Apenas uma poeira no espaço.

Estive lá em todos os momentos de destruição, em todos os momentos que os seres humanos buscavam respostas e culpavam qualquer outo ser, na justificativa pelo que estava acontecendo.

Estava lá, a cada cem anos, e todos os dias. Estava sempre levando para um caminho de paz e descanso, todos que estavam cansados de tantas guerras e batalhas, vencidas ou perdidas.

Estava lá, assistindo cada passo de Liesel Meninger, roubando livros na Alemanha, na época nazista, levei todos os seus amigos e família.

Estive também vendo todo o sofrimento de Anne Frank e toda sua maturidade e sensibilidade diante da situação.

Estive observando cada dia que alguém suplicava para não ir, e aqueles que mesmo com medo, pegavam minha mão com tamanha humildade e certeza que viveram e fizeram tudo o que podiam.

Em todos os momentos mais sofridos da humanidade, momentos de puro caos...percebi olhando para o fundo de suas almas desesperadas, que tudo que as pessoas mais queriam, era um último momento com aqueles que amavam.

No fundo o ser humano é um emaranhado de conexões, não falo das conexões neurais, mas daquelas que muitas vezes não podem ser explicadas. Conexões de amor, calor, carinho e preocupação. Abraços e conversas. É impossível ser feliz sozinho.

E em momentos de catástrofes, são os momentos em que a humanidade mais sente a minha presença e são essas momentos em que elas sentem solidão e mais se dão conta da importância que tem, um amigo.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 24/03/2020
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