LIMIAR DA HUMANIDADE - CAP - 24 - 25 - 26

TENTANDO VOLTAR A ATIVA.....

CAPÍTULO 24

-Alô.

- Sr. Feitosa?

- Ele mesmo. Quem fala?

- Oi Sr. Feitosa, tudo bem, aqui é o Alisson, o amigo do seu filho Clayton.

- Oi Alisson, tudo bem? E o meu menino, está aí? A mãe dele está querendo ter uma palavrinha com ele....

- O Sr. Feitosa, eu estou na entrada de uma caverna, o Alisson voltou até a cidade para comprar mantimentos e equipamentos que vamos precisar para explorar essa caverna, mas com ele está tudo bem.

- Graças a Deus. Rapaz, o noticiário ultimamente está falando que ai está acontecendo certas coisas. Aparições de UFO, luzes no céu....

- Isso lá é verdade seu Feitosa. Mas sabe como é, as vezes o povo vê um simples raio no céu e já fala que é um UFO ou coisa que o valha.

- É, tem razão, o povo tem muita imaginação, ainda mais aí cidade pequenina....

- Isso, Bom, Sr. Feitosa, dá um grande e forte abraço na dona Silvia e nos gêmeos. Acho que devemos ficar aqui mais uns quatro, cinco dias.

- Tudo isso menino?

- É. O senhor conhece seu filho melhor do que ninguém né? O Clayton está entusiasmado com as cavernas daqui....só fala nisso....

- E eu não sei? Não sei para quem puxou, na família não tem ninguém que gosta de cavernas, mas esse aí.....

- Sr. Feitosa, a bateria do celular está acabando, depois eu falo para o Clayton ligar aí e falar com o senhor e a dona Silvia. Fica com Deus.

- Você também querido....manda um abraço pro danado do Clayton, a mãe dele vai ficar chateada de não conseguir falar com ele agora.

- Fala para ela não ficar não. Logo que ele voltar eu peço para ele ligar. Tá bom?

- Tá bom moço. Tá bom....

0 Alisson desliga o holorádio que usou para o contato. Na tela do Sr. Feitosa, aparece o número do telefone celular do amigo do filho, de forma que ele não desconfie de nada.

Espaço Sideral, perto da órbita de Caronte, lua de Plutão.

- Grande Tham, entramos no sistema espacial indicado por Manhum.

- Um momento, estou a caminho da sala de comando. Mande batedores à frente. Todo cuidado é pouco.

- Como ordenar Tham.

Da nave capitânia Nuu saem 10 pequenos jatos com apenas um ocupante, eles devem ir à frente da frota, mapear a região e verificar possíveis armadilhas defensivas preparadas pelos habitantes daquele setor do espaço.

- Atenção todos, o Grande Tham entrou na sala de comando.

Todos os nuus que até então trabalhavam concentrados em suas funções, levantaram das cadeiras e ficaram em uma posição rígida. Um dos braços colado ao corpo, enquanto o outro era jogado ao ar, Um historiador poderia classificar aquele gesto como a saudação romana, que inspirou as saudações fascistas da Itália de Mussolini e da Alemanha nazista.

Uma cadeira se projeta da fuselagem, na verdade uma cópia do trono de onde os Thams governaram e ainda governam o povo nuu. VARGHYES senta-se. Após o que todos os membros presentes na sala de comando voltam a seus afazeres. No espaço os batedores avançam com certa lentidão.

CAPÍTULO 25

- Tham....

O ser que ostenta o título permanece mais alguns segundos em obstinado silêncio, mas finalmente resolve responder.

- Fale. – como convém a um dirigente ele vai direto ao ponto.

- Nosso explorador Manhum Mad solicita uma audiência.

- Este é o explorador que enviou a mensagem? Ele não está na lua do mundo ao qual nos dirigimos?

- Sim, desculpe Tham, ele realmente está em uma antiga base construída no satélite do mundo ao qual estamos indo. Ele pediu uma audiência virtual.

O Tham, novamente fica em silêncio, enfim responde:

- Complete a ligação.

Uma tela holográfica se forma à frente do Tham, ela mostra um Nuu jovem que permanece prostrado sem se atrever a olhar para o dirigente. O Tham sorri com a demonstração de zelo e respeito.

- Levante-se.

O ser se levanta, mas ainda não ousa encarar o governante.

- Tendes autorização para me olhar Manhum, espero pelo teu relatório.

Um sorriso, se é que podemos chamar aquela expressão de um sorriso, se forma no rosto de Manhum.

O Tham escuta com paciência o relato de seu agente, e parece feliz com tudo isso. O mundo ao qual sua frota se encaminha não parece suficientemente equipado para fazer frente aos Nuus. Uma invasão será fácil e, decerto eles conseguirão fazer muitos escravos. O governante Nuu sorri e agradece a seu espião.

Na base de Iporanga os militares começam a acordar do choque provocado pelo teletransporte. O Major Freitas se mexe vagarosamente, sentindo no corpo dores e uma forte tontura. Ele olha para os lados e vê Capitão Feijó ainda desmaiado. Um som baixo, como uma porta pneumática se abrindo toma conta do ambiente e um ser metálico se aproxima.

- Paciente um em processo de recuperação, paciente dois ainda sob efeitos... – não houve tempo para o robô acabar de dizer seja lá o que fosse dizer. Mesmo com o corpo sob o impacto de forte dores e muito tonto o Major pegou um pequeno banco que se encontrava na sala e com ele desferiu violento golpe contra o robô. Este pego de surpresa, sofreu forte impacto, mas para espanto do Major nada aconteceu.

- Paciente um está agressivo, peço permissão para sedar o mesmo.

- Aguarde, vou me comunicar com o descendente.

- O que é você? Onde estou? O que fizeram comigo e com o Capitão.

Uma voz monótona e metalizada se faz ouvir.

- Paciente um e paciente dois., militares do exército brasileiro, foram teletransportados para o interior da base a mando dos descendentes Clayton e Alisson. Estão sob cuidados médicos, pois o corpo humano não está acostumado a suportar a dor resultante da desmaterialização e rematerialização que ocorre durante o teletransporte. Descendente Alisson já foi informado acerca de vossa recuperação e está a caminho para que possa lhe informar de tudo que deseja saber.

Novamente o som, um chiado seco, se faz ouvir, um lado da parede desliza e Alisson, enfiado em um vistoso uniforme dos antigos construtores entra no quarto.

CAPÍTULO 26

Ele se levanta da mesa e olha para a mesma. Muitos papéis cobrem o tampo, uma relativa desordem parece imperar. Há dois notebooks ligados. Não há dúvida, ele é uma pessoa ocupada. Aproxima-se da janela de seu escritório, localizado no 23° andar do prédio da ONU em Nova York – EUA. Tira os óculos e solta um suspiro abafado. Seus olhos parecem olhar algo do lado de fora da janela que só ele vê. Ledo engano, é apenas a visão do Sol, se pondo preguiçosamente.

Ozim Khadaf, embaixador da África do Sul, já frequenta a ONU, em nome de seu país há 12 anos. Ele já viu muita coisa acontecer, tanto situações que mudaram o mundo para melhor, como, mais comumente, aquelas que mudaram o mundo para pior. Esta semana sua sagacidade parece lhe alertar que há algo estranho no ar. Chineses e Americanos estão agindo de forma muito mais pragmática do que o normal. Os americanos com seus eternos aliados – Reino Unido, Canadá, França, Japão, Coréia do Sul, Austrália, e, de forma geral, todos os países da União Européia, além de Israel e de alguns países árabes, como a própria Arábia Saudita, Emirados.

A China tem seus aliados também – Coréia do Norte, Cuba, Vietnã, mas estes parecem que ainda desconhecem o que se pode esperar de seu aliado gigante.

Para Ozim essa estranha movimentação só pode ser encarada como algo que pode mudar novamente o mundo. Ele tenta aglutinar os chamados países emergentes – Índia, Brasil, México (se bem que este é mais ligado aos americanos do que ao emergentes). Atraindo o Brasil, ele acaba por alcançar o restante da América do Sul, além disso, há, na própria África, países que podem se aliados no caso dos gigantes (EUA – China) tentarem impor medidas que possam prejudicar a outros países.

Ozim, espera, com a paciência de quem já vivenciou períodos nebulosos, ele sabe que algo virá, só não sabe o quê....

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Base Alienígena em Iporanga – São Paulo – Brasil

- Quem é você? O que faz aqui? O que eu estou fazendo aqui? E, pelo amor de Deus, o que é essa coisa – diz e aponta para um dos robôs médicos -. Eu quebrei um banco na cara dele e foi como se tivesse fazendo um carinho. E o que fizeram com meu capitão????

Alissom sorri ao olhar para o major, ele mesmo já havia estado nessa situação de querer muitas respostas.

Da cama ao lado uma voz se junta a, até então, solitária voz do major. O capitão Feijó pega até mesmo o Major Freitas de surpresa.

- É bom que tenha muitas explicações para dar..

Freitas se aproxima do capitão.

- Como se sente?

- Dores no corpo, intensas senhor.

Pela primeira vez Alissom acredita ser chegada a hora de interagir com os militares.

- Calma senhores. Esses são sintomas típicos da desmaterialização e posterior rematerialização e que ocorrem no corpo humano que não é acostumado com esse tipo de procedimento. Quanto as dores e tontura o que posso fazer é solicitar que Omega faça uma equipe médica lhes ministrar certos medicamentos que vão fazer efeito em pouquíssimo tempo.

- Pelos deuses, o que é Omega??? Há médicos por aqui?

Alissom apenas indica os autômatos, o que causa certo desconforto nos militares.