DORMINDO EM PÉ, DORMI DEMAIS

Passei uma grande parte da minha vida dormindo, dessa forma, praticamente, dormi desde o meu nascimento até aos 19 anos de idade. Então, próximo de completar 20 anos, eu quis acordar, pois, já ouvia algum barulho no mundo lá fora. Entretanto, fui convencido e também vencido por uma sonolência, onde, por incrível que pareça, passei outros 16 anos nessa condição. Por isso, foram gastos 36 anos da minha vida nas longas horas de sono contínuo.

Dito isto, o mais engraçado dessa soneira toda, é que, após passar quase quatro décadas dormindo ininterruptamente, ainda preciso dormir mais umas 6 a 8 horas de sono por dia, pelo menos. Depois que acordei definitivamente, até tentei passar noites a fios, acordado para tentar recuperar todo esse tempo perdido. Mas, fui vencido novamente pelo cansaço, pela falta de concentração, além disso, muita, e, muita moleza. Dessa maneira, quase exausto, chequei a tal ponto que as pessoas pensaram que eu estava embriagado por tomar cachaça demais. Outros, chegaram considerar a hipótese de eu estar sob efeitos de substâncias ilícitas, pelo aspecto desleixado, além de faltar com as responsabilidades básicas.

Assim sendo, fiquei desnorteado perambulando por essa cidadezinha do interior, dia e noite, semanas, após semanas sem dormir. Segundo vários relatos, as pessoas me seguiam para descobrir onde era o esconderijo da pinga e também das drogas que supostamente abastecia-me para ficar naquele estado. No entanto, não descobriram nada, pelo fato, de estarem errados! Pois, o meu problema era sono, e, somente sono, e, nada mais!

A situação ficou ainda pior, por isso, chegou ao extremo. Dessa maneira, passei a andar de olhos fechados, esbarrando numa, e em outras coisas, às vezes derrubando algumas, porque estava dormindo em pé. Porém, não parava de andar, mesmo com os grandes tombos que levava, pois, me aprumava novamente e cambaleando seguia em frente.

Mas, não parou por aí, por isso, a situação foi se agravando cada vez mais. As minhas roupas além de sujas, estavam rasgadas a tal ponto que, já não cobriam mais o meu corpo. Então, quando, o último pedaço de pano ensanguentado ficou agarrado numa cerca de arame farpado, onde eu passara rasgando a pele naqueles espinhos de ferro, passei a andar completamente nu.

A cidade estava em pânico, pois pensaram que me transformara em um maníaco sexual. Mas, não era isso! Era, somente, sono demais! Por isso, eu continuava dormindo em pé, além do mais, desligado do mundo. Então, reuniram uma multidão, e, me agarraram, depois com mangueiras e baldes me deram um belo banho numa praça pública. Além do mais, usaram vassouras para tirar as enormes crostas de sujeiras grudadas no meu corpo, pois, ninguém mais se lembrava, quando fora o meu derradeiro banho. Por último, me vestiram roupas novas. Mas, mesmo depois disso tudo, ainda continuei dormindo.

Em seguida, segundo constam outros boatos, saí em direção a uma grande fogueira acessa, e todos ficaram parados pensando que eu iria desviar daquele fogaréu. Entretanto, não desviei, sendo assim, a multidão ficou aflita, todos tamparam os seus rostos com as mãos para não ver o meu fim imediato. Enquanto isso, eu atravessava em câmara lenta, aquele mar de fogo e fumaça. Todos ficaram ainda mais pasmos, quando saí do outro lado, como se nada de mais tivesse acontecido. As roupas novas, naquela hora, estavam em chamas. Além disso, os meus pés descalços estavam cheios de brasas bem acessas e grudadas neles, fritando a minha carne viva, enquanto exalava um cheiro forte de churrasco na chapa. Então, apagaram as chamas com as mangueiras e com os baldes que usaram para aquele banho público.

Depois disso tudo, escapei das garras da multidão, pois, não tiveram coragem de me segurar porque ficaram com nojo. Uma vez que, a minha pele estava queimada e se soltando sozinha, além do mais, ficando na carne viva. Era uma cena de real, mas, como se fosse um filme de terror. Mas, não era, pois, naquele momento eu já sentia dores, é, muitas dores. Além disso, senti o cheiro de carne assada que era real. Além do mais, sentia fome, pois, meu intestino estava vazio há dias, e completamente zerado, além disso, roncava muito, pois, não tinha nada lá dentro, além de lombrigas, é claro. Porém, mesmo assim, não parei de andar, e, nem abri os olhos.

Por fim, pensaram que eu estava possuído por algum espírito maligno. Mas, não era isso! Era, apenas sono demais, e muito sono. Além disso, tinha fome, e muita fome. Entretanto, eu não queria dormir, pois, passara quase 04 décadas dormindo, por isso, estava disposto a não dormir. E assim, segui a vida, dormindo em pé, e sem parar para comer.

FrasesFeitas % FilosofiaPopular 11/10/21

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Autor PaginaUnica

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Enviado por LivroDeUnicaPagina em 12/10/2021
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