A leve presença de um ser

É tarde. O barulho dos grilos e o canto das cigarras me envolvem completamente e pairo no ar. Da janela de meu quarto, vejo a imensidão do meu ser e sem perceber estou a descansar no vai e vem dos meus pensamentos. Os animais da noite celebram a enorme ternura de minha liberdade, esta, porém ainda me integra aos seus próprios devaneios. De repente paro, fixo o meu olhar nas estrelas e vejo o brilho que elas têm, são lindas e, ao mesmo tempo, parecem querer dizer alguma coisa.

O céu, a lua e as estrelas são ingredientes para a minha inspiração. Sem eles, talvez, não sei o que são os verdadeiros significados da vida. Ainda encostada na janela, ouço um estranho barulho e fico arrepiada por não saber do que se trata. Vou em direção ao banheiro e logo sinto um cheiro suave de rosas, que me tranqüilizam. Aquele perfume parece me anestesiar e tão rapidamente deito na cama e durmo profundamente.

Ao acordar, ainda à noite, voltei à janela e apreciei as plantas, as poucas nuvens e fui desenhar. É certo que os meus desenhos não são de um artista, mas têm o seu valor. Enquanto criava figuras, ao meu lado senti a presença de alguém muito especial, não tive medo, mas não o vi, porém sei que esteve ali comigo durante um bom tempo. Fiquei cismada e até gostei, pois estava me sentindo muito só. Passado o acontecido me dirigir à cama e adormeci.

O alarme tocou, mas não me assustei, pois o barulho dele era suave e cantador. Na verdade, o meu despertador são os cantos dos pássaros e, por eles, acordo feliz. A minha jornada vai começar. Levanto cedo, faço os meus asseios e vou tomar café, em seguida, vou ao quintal e levo comida para as galinhas, porcos, cachorros e sigo até o pasto e converso com meu cavalo, Trovão. Depois de falar com meu amigo animal vou cavalgar.

O passeio é longo e interessante. No percurso vimos e tivemos contato com a natureza. Sentia algo especial naquele momento, não sabia exatamente o que era, mas tinha certeza que era muito bom. Parei um pouco pra descansar, eu e Trovão bebemos água, nos reabastecemos e logo voltamos a passear na fazenda. Estava de férias da escola e adorava passar o tempo na fazenda de minha família.

Quando cheguei em casa, já foi na hora do almoço. Fui até meu quarto, tomei banho e fui almoçar junto à minha família. A minha avó, Teresinha, terminara de chegar da cidade e trouxe uns biscoitinhos que adoro, mas claro, só vou comer mais tarde. Terminado o almoço fui conversar com avó Teresinha, afinal tinha que está inteirada nas novidades. As horas passaram rápido, já estávamos no final da tarde.

Sentamos na varanda e comíamos os biscoitinhos que ela trouxe.

Estavam maravilhosos!!! Perguntei a vovó se queria passear na lagoa comigo, mas achou uma grande idéia, porém adiou o convite para o dia posterior. Eu sorrir, levantei da cadeira de balanço e fui em direção a rede, levei um tropeção e quase bati a testa no chão, por sorte isso não aconteceu, pois senti que o tombo foi aliviado por alguém. Achei estranho aquela situação, porém essa minha sensibilidade em perceber que estou sendo vista vinte e quatro horas tem me deixado, talvez, esquisita, sei lá, algo assim.

Enquanto a vovó terminava de comer os biscoitinhos fui à cozinha e passei gelo no local machucado. Voltei à varanda e perguntei a vovó se ela gostaria de assistir à novela. Ela disse que preferia ficar descansando na varanda e mais logo veria TV.

Antes de dormir, fui ler um livro que ganhei de meu avô, que por sinal, estava muito interessante, contudo, a história me comovia e sem querer, não segurei as lágrimas que caiam. Meio cansada e quase adormecendo, dei uma espreguiçada profunda, olhei as estrelas, sorrir e logo dormir.

No meio da noite, escutei um barulho de pisadas em meu quarto, já não sabia se estava sonhando ou era real. Abri os olhos e percebi que um homem me olhava e sorria. Resolvi levantar da cama e andei em sentido a suíte, mas quem era, tinha desaparecido. Essa situação me parece bastante familiar e, por isso, não senti medo de nada. Apenas gostaria que esse tal homem que não conseguir identificar reaparecesse para mim, no entanto, isso não aconteceu. Passados 20 minutos voltei a dormir.

Ao amanhecer sentir um peso em mim, como se na verdade, não tivesse dormido. Tia Dulce gritava o meu nome para tomar café da manhã, mas primeiramente precisava olhar o campo florido de meu quarto. Avisei a ela que já estava descendo. O dia hoje está

realmente muito lindo e vou passear pela lagoa com meu cavalo.

Depois de abastecida era a vez de ir ao pasto para pegar Trovão. Fui cantando e sorrindo ao encontro de meu parceiro de passeios. Ele também estava comendo e avisei que passearíamos pela lagoa. Preparada para o passeio, eu fui cavalgando pelo verde e apreciando a natureza. Tão linda ela é!!!! No caminho encontrei uns amigos que há muito tempo não os via, convidei-os para um banho na lagoa, eles aceitaram e fomos nos divertir.

Paramos um pouco, fizemos um lanchinho de leve, afinal cavalgar gasta muita energia... e nos banhamos nas águas cristalinas da lagoa. O encontro com meus amigos foi muito bom. Estava Lili Martinha e seu irmão, Dude e Paulinha com seu primo Lipe.

Juli Arize
Enviado por Juli Arize em 09/05/2009
Reeditado em 09/05/2009
Código do texto: T1584847