ENCONTRO EM PLUTÃO

Plutão.

O pequeno planeta antigamente era considerado o marco final do sistema solar conhecido. Atualmente é o maior membro conhecido do Cinturão de Kuiper, uma região de corpos além da órbita de Netuno.

Como outros membros do cinturão de Kuiper, Plutão é composto primariamente de rocha e gelo e é relativamente pequeno, com aproximadamente um quinto da massa da Lua da Terra e um terço de seu volume.

Ele tem uma órbita de uns 250 anos terrestres, altamente inclinada e excêntrica que o leva de 30 a 49 UA do Sol. Isso faz Plutão ficar

periodicamente mais perto do Sol do que Netuno.

Plutão tem cinco luas conhecidas: Caronte; a maior, com metade do diâmetro de Plutão, Estige, Nix, Cérbero e Hidra.

A eclusa do hangar da Amarna abriu-se e a patrulheira do coronel Alan, acompanhado de Iara e Huáscar, que estava adorando pilotar a pequena nave marciana; emergiu rumo ao pequeno planeta gelado.

Planícies de ar sólido, montanhas de gelo alotrópico, constituíam a gelada paisagem. A única luz existente era das estrelas. O sol, a quase 5.900.000.000 de kms era mais uma estrela entre tantas. Algumas partes lisas de gelo refletiam as estrelas e ocasionalmente a luz do plasma dos tubos da nave.

–Dois graus a bombordo, mestre Alan – disse o tigre, que com seus treinados olhos de experimentado astronauta nada deixava escapar.

–Um acampamento mineiro – disse Alan.

–Sim, estão extraindo gelo do interior da montanha.

–Fazem as coisas em grande, vejam a maquinaria enorme – disse Iara.

–Essas máquinas devem ser milkaras – disse Alan – ou talvez confederadas. Nunca vi coisa igual, desse tamanho.

–Estão minerando gelo para converter em água e ar para as naves confederadas e talvez outras – disse Huáscar.

–Parece que há gente por lá.. – disse Alan – vamos descer mais.

–Para mim são robôs – disse Huáscar – não há indicação de vida nos sensores.

–Mas deve haver gente que controle tudo, Huáscar – veja de novo.

–Talvez há gente mais adiante – disse Iara – aquilo lá parecem construções parecidas com as de Ganímedes.

–Sim – confirmou Huáscar – há uma pista sinalizada.

–Vamos pousar.

–De acordo, mestre Alan.

Logo a patrulheira tocou o solo de Plutão com suavidade, pilotada pelo tigre Huáscar, capitão da Amarna.

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O posto de troca estava composto de colonos hiperbóreos, milkaros de Calisto e espanhóis de Io. Os recém-chegados foram recebidos com curiosidade.

–Sejam bem vindos – disse o colono Díaz, comandante do posto.

–Obrigado – disse Alan – estamos encantados de conhecer este lugar.

–É bastante modesto, nos revezamos cada vez que chega uma nave de carga.

–Estamos interessados em contatar com tripulantes de naves da Suprema confederação – disse Huáscar em raniano – Para isso que estamos aqui.

–Perderam a viagem – respondeu Díaz na mesma língua – há dois ciclos partiram duas naves, uma de carga para D’Har Minh, e uma de guerra para Erspak.

–Onde é isso? – perguntou Alan.

–D’Har Minh Prime é a capital da Suprema confederação, e Erspak é um planeta agrícola perto daqui, a 1,33 parsecs – interveio Huáscar.

–Alfa Centauro? – aventurou Iara.

–Sim – disse Alan – tudo indica. E a Hércules estava indo para lá.

–Seria bom ir atrás – disse Huáscar – a nave do capitão Aldo tem desenho xawarek e os confederados podem se mostrar hostis.

–Concordo. Vamos!

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Pacha pilotava e o auxiliar Kol estava no táctico.

Iara estava nas comunicações, supervisionada por uma tigresa auxiliar que a treinava. As garras do piloto Pacha dançaram sobre o painel e logo as telas visuais enlouqueceram com o efeito Doppler.

Em seguida os circuitos quânticos adaptaram-se às faixas em que a nave estelar pulsava, entrando e saindo dos níveis normais de espaço-tempo-energia; anularam a ótica da pseudo velocidade dentro da dobra e os tripulantes da ponte voltaram a enxergar o espaço negro e as estrelas quietas à frente e as linhas luminosas aos lados, deslizando para atrás.

–Quanto vai demorar? – perguntou Alan.

–Estamos em dobra cinco ponto cinco – disse Huáscar – menos de cinco dias padrão... 4,81 dias terrestres em suas medidas.

–A Hércules deve estar longe.

–Talvez. Lilla Henna disse que tentaria a capacidade máxima da nave; dobra quatro... Uns 15 dias padrão.

Iara trocou de lugar com a tripulante auxiliar, já que em dobra ficava-se sozinho no subespaço. Nenhuma comunicação podia ser possível, nenhuma onda radial poderia alcançar quem viajasse em dobra, a não ser os sensores Askasi.

–Parece que nosso filho não vai nascer em Vênus – disse ela.

–Acho que não. Mas já sabíamos que não voltaríamos tão cedo.

–Não há problema. Esta aventura vale por todas as que passamos por lá.

–Lembra que te prometi que conhecerias as estrelas, quando saímos da Terra?

–Sim. Nunca, nem por assomo sonhei uma coisa dessas.

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Continua em: ENCONTRO NAS ESTRELAS

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O conto ENCONTRO EM PLUTÃO - forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume IV; Capítulo 35, páginas 151 a 152; e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:

http://sarracena.blogspot.com.br/2009/09/mundos-paralelos-uma-epopeia.html

O volume 1 da saga pode ser comprado em:

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Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 29/03/2017
Reeditado em 02/04/2017
Código do texto: T5955250
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