Os MASCARADOS

A Máscara

Usava uma máscara que lhe servia para esconder todo o ódio ,inveja e ciúmes da irmã mais velha.E até mesmo a ela convencia!A irmã mais velha a que chamaremos Mariana,não tinha prerrogativas ou atenções especiais dos pais,os dois eram tratados da mesma maneira.Mas ela tinha uma alegria de vida e uma meiguice que ,mesmo ele ,não compreendia e que a todos conquistava.

Anos mais tarde Mariana estava em uma situação privilegiada aos 24 anos,trabalhava,se sustentava, e ele somente ao 32 anos pode contar com algum dinheiro que vinha do seu trabalho.Durante todo este tempo o pai o garantia com carros novos todos os anos,apartamento para suas "gatas" e dinheiro para suas farras e quebra quebras nas boates.

Foi muito ajudado por um amigo,o Alencasto,um homem narcisão e ambicioso que raiava à ganância e não gostava de Mariana.

Transcorreram se anos para que Mariana entendesse a frase que o irmão constantemente dizia:

-Uma vingança é lenta,é dia a dia,passo a passo,leva anos...

E assim foi,ajudado pelo Casto,e usando a máscara de boníssimo,bom amigo,bom colega,afetivo para os que o procuravam na empresa que ele conquistou a todos,mascarado.

Mariana só começou a perceber a intensa relação de ódio,ciúmes e inveja dela quando,por um infortúnio da vida,perdeu tudo que tinha.

Sómente ele a podia ajudar neste momento.Ao invés disto,provocou uma briga com ela e os pais para poder se afastar do convívio e,assim não os ajudar.Conservava para os amigos e uma parte da família,tios e primos a sua máscara da bondade.

Foi impiedoso com os pais ,não os visitava quando doentes.Ao pai prestava alguma ajuda de 6 em 6 meses quando era uma emergência e todos os colegas ,ignorantes da verdadeira situação ,aplaudiam.Todos embevecidos pela máscara.

O pai morreu ,a mãe ficou doente e ele nunca apareceu,deixou tudo nas costas de Mariana.Negava sua companhia à mãe e,inclusive com desaforos a brindou ao telefone.Não ajudava a irmã,ao contrário a prejudicava pois todos se perguntavam porque ele não a amparava e acreditavam que ela deveria ser muito ruim.Mariana acabava como vilã.

E foi depois de todos estes momentos que ela realmente acreditou na frase que lhe repetia em pequeno:uma vingança é devagar,é passo a passo,ano a ano.Até então,costumava afastar a idéia como fantasiosa pela crueldade que nela existia.

Depois destes acontecimentos ,se mascarava de bondoso e assim conquistava amigos.Durante a doença da mãe nunca apareceu.Uma tia muito ligada a ela o protegia, dizia que era por ciúmes da irmã que ele agia assim, mas por estas razões Mariana não acreditava mais,nem nele nem na tia seduzida pelo máscarado, e pelos falsos olhos azuis bondosos que derramavam lágrimas para comover quando ele queria ,e escondiam o aço frio que deles emanava.

Mariana pedia ajuda quando a mãe estava doente mas nem à mãe ele respeitava.Morreu só,assistida pela filha e o grande senhor persistiu,foi viajar,muito sentido que estava, pois usava a máscara,vestindo a costumeiramente, e agora estava de luto e convencia a todos que não foi ao entêrro da mãe porque era "muito sensível".

Seu último passo, tendo deixado a mãe metade da casa por testamento para Mariana,foi revidar com ódio,dizendo que à frente do juiz vai dar a mãe como maluca ou caduca para que a irmã perdesse.

O impressionante nesta história é de como as pessoas podem se mascarar de boníssimos e ótimos,sendo o pior filho do lugarejo,pois isto ele foi para os pais,mãe e irmã.E mais impressionante ainda é como uma sociedade se deixa convencer pela Máscara.Um sujeito bom para "todo mundo" e ruim para a família!Toda a sociedade acredita nele,mentes mais brilhantes não o fazem.

Fico me perguntando se os "MASCARADOS" sempre vencem?

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 22/06/2008
Reeditado em 05/02/2011
Código do texto: T1046042
Classificação de conteúdo: seguro