CARNAVAL DE ORFEU

CARNAVAL DE ORFEU

O carnaval a tão propalada festa da carne é uma atração mundial que reúne povos de todo o planeta em uma grande festa de três dias consecutivos, onde todos se acotovelam e não reclamam quando em grandes filas e, quando a sedução aflora de verdade. Assim, aconteceu com Orfeu, rapaz jovem, inteligente e de família abastada e, por essa razão fazia faculdade no Estado de São Paulo, na festa mais popular do Brasil se encontrava na casa paterna, louco por aventuras sexuais em um ambiente totalmente propicio.

Logo que chegou à pequena Cidade foi a atração da mulherada, que eufóricas pela beleza do rapaz aliada à condição financeira da família ficava melhor ainda e entre muitas beldades ali por perto, Orfeu logo se interessou por Alice, uma morena linda dos lábios de mel, corpo bem torneado, seios duros e um cabelo de um negro azulado que lembrava Iracema do mestre José de Alencar . Orfeu logo dela se aproximou, apresentaram-se e ficou marcado para sábado na praça principal onde ocorreria o corredor da folia.

Deu-se o encontro, a banda afinou a aparelhagem e a festa deu inicio exatamente as 21 horas, Orfeu e Alice sambaram, dançaram axé e outras musicas de estilo até que o corneteiro entoou o Zé Pereira, sinalizando o final da festa. Eis que durante toda a festa eles trocaram caricias e beijos, sendo mais ousados na despedida quando Orfeu quis partir para os finalmente no que foi repelido por Alice, uma linda moça, prendada e bem educada e que aprendeu cedo com os pais a se defender das investidas aventureiras como a que se desenhava em Orfeu. Ele, acostumado a conquistas fáceis e resolver a situação logo no primeiro tempo, ficou chateado, mais aceitou. Afinal, ainda restavam mais dois dias e Alice era uma mulher que valia a pena esperar.

Conforme estabelecido entre os namorados, domingo no mesmo lugar e na mesma hora eles se encontraram e como na noite anterior, a dança, os carinhos, o sarro incomparável capaz de colocar qualquer donzela em xeque mate e os convites para Alice visitar com ele o Dr. Motel, que ela não se preocupasse porque não iria acontecer nada, eles iriam somente ter mais intimidade e tranqüilidade. Alice, porém, esperta se nega com veemência, isso por volta das 23 horas e já se passara bastante tempo para Orfeu, ele começara a vislumbrar que não passaria daquilo, então resolveu apelar: Ó Alice, ou você vai lá comigo ou então paramos por aqui mesmo, pô, que onda é essa de se fazer de difícil, ta me tomando como Otário? Alice não estava acostumada com esse tipo de pressão, ela era a morena mais bonita da cidade e sabia disso e não era qualquer rapazinho metido a besta que iria desfazer dela e assim ela respondeu: pois te manda grosso, vai procurar a tua turma vai... E assim ela se perdeu na multidão deixando Orfeu sozinho e de cabeça baixa. Mais ele não se abateu, correu aqui, correu ali, se apresentou para uma meia dúzia de garotas mais elas nem o perceberam. Ele desanimou por completo, sentiu-se um nada pela primeira vez na vida tinha sido contrariado, estava naquela pequena cidade há dois dias e nada acontecia para satisfazê-lo, estava começando a se sentir derrotado, logo ele, sempre acostumado a ganhar todas, a desvirginar as moças simples do interior e depois contar no botequim da esquina como se fosse uma piada novelesca, agora estava voltando para casa de moral baixa e pára-choque duro... Ele já cruzava a transversal da grande festa, quando inexplicavelmente em sua frente com um vestido super apertado e um andar rebolativo como nunca ele havia visto, uma super mulher, diante daquela, a Alice era apenas aspirante. Ele apressou o passo e logo estava lado a lado. Perguntou onde a mulher mais linda de ... vai? Para a festa? Não respondeu a jovem, eu apenas procuro companhia, você quer ser a minha companhia? Isso é pergunta que se faça, retrucou Orfeu. Então vamos, me acompanhe que não se arrependerá, darei a você os carinhos que jamais teve na vida, agora faltavam apenas 12 minutos para as 24 horas, ela se distanciou da folia, agora os passos eram apressados até chegarem à porta do Cemitério. Lá eles se beijaram avidamente e que caricias. Por um momento ela disse, você não quer ir na minha casa, para a minha cama. E isso é pergunta? Pois vamos. Ela então disse: é você quem quer, e começou andar em direção ao portão do cemitério que se encontrava fechado, no que Orfeu disse onde é que você vai afinal? Ela voltou-se para ele mais aquele rosto lindo havia desaparecido por completo, agora um rosto horripilante e descarnado se apresentou, somando a uma voz ridícula e cavernosa que respondeu: para a minha casa, na minha cama meu bem, venha.

Orfeu desmaiou e só foi encontrado as 6.30 da manhã de segunda feira de carnaval, caído na porta do cemitério, mudo, febril e tremendo de frio. Ele nunca mais falou ou andou sozinho, jamais voltou a estudar em São Paulo e nunca mais namorou nenhuma moça. Hoje ele é triste e solitário a não ser pela companhia dos pais que já o levaram para os melhores médicos do pais, que pena, um caso sem solução.