses e meio no mínimo, capitão.

–Não conseguiremos chegar antes do bebê nascer...! – disse Inge apavorada.

–Querida, o bebê terá que nascer aqui, sem mais nem menos.

–Então quero viver na cabana – disse Inge – lembra-me da Noruega.

E ao lembrar, pelas notícias que conseguiram captar da Terra, que o mundo estava em guerra, ela chorou...

E muito; sem que ninguém pudesse consolá-la.

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–Não celebramos o Natal – disse Valerión, vendo a árvore que o cozinheiro colocara na sala; junto da lareira, e enfeitava com improvisados motivos natalinos.

–Não podemos? – irritou-se o Mudo, do alto da escada que ele mesmo fizera.

–Lá embaixo morrem milhões. Ninguém lembra do que essa data significa.

–A culpa não é minha. E não temos certeza do que acontece. As comunicações com a Terra estão embaralhadas pela atividade solar, a doutora Regina me disse.

–Soubemos que a guerra começou em primeiro de agosto com a declaração de guerra da Rússia contra Estados Unidos; e o dia três contra os aliados europeus...

–Pode ser, mas eu quero celebrar, doutor. Não importa se estarei sozinho.

–Está bem, Mudo, mas...

As mulheres da Hércules entraram na aconchegante sala de estar.

–Gostei – disse Regina.

–Trabalho bonito – disse Inge, que não celebrava o Natal.

Lídia Maximova e Nebenka Marusitch, recordaram sua Rússia, agora em guerra, e ficaram sombrias. Mas Lídia disse:

–Belo trabalho; Mudo.

–Quer ajuda? – perguntou Nebenka.

–Se quiser, sim, tenente. Pode me alcançar aquelas bolas coloridas?

Aldo, que estava a consultar seu computador de mão em linha com a Hércules; levantou a vista e disse, como para si mesmo:

–Na Hércules realizei um velho sonho de infância...

–Chegar a Saturno? – perguntou Valerión.

–Não. Reunir a bordo muitas nacionalidades. Temos até um tibetano...

–Sim. Por falar no tibetano, onde está ele agora?

–Está a bordo, aprendendo engenharia de impulso com Henschel. Mas eu quis dizer que nunca houve uma discussão política a bordo, Valerión.

–Nunca. É verdade, somos todos terrestres.

–Somos a velha e querida tripulação da Hércules! – disse o Mudo Gatti do alto da escada, enquanto colocava a estrela antártica de oito pontas no alto da árvore.

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1º de janeiro de 2015.

Chamavam-se a si mesmos Vurians. Em raniano quer dizer grande, potente.

Eram caçadores, pescadores e guerreiros. Habitavam as Terras Frias do Gopak Uio, como chamavam seu mundo, que significa Mundo Pequeno. Divididos em clãs; o mais próximo ao acampamento dos terrestres tinha quase mil integrantes.

Eram inimigos das tribos ou clãs Zhoro (vermelho), das chamadas Terras

Quentes, próximas da linha equatorial de Titã. Os Zhoro eram bárbaros, que além de caçar e pescar, dedicavam-se a saquear as tribos mais fracas.

Entre as terras frias e as menos frias existia uma zona temperada, onde habitavam as tribos ou clãs Xarn (azul), pacíficas e laboriosas, que se dedicavam à caça e cuidavam rebanhos de Woks, que como sabemos é um animal parecido ao Yak terrestre, embora bem maior; animal que agora os antárticos percebiam ser muito popular no Sistema Solar.

Todos esses clãs ou tribos são pequenos, mais ou menos como os Vurians, com mais ou menos um milhar de integrantes. Alguns aliados de outros. Há também grupos menores, como os Xarn Gops, fabricantes de cerâmica, os Eracl Vuros, que trabalham o ferro e fabricam aço, os Xonec, grandes alquimistas, médicos e feiticeiros.

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–Há outras menos importantes, mas isto basta para ter idéia – disse Regina.

–Onde isto está compreendido? – perguntou Aldo abrindo um mapa elaborado em pele de wok; baseado em levantamento fotográfico aéreo.

–Numa faixa de três mil kms de largura. Começa no círculo polar e acaba

quatro graus antes da linha equatorial – disse a psicóloga.

–Menos de vinte por cento do planeta – disse Jacques, que junto com Alan e Regina, fizera um levantamento parcial do lugar a bordo de uma patrulheira AR-1.

–Sabemos onde estamos e com quem lidamos – disse Aldo – parabéns aos três.

–A doutora Regina, merece mais crédito do que nós, capitão. Ela conversou com as pessoas e levantou as características dos povos que visitamos – disse Jacques.

–Nós apenas pilotamos, fotografamos e colhemos dados – acrescentou o coronel Alan Claude Sarrazin com modéstia.

–Os rapazes são maravilhosos – disse Regina – mas há mais informações, Aldo, não todo o mundo é tão primitivo. A calota polar é extensa aqui e há tribos pequenas. Mas, embaixo da linha no equador é mais ameno. Há fortalezas ou castelos, cidades fortificadas como no século X, rodeadas de campos cultivados, aldeões...

–Tudo isso neste hemisfério?

–No levantamento norte sul, a partir daqui. Mas do outro lado do planeta, digo planeta porque isto para uma simples lua não serve... Estás bem sentado? Há um país com cidades modernas, com uma capital do tamanho de... Roma, talvez, ao que nos consta; governado por um imperador chamado Tao, o Impiedoso.

–Quantos habitantes?

–Segundo os sensores, em torno de sete milhões.

–Com exército moderno, capitão – disse Alan – aviões, tanques, canhões...

–Além de indústrias, fazendas, pecuárias e tudo o mais – acrescentou Jacques.

–Foram vistos?

–Não capitão – disse Alan – o radar deles não vence nossa camuflagem.

–Como sabem esses detalhes?

–Entrevistei pessoas das aldeias remotas – disse Regina.

–Agora entendi por quê os Vurians não se impressionaram conosco.

–Exatamente, Aldo. De inicio pensaram que éramos cobradores de impostos quando chegamos à zona temperada; mas parece que nossas roupas, abrigos e botas não parecem com as dos súditos de Tao. O AR-1 os encantou. Parece que os de Tao são inferiores e os sensores não detectaram atividade atômica na capital.

–Vou falar de novo com o nosso anfitrião Lian-Ee.

–Deves seguir o protocolo, querido, não podes simplesmente bater na porta dele e dizer: olá, chefe, como você está?

–Claro, sim... Espero que ele possa me receber ainda esta semana.

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4 de janeiro de 2015.

O Chefe de Clã Lian-Ee era forte e devia ser musculoso por baixo das peles. Aparentava 35 anos e provavelmente os tivesse.

Era chefe por merecimento; tinha lutado e derrotado o chefe anterior. Havia outros chefes no clã, um para caçar, outro para dirigir a aldeia e outro para as cerimônias religiosas. Lian-Ee era chefe guerreiro para defender o clã de inimigos externos e lidar com os cobradores de impostos.

–Achei que sabiam de Tao, o Impiedoso – disse ele.

–Fiquei sabendo recentemente – respondeu Aldo.

–Seria melhor que tomassem cuidados.

–Quê tipo de cuidados?

–Não é bom que se saiba que vocês vêm do céu.

–Não entendo seu receio, Lian-Ee.

–Se Tao descobrir que vocês vêm do espaço, tentará obter o segredo da viagem espacial para atacar os xawareks.

–Xawareks... Onde ouvi essa palavra antes?

–Não sabe? Moram naquela lua – disse o vurians apontando para Japeto.

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Em Roma, fazei como os romanos.

As palavras do chefe do clã, não deixavam dúvidas:

–Escondam suas naves e roupas; vistam-se como nós, usem nossas armas, desmontem essas moradias redondas e destruam as de gelo na beira do lago.

–Isso é necessário? – disse Aldo com receio.

–Nós os ajudaremos a fazer casas de pedra e troncos como as nossas. Quando o governo enviar cobradores, não encontrarão nada diferente por aqui.

–Nós temos armas terríveis, podemos destruir quem quer que...

–Não discuto – interrompeu Lian-Ee – mas penso que vocês não pretendem ficar aqui para sempre. Por mais poderosos que sejam, não nos protegerão quando se forem. Virão outros cobradores até que o imperador resolva mandar um exército para ver o que aconteceu e ocupar a região. Minha gente corre perigo se vocês forem identificados... Todas estas crianças nunca ouviram falar em guerra...! Isso não deve acontecer. Se quiserem enfrentar Tao, devo pedir que vão embora daqui.

–Entendo.

–Faça o que digo em nome da hospitalidade que lhe oferecemos. Até porque não gostaríamos que fossem embora.

–Tem razão. Precisarei quarenta homens para ajudar os meus a desmontar a aparelhagem, esconder as naves e construir mais moradias. Pode emprestá-los?

–Até oitenta, e se for preciso irei eu mesmo.

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Os iglus de vitroplast foram desmontados e colocados dentro da Hércules, os de gelo foram destruídos. As naves foram afundadas até o fundo do lago, que tinha trinta metros na parte mais profunda; livre de gelo a partir de um metro abaixo da superfície.

Os homens mergulhavam livremente em traje espacial, ajeitando tudo.

Dentro das naves ocorria uma faxina e arrumação geral, deixando tudo preparado para partir em minutos se necessário.

Os cinco aviões de caça e uma patrulheira foram fechados e afundados. Uma ficou escondida perto do lago, embaixo de um monte de neve. A outra ficaria escondida numa cabana de madeira coberta de neve perto da aldeia.

Aldo conservou sua casa, a meio caminho entre o lago e a aldeia, e ao redor começou a construção de novas cabanas para os outros tripulantes. Com Aldo e Inge morariam Boris, Regina, Konstantin e Lídia.

Valerión, Nebenka e alguns tripulantes da Wodan foram morar no meio dos vurians na aldeia, onde em pouco tempo conseguiram se misturar de tal maneira que nem eles mesmos reconheciam-se na multidão.

Os vurians eram um povo inteligente, limpo e trabalhador e acolheram os visitantes de bom grau.

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A Rainha das Estrelas.

–Por quê?

A pergunta de Aldo não surpreendeu o chefe Lian-Ee. Já a esperava.

–Há uma profecia mais velha do que este bosque, a qual nos diz que chegará uma Rainha das Estrelas, com um príncipe no ventre, que nos governará sabiamente por muitas estações.

–Acham que ela é minha esposa? – disse Aldo – Por isso nos acolheram bem?

–Sabemos que é ela – disse o chefe de clã.

–Mas nunca a viram antes! – Aldo estava incrédulo.

–A vimos descer da nave, caminhar e dar ordens como uma rainha... – disse o chefe Lian-Ee, cheio de emoção – Além do mais, espera um filho, um príncipe.

–E se nascer uma mulher?

–Nascerá um príncipe, um homem. Nossa médica nunca se engana.

–Médica?

–A sábia Ruddah. Ela abençoará o príncipe ao nascer e escreverá o acontecimento como deve ser, no Registro Vur-ho.

–O que é isso?

–Nosso livro sagrado. Nele estão relacionados todos os grandes e pequenos fatos da história de nosso povo, desde que nossos antepassados chegaram das estrelas, quando seu lar foi destruído pelo demônio Alakros...

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Continua em: O PRÍNCIPE DAS TERRAS FRIAS.

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O conto A RAINHA DAS ESTRELAS - forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase I - Volume III, Capítulo 21; Páginas 39 a 45, e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:

http://sarracena.blogspot.com.br/2015/01/hoje-17-de-janeiro-de-2015-em-saturno.html

O volume 1 da saga pode ser comprado em:

clubedeautores.com.br/book/127206--Mundos_Paralelos_volume_1

Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 31/10/2016
Reeditado em 22/02/2020
Código do texto: T5808396
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