Invasão: Um Conto Ayoan. Parte 7 - Os Manx.

Os Manx.

Os primeiros raios de sol reluziam no topo do Edifício Principal do Complexo de Conferencias do planeta Ayoayld. Em seus vidros, lisos como espelhos, refletiam-se inúmeros hovercars voando entre altos arranha-céus.

- E quais, quais medidas já foram, foram tomadas? Uma voz robótica abafada tira o embaixador de seu contemplamento. O dono da voz era o ciborgue Lecron, Coronel das forças armadas do Comando Ishtar, que acabara de chegar a Ayoayld para acabar com o problema dos espectros.

- O que? Quais medidas? Bom... Deixei todos os cantos do Planeta em estado de alerta, recrutei novos soldados e distribuí armas entre a população... E... não sei mais o que eu posso fazer! Peroni suspirou triste se afastando da janela.

- Meu pai... Não tem mais nada que possamos fazer, devemos todos partir nas naves cruzadoras interplanetárias, e levar todos e tudo o que pudermos salvar... Pelo o que os Delashians me relataram o que está acontecendo não é nada! A grande invasão dos Daemons ainda está por vir!

- Sim minha filha! Mandarei prepará-las imediatamente, em breve receio que precisaremos delas! Por aqui neste planeta meu trabalho chegou ao fim, e eu falhei!

- Acalmem-se! Ainda nos resta, temos uma alternativa! Diz o Coronel.

O embaixador faz uma careta questionadora e o ciborgue continua:

- Não que esta idéia me agrade, seja boa, muito pelo contrário, ela me abomina, é arriscado dar tal sugestão! Mas... E os Manx? Porque não pedimos, entramos em contato e solicitamos sua ajuda? Este povo, sabemos, é formado por fortes guerreiros, que já enfrentaram, destruíram diversas criaturas por onde passaram, estiveram neste universo afora!

- Os Manx são piratas! Eles não aceitariam nos ajudar! Pelo menos não sem receberem algo em troca! Não, isto é inadmissível! Está fora de questão! Reclama a Capitã.

- Se não lutarmos, confrontá-los, talvez nem suas naves cruzadoras consigam, cheguem a decolar! Não sabemos quanto tempo temos, nos resta! Os Manx podem nos ser úteis, eles podem nos dar algum tempo! Lecron mexe em seu maxilar de aço fazendo-o estralar.

Devagar o embaixador veste uma túnica azul turquesa, ajeita a gola dourada, respira fundo, senta em sua poltrona, e aperta o botão do tele comunicador:

- Atenção, entre em contato com o Imperador Manx!

Flutuando no espaço estava a Nave Mãe Manx; uma esfera gigantesca com cento e vinte quilômetros de diâmetro, transportando em seu interior dezenas de milhares de seres nativos de sua fauna e flora.

Em pé com as mãos cruzadas às costas, olhando pelo grande vidro que dava para os confins escuros do universo, estava o líder máximo do povo Manx: o Imperador Assur. Com uma presença muito poderosa que facilmente intimidava a todos, Assur, um homem alto e delgado, de cabelos ralos e longas suíças grisalhas, vira-se lentamente e diz:

- Querem que eu reconsidere?

Sentados a uma mesa diante do Imperador estavam Lady Enki, uma espécie de líder militar, e o seu jovem aprendiz: Dark Prometheus.

De pele verde, os Manx eram muito parecidos com os humanos, suas principais diferenças, além de sua cor, se faziam nas mãos de quatro dedos com garras retrateis, e no rosto por suas orelhas pontiagudas e por seus olhos negros.

- Imperador, o senhor nos desculpe a audácia! Mas pense melhor... Reconsidere o pedido de socorro dos Ayoaylds! Fala Lady Enki.

- Eles não merecem ser ajudados! Esperarei até que morram e depois assumirei o controle daquele planeta!

- O senhor só pode estar de brincadeira! Diz o jovem Prometheus levantando irritado, esmurrando a mesa.

- O que? O imperador arregala os olhos. – Cuide o modo com que fala aprendiz! Lady Enki, esta será a ultima fez que aturarei a indisciplina de seu discípulo!

- Mas só pode ser brincadeira! Negar um pedido de socorro dos Ayoaylds em troca de um bom acordo que nos beneficiaria, só pode ser brincadeira! Mas o senhor é quem sabe... Eles têm minerais indispensáveis para a nossa sobrevivência, além de espaço naves, armamentos, e projetos tecnológicos! Enumerou nos dedos o jovem Prometheus voltando a sentar.

- Por favor, reconsidere Imperador! Estamos passando por dificuldades jamais vistas em nossa história! O povo não está mais aguentando! Discreta, Lady Enki recrimina seu aprendiz com uma cotovelada.

- Parece que esqueceram quem manda aqui! Não farei acordo algum, agora saiam!

Há anos, o Planeta natal Manx, um lugar minúsculo e miserável, já não suportava mais sua população que crescia assustadoramente a cada dia vivendo em completo sofrimento. Quando jovem, Assur, oriundo de uma das famílias mais ricas e influentes do planeta, liderou uma revolta, exterminando um a um todos os reinos que ousaram resistir, formando assim o Primeiro Império Manx, que tinha como único objetivo sair pelo universo e conquistar planetas para salvar seu povo.

- O imperador está inválido, louco delirando, já está na hora de fazermos alguma coisa, senhora! Falou o jovem Prometheus caminhando pelo corredor.

- Cuidado com a boca moleque!

- Lady... Com todo o respeito! Mas, com ou sem sua permissão, liderarei as tropas e partirei para Ayoayld! Ajudarei a expulsarem os invasores e depois uma vez dentro de sua órbita, atacarei, matarei e dominarei aquele mundo!

- O que?

- É melhor a senhora não se opor, se não eu...

- Se acalme... E nunca mais pense em me ameaçar! Prepare todas as nossas naves! Convoque todos os nossos soldados! Partiremos agora mesmo para Ayoayld!

Jovito Rosa
Enviado por Jovito Rosa em 28/11/2017
Código do texto: T6184929
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