Gael e o ninho ( parte 1)

A entrada da cidade parecia mas, com uma porteira para uma fazenda. A placa dizia seja bem-vindo, mas não me sentia assim. Sair de uma cidade grande, para uma que fica no interior de um estado diferente do meu, não era bom.

Deixei uma namorada e meus amigos para trás, e da janela daquele honda civic eu somente conseguia enxergar o ultimo olhar de Ana para mim, era um adeus para ela e para minha cidade natal.

- Não é bom ficar com esse olhar mocinho!

Minha mãe sempre foi meu porto seguro, mas naquele momento eu não queria estar ali e isso era visível. Mas filho de militar sofria assim mesmo, meu pai foi destacado para o segundo distrito policial de Dom Eliseu. Uma cidade no interior do estado do Pará.

- Eu não entendo porque tenho que vir junto?

- Gael, somos uma família e ficamos juntos em todos os momentos, eu fui escolhido para estar aqui, e os dois vem junto pois somos uma família unida.

Não tinha como ir contra o pensamento conservador do meu velho, mas eu não queria ficar naquele fim de mundo, meu plano era simples, fazer dezoito anos e cair o fora o mais rápido possível.

- Tudo bem, o senhor esta certo. Uma família fica unida, eu só estou com saudade da Ana.

- Você irá encontrar outra rapidinho, garotas tem aos montes espalhadas por ai.

- Mas eu a amo pai.

Meu pai abriu um sorriso e me disse que Ana poderia nos visitar nas férias, ou se caso eu me comportasse poderia ir ver ela. isso acalmou meu coração, seriam somente seis meses até ver ela. Quando chegamos na avenida principal da cidade chamada Avenida JK, viramos a esquerda e fomos para um bairro chamado Planalto, nossa casa ficava na rua Rio de Janeiro. Era muita ironia mesmo, a casa era grande e muito espaçosa, do jeito que minha mãe gostava, havia uma garagem, uma piscina nos fundos, um jardim na frente, era um imóvel de três andares, de cor neutra.

A sala de visitas ficava no andar de baixo, junto com a cozinha que ficava numa pequena área. Havia dois rolos de escadas, o primeiro levava aos quartos de hospedes, o segundo aos quartos principais e ao escritório do meu pai.

- E então o que acharam?

Meu velho parecia empolgado.

- Eu gostei, mas qual a senha da Internet?

- Família Daughtry, tudo maiúsculo, depois de falar com Ana me encontre na garagem.

- Sim senhor.

Enviei mas de trinta mensagens para Ana, e liguei várias vezes e não tive retorno. Fiquei triste, mas talvez ela estivesse ocupada, fui até a garagem meu pai estava em cima de uma moto, uma XJ6 para ser mas claro.

- Toma é sua.

Ele jogou as chaves, e o capacete para mim.

- Pai não precisava, da onde saiu tanto dinheiro?

- Isso não é da sua conta, somente aproveite a sua nova vida Gael.

E assim eu fiz peguei a moto e sai, fui ate uma praça chamada de três poderes, foi lá que eu a vi. Alta, pele branca, cabelos loiros como ouro, olhos azuis penetrantes,boca vermelha e carnuda,eu nunca havia visto uma pessoa tão linda na minha vida, e misteriosamente estávamos sincronizados.

- Tu sabes o limite entre olhar e pegar não é?

Um cara baixinho estava ao meu lado,dando algum tipo de alerta sobre a garota.

- Eu tenho namorada, não olhei com malícia.

- Você tem namorada, e ela tem um psicopata chamado Daniel.

- Este é seu nome ?

- Não mesmo, eu me chamo Adriel e sou irmão mas velho da beleza que tu estas a secar.

- Como ela se chama ?

- Seu nome nessa vida é Aurora.

- Um lindo nome.

Eu e Adriel ficamos amigos naquele dia, ele tinha uma moto também. era baixinho, mas afinal eu tenho um metro e noventa todos são pequenos perto de mim. Saímos de la na hora em que uma camionete preta chegou era o tal de Daniel, eu não pude ver ele direito. Mas a energia do lugar mudou com a chegada dele, e Adriel foi o primeiro a ligar a moto para sair dali, fui junto com ele e conheci a cidade que não era tão pequena quanto eu imaginei. A nossa ultima parada foi a escola, que se chama Luís, estávamos no segundo corredor quando sem querer eu esbarrei nela.

- Me perdoa.

- Olha por onde anda seu gigante.

- Você que esta correndo feito louca, Aurora.

- Calado Adriel, eu quero ir para casa agora mesmo.

- Liga pro seu namorado te levar, eu estou mostrando a escola para o Gael.

Ela me olhou de cima a baixo e disse.

- Cabelos negros, olhos castanhos, branco e tem um sorriso do diabo no rosto, além de ser alto como um poste. Me leve até minha casa Gael.

Eu senti uma vontade involuntária de obedecer ela, fui junto com ela e Adriel veio logo atrás dizendo que ela não podia fazer isso. A louca só dizia que já estava fazendo.

a casa deles ficava num bairro diferente, parecia mais com uma floresta do que com um conjunto de casas. a casa deles parecia coisa de filme, toda de vidro e com muitas escadas, eu fiquei do lado de fora. Adriel entrou e quando eu ia saindo, Aurora começou a chorar.

- Você esta bem?

- E homens se importam com isso?

- Eu sim.

- Daniel e eu terminamos, na verdade ele terminou comigo.

- Eu sinto muito.

- Não sinta.

Ela se aproximou de mim, ficou na minha frente parada, parecia esperar alguma atitude minha. o calor entre nos dois era intenso e eu coloquei as mãos em volta da sua cintura, e a puxei pra mas perto. Pude sentir o seu perfume, então me afastei.

- O que foi garoto ?

- Eu tenho namorada, não posso fazer isso.

- Dane se a sua namorada, eu quero que me beije agora.

novamente eu perdi o controle e quando estava prestes a beijar ela, eu consegui me afastar com o toque do meu celular, era meu pai pedindo pra voltar pra casa.

Deixei a garota problema e parti, quando eu cheguei em casa jantamos em familiar e contei para meu pai sobre o ocorrido. Ele riu bastante, terminamos e cada um foi cuidar da sua vida. Por volta da dez da noite Ana me respondeu, mas não era a resposta que eu queria ler.

Na mensagem ela terminava comigo, e dizia que era pra eu esquecer dela de vez. logo depois fui bloqueado de todas as redes sociais dela.

Senti meu coração apertado e a dor era de outro mundo, liguei para meu melhor amigo Mateo, e só me machuquei mas ainda. Ouvi a voz da Ana no fundo chamando ele de meu amor, desliguei e destruí meu celular, as lágrimas não paravam de sair e o ódio que eu sentia era imenso. Deitei na minha cama e fiquei encarando o teto do meu quarto.

Então eu senti uma presença no meu quarto, e vi uma pessoa me olhando. Era a Aurora, estava ao lado da minha cama. Eu fechei os olhos e adormeci, afinal para mim era somente um sonho.

Mas na verdade era o inicio de uma saga de amor, e destruição, Dom Eliseu nunca mais seria a mesma.

Bia cipriano
Enviado por Bia cipriano em 06/01/2023
Reeditado em 06/01/2023
Código do texto: T7688216
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.