A PROMESSA II - o resgate

A PROMESSA II (O Resgate)

“...Eu prometo que volto pra te buscar.

Depois disso atirou nela e se foi...”

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No ano de 2100, Públio e Robéria eram agentes temporais. Combatiam o crime intergaláctico e temporal onde quer que fosse. Nesse tempo muitos terroristas se levantaram para transformar a terra num só governo totalitário. Diversos loopings temporais foram criados para que partes da história fossem alteradas e a humanidade não se tornasse naquilo que conhecíamos séculos atrás.

Longe dos noticiários, o casal combatente que viera do futuro, entre os portais que abriam, muitas vezes salvaram a terra de constantes ataques e mudanças horripilantes na linha do tempo da existência das nações. Ditaduras teriam permanecido por muito tempo, déspotas perdurariam no poder, líderes e rainhas sem piedade ao seu semelhante se manteriam vivos com um poder genocida ainda maior, se não fosse a intervenção temporal desse casal que, foram criados geneticamente em laboratório como humanos para esse fim.

Amavam-se intensamente, mesmo sendo quem eram.

Porém durante uma incursão temporal, o dr. Vaingteinsger, o maior criminoso temporal criou uma máquina que refazia os loopings temporais e os tornavam eternos. O anseio do Dr. Vaingteinsger era alterar por completo a história da humanidade para que, controlando o tempo e seus portais, dominasse o mundo através de todas as potencias mundiais. Ele seria o mandante do nazismo de Hitler, do Stalinismo e Maoismo, do fascismo de Mussolini, das perversidades de Ranavalona em Madagascar, da crueldade de Diocleciano, enfim... todas estariam sob seu poder máximo.

Ele possuía muitos robôs em seu favor programados para matar e defende-lo a qualquer custo.

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Públio acordou em sua cápsula temporal, após voltar de uma viagem.

Ele olhou para sua esposa que também voltava de uma viagem em sua cápsula individual e num olhar tão intenso que já dizia tudo, se abraçam e se envolvem num apaixonante beijo. Após o amor ter seu ápice, descansam juntos em sua cama.

Eles sabiam que não seria qualquer desafio, mas o maior de todas as suas vidas.

O casal, ao acordar ficou se olhando em silencio por alguns minutos. Ela coberta até os ombros com o lençol. Ele, com o tórax desnudo, lembrava-se de todos os bons momentos que tiveram juntos em tantas batalhas:

- Amor, lembra-se de Pequim? Onde quase morremos para aquele raio mortal?

- Como não lembrar? Se não fosse eu naquela hora para disparar na cabeça daquele verme com cara de gente você e eu sequer estaríamos aqui.

- Oh mulherão que eu tenho em casa, né. – Públio apertava as costelas de Robéria enquanto dizia isso. - Mas em Auschiwitz você quase foi sufocada pela câmara de gás.

- Mas eu nunca seria porque tenho o melhor marido do mundo. Você foi mais rápido que aqueles robôs nazistas de merda.

- Sim, fui. Mas ainda lembro-me do cheiro do gás que inalei. E só em pensar que quase te perdi...

Públio abaixa a cabeça e faz silencio.

- Amor – Robéria levanta a fronte do seu marido com um suave toque no queixo dele. – vai dar tudo certo. Não vamos perder para Vaingteinsger.

- Meu amor... o que será do nosso filho? – dizia colocando a mão na barriga de sua esposa coberta pelo lençol.

- Ele nascerá e será um sobrevivente como nós. Não vê que somente os fortes conseguiram suportar aquela última guerra em Roma? Estamos protegidos aqui dentro. Ele também estará.

- Mas amor, a vida não é aqui dentro. É lá fora.

- Você vive onde quer que seja. O importante é resistir e enfrentar a morte se ela der as caras. Foi nosso lema, não foi?

- Foi amor.

O silencio soprou de leve mais uma vez naquela cama. Ambos olharam para a parte final do lençol. A dúvida assola seus corações. Uma mescla de medo e coragem, apreensão e determinação os incomodavam, já que muitos dos seus colegas de combate já foram mortos por Vaingteinsger.

- Ei – Públio se senta e aproxima as duas mãos no rosto de Robéria – vamos fazer um trato?

- Qual seria, amor?

- Promete que vai me amar pra sempre?

- Prometo. – ela se senta cobrindo seu busto com o lençol e entrelaça suas mãos nas do seu marido. – Sua vez de prometer agora. Tem que ser uma promessa melhor que essa.

Ele olha para os dedos de sua esposa que se envolviam com os dele. A aliança no anelar de ambos reluzia como os olhos de Públio que começavam a marejar:

- Prometo te amar pra sempre e permanecer pra sempre ao seu lado.

Ela deixa uma lágrima rolar de sua face e um sorriso triste aparecer.

- Amor, escute – Públio levanta o rosto de sua amada – e como prova disso, vamos permanecer pra sempre lutando. Onde você estiver irei te buscar pra ficar comigo. E esse momento que tivemos juntos se repetirá para sempre.

Eles se beijam intensamente mais uma vez. O alarme tocou. É hora de se preparar.

Após vestirem seus trajes temporais, ambos pretos com o símbolo de um espiral azul no peito, se armam com bombas, granadas, lasers e armas tecnológicas.

O computador recebeu uma mensagem informando a localização temporal de Vaingteinsger. Era um laboratório subterrâneo na Sibéria.

Antes de entrarem em suas cápsulas individuais e programarem o local de entrada, ambos dão as mãos e fazem uma oração.

- Prometo que estaremos juntos pra sempre. – dizia Públio fixando seu olhar em Robéria.

Mais um intenso beijo e entraram em suas cápsulas.

Reajustaram a cápsula para 2010 e se dirigiram até esse ano. Um estrondo forte aconteceu quando ambas as cápsulas temporais desapareceram bruscamente naquele laboratório.

Ao chegarem no local, Públio percebeu que apenas sua cápsula tinha chegado. Ele foi teletransportado para dentro de uma sala secreta onde encontrou soldados caídos no chão e sua esposa caída desacordada. Antes que ele se aproximasse corredo em direção à ela, um tiro de laser o acerta. Era Vaingteinsger que o aguardava:

- Ora, Ora, se não é o casal do futuro. Amo esse tipo de piada. Veio resgatar sua esposinha, meu caro Públio?

Públio tenta se recuperar do tiro que recebera e se levanta com dificuldade.

- O que você fez com ela, seu maldito? Como ela chegou aqui primeiro?

- Não é tempo para explicações – vociferou Vaingteinsger – agora meu plano está quase acabado. Só que ainda tenho vocês dois como pedra no sapato. Por isso vou liquidar vocês imediatamente.

Públio avançou para cima de Vaingteinsger ativando seu escudo holográfico se defendendo dos tiros a laser e se esquivando dos demais disparos e com a agilidade de um leopardo agarrou Vaingteinsger pelo pescoço e atirou seu peito.

Ele caiu no chão e ficou se contorcendo lentamente devido o disparo. Públio mirou em sua cabeça e quando ia se preparar para finalizar com Vaingteinsger, sua esposa, que havia se erguido, lhe gritou:

- Públio, chega!

Ele olha atônito para Robéria por causa das palavras que proferiu.

- Amor... como assim chega? Temos que destriur esse miserável. Eu vim te resgatar e para isso preciso acabar de uma vez com...

- Públio, nós perdemos a guerra!

- O... O que? Como assim?

Ele vai correndo até sua esposa e a segura nos braços.

- Amor, Vaingteinsger foi morto por você, mas ele conseguiu abriu o looping temporal antes. Chegamos tarde.

- Mas espera, do que você está falando? Eu ia matá-lo agora – Públio olha para trás e vê Vaingteinsger imóvel no chão, já morto.

- Querido, você já o matou, mas eu também morri.

- Espera! Você é uma espécie de clone? Está tentando me enganar? Do que está falando, Robéria? Fizeram alguma lavagem cerebral na sua cabeça? Como você veio parar aqui primeiro que eu? Saímos de casa juntos e...

- Não amor... não saímos juntos. Eu saí sozinha. Você morreu na viagem que fez antes de voltar pra casa.

Públio não acredita no que está ouvindo e começa a gaguejar e suar frio:

- Mas como assim morri?

- Amor... olhe para meu pescoço.

Públio olha e percebe que existe um número de inscrição no pescoço.

- O que é isso, Robéria? O que quer dizer esses números?

- Amor, você não entende? Você já olhou para seu pescoço?

Públio se afastou da sua esposa e foi até a tela quebrada do computador já destruído daquela sala. Havia um numero em seu pescoço também tem uma inscrição.

- O que significa isso?

- Amor, nós somos clones. Vaingteinsger quem nos criou. Nós apenas nos rebelamos contra ele.

- Não! Isso não pode estar acontecendo! Não! Não! E como você morreu?

- Entenda querido, quando você viajou no tempo para cá, você não estava vindo, você estava voltando.

- Como assim voltando?

- Públio meu bem... essa já é a centésima vez que você se teletransporta para cá.

- MAS COMO? POR QUÊ?

- Lembra-se da promessa que você me fez? Você me achou aqui caída e matou Vaingteinsger. Após isso esse laboratório explodiu. Nós três morremos.

- E como estou aqui outra vez?

- Você correu para dentro da cápsula e atirou nela. Fazendo isso você destruiu o sistema da cápsula de maneira que ela agora está num looping eterno, que sempre volta para esse momento, todas as vezes que você foge da explosão.

- Como eu fiz isso?

- Você olhou para mim e disse: Eu prometo que volto pra te buscar.

Depois disso atirou nela e se foi...

(Inspirado nas lindas obras de JULIANA MONTENEGRO e CJ OLLIVEIRA: A PROMESSA e A PROMESSA III)

Leandro Severo da Silva e Juliana Montenegro & CJ OLLIVEIRA
Enviado por Leandro Severo da Silva em 01/06/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6662189
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