Uma Visão!!! Talvez? ...

Chegamos ao hotel já era madrugada. Pelo menos me pareceu ser um hotel. O blackout já havia começado. Não pude lembrar como chegamos ali... Em princípio éramos Mathias, Cissa e eu. Logo apareceram outras pessoas para se abrigar daquilo que nem sonhávamos acontecer!

Todos de certa forma a nós eram familiares, já nos conhecíamos apesar de sermos totalmente estranhos. Aos poucos cada um foi tomando uma posição em salas e equipamentos que controlavam painéis com inscrições que lembravam escritas antigas. Tentei ler alguns, lembrar através dos desenhos mais conhecidos, entender o que diziam, mas foi uma tentativa frustrada. Minha mente permanecia bloqueada, ou seria eu apenas um observador em uma espécie de transição dimensional?

Aos poucos minhas lembranças traziam locais de recordação de minha infância. Este me lembra a Associação Banestado, em Caiobá, onde costumávamos passar as férias de verão com meus pais e irmãos. Mas a região está tão despovoada e o portão de entrada não é mais o mesmo. Parece um portal, apenas um portal sem cercas ou muros ao seu redor. Somente o mar em frente e areia ao redor. Nada mais...

De repente alguém me flagrou numa fresta, num vão de janela sob uma cortina de veludo, vermelha e pesada.

- Não faça isso não podemos ficar olhando para fora!

- Mas já está tudo calmo lá fora, parece que tudo já passou. Há movimento de pessoas. Talvez possamos sair! Exclamei.

Aos poucos fomos tomando coragem e abrimos a porta principal. No céu ainda eram despejados flaches de luz vermelha que agiam como bombas lançadas sobre o solo. Mas não explodiam, apenas rasgavam o ar em linhas retas e desapareciam no chão.

Aos poucos fui tomando coragem e saí. Passo a passo desviando dos raios que ainda caiam. Quando cheguei ao portal alguém gritou:

- Cuidado estes raios podem desintegrar as pessoas!

Recostei-me na lateral fria do portal e ainda vi alguns raios caírem, sem nada fazer, apenas penetrando ao solo.

O mar estava calmo. O céu negro apenas cintilando com algumas luzes avermelhadas. Aos poucos elas desaparecem e este fundo negro começa a se transformar em uma malha de cor lilás-azulada.

- Olhem todos! “Eles” estão limpando nossa atmosfera. Os raios já não caem ao solo. Estão sendo interceptados em pleno céu. Tudo está ficando limpo e claro!

Começam a aparecer faces sorridentes e já despreocupadas. Todos estão aqui fora e festejam, pois parece que tudo acabou...

Julio Saddock
Enviado por Julio Saddock em 13/12/2005
Reeditado em 02/10/2012
Código do texto: T85561
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