____A MALDIÇÃO_____
       Como não acreditar em magia se algumas ações
       não se explicam.
       Algum dia eu esqueceria aquelas palavras, o olhar
       revolto de ira silenciado com um sorriso inegmático.
       Quanto tempo mais fugiria da força daquela energia
       que fazia da minha vida uma maldição.
       Quantas portas mais bateria em busca de auxilio,
       quantos dias mais esta sina me persegueria.
       Sem forças, cansada e visitada pela miséria peram-
       bulei sem rumo.
       A vitalidade da juventude havia se diluido deixando
       o corpo em farrapos e uma alma atormentada.
       Não saberei jamais dizer com exatidão quando che-
       guei a aquele casebre rustico e simples.
       Minhas lembranças não tinham presente, tão pouco
       passado eram, apenas, um espaço escuro e vazio.
       Um espaço atormentado por um olhar aterrorizante
       que em seu silêncio transmitia a maldade existente
       na essência de cada ser.
       Cada instante que repousava minha cabeça na maciez
       daquele travesseiro o pavor tomava conta do meu 
       ser.
       Sentia o medo inexplicavel da caça entre o bem e o
       mal.
       Me sentia feito animal acuado diante do algoz.
       Mas quando a porta se abriu e aquela senhora se
       aproximou revivi cada ato da minha ganancia, cada
       pensamento e desejo lançado sobre o outro.
       Naquele instante me deparei que fora tão somente
       meus desejos e sentimentos que causaram a maldi-
       ção.
       Que toda a dor e angustia vivida fora tão somente
       reflexos dos meus atos.
       Enquanto meu ser habitou a vida semeou discordia,
       ira e avareza.
       Até mesmo quando me desliguei da vestimenta carnal
       persesti alimentando mals desejos, semeando discor-
       dias e desarmonia.
       Compreendi na exatidão daquele encontro com aquela
       senhora que a lucidez e o real arrependimento me
       levavam de volta para casa.
       Sorri e quando ela me estendeu os braços me refu-
       giei neles sentindo a essência do amor fraternal.
       Sentindo que o perdão se inicia quando começamos
       a ter consciencia que o mal é a ação dos nossos atos.
       O mal é apenas a manifestação do egoismo humano
       em se manter como vítima de um todo.
                       _Camomilla Hassan_
       
       
   
CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 24/06/2009
Código do texto: T1665793
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