Inferno de Turin

Cyntia Celena, passou dois anos sem sair de sua casa. Tinha mil amigos, com os quais se comunicava pelo celular usando aplicativos de texto, mas, há dois anos não olhava nos olhos de ninguém.

Todo dia, escrevia para mil pessoas, mas, não falava uma única palavra em vóz alta.

Toda hora, escrevia mil risadas, mas, não esboçava um único sorriso.

Mandava mil beijos, mas a muito tempo, seus lábios não tocavam os de ninguém.

Milhões de abraços, mas, a lembrança do último calor recebido já havia desvanecido de seu peito faziam eras.

Cyntia queria sair, queria ver pessoas de verdade, tocar, beijar, rir, abraçar, mas, não consegueria fazer isso sem deixar de dar atenção para seus mil amigos digitais. Morria de medo de perdê-los. Morria de medo de sentir-se sozinha.

Cyntia não sabia, que tudo que sentiu nos ultimos dois anos, foi apenas a forma mais dolorosa de solidão. Ela participava sem saber, de um cruel experimento, para descobrir quanto tempo uma pessoa poderia se comunicar apenas com programas de inteligência artificial.

=NuNuNO==

(Que cada vez odeia mais o sabor artificial identico ao natural, de comunicação)