Futuro Próximo

Planeta Terra. Ano de 2121. Os problemas das guerras, das pestes e da fome foram absolutamente erradicados, com o aperfeiçoamento do genoma humano e sua replicação. Agora existiam somente quatro biotipos de seres humanos: o alfa-calcasianus, o alfa-asiaticus, o alfa-africanus e o Supremus. O Supremus estava no topo da sociedade: era o biótipo responsável pelos governos, finanças, colonização de planetas e, o mais importante, pela replicação em laboratório de novos seres humanos. Os outros biótipos formavam castas responsáveis, cada uma, por determinada tarefa. A reprodução sexual fora eliminada com o contraceptivo-x, inoculado em toda a população pela água por ela ingerida. Doravante seriam gerados somente os quatro biótipos, seres humanos com capacidades físicas e intelectuais máximas, e não seriam miscigenados entre si. E todos seguiriam a liderança dos Supremus.

Tudo estaria perfeito se não fossem os Guetos. Humanos primitivos que, por ideologia, insistiam na reprodução sexuada, na miscigenação e em outras práticas bárbaras e atávicas. Refugiavam-se em locais ermos e insalubres, não bebiam da água tratada. Os Guetos, organizados na “Confederação”, travavam guerras por meios militares e terroristas contra o “Governo Uno”, a comunidade que aperfeiçoou o homem e o elevou á máxima potência.

Doug era um Supremo. Filho do Dirigente Augustus, um dos membros da Tríade, estava fadado, como todo o cidadão do Governo Uno, a seguir a carreira de seus pais, no seu caso a política. Algo acontecera com seu treinamento psíquico (isso era como se chamava a educação, nessa época).

Doug tinha outros planos.

[Continua num futuro próximo]