Irmãos e o Feto - O sobrinho

Capítulo 1

Meu nome é Christophe Cookh, mas prefiro ser chamado de Chris, prefiro assim pois não quero lembrar que foram aqueles miseráveis que me deram esse nome.(meus pais)

Jennifer Cookh minha mãe, uma mulher que gerou um feto odiado pelo marido e por ela própria, aquela criança não tinha nada a ver com a história, nem se quer tinha vivenciado uma, era vista como um monstro.(eu)

Jefferson Cookh meu pai,um homem frio, mal,que sentia o prazer de alimentar nas pessoas, especialmente em mim,o ódio. Mereceu o fim que teve...

Eu sempre suspeitei que havia alguma coisa errada no passado dos meus pais,minha mãe sentia ódio do meu pai, e meu pai não sentia amor por ela, ele só queria ter um objeto sexual fixo, pra quando tivesse cansado das suas amantes na rua, minha mãe olhava pra ele intimidada, com muito medo, muito medo mesmo.Mas eu sempre me perguntei porque ela não saía daquela vida, ela tinha 30 anos, era nova ainda. Só não sei se ela me levaria, pois ela tem um enorme desprezo por mim, eu pareço um motivo de grande sofrimento, de desgraça. Nas escola, dia de reunião de pais e mestres, todos os meus coleguinhas perguntavam porque nem meu pai nem minha mãe iam nas minhas reuniões, eu sempre disfarçava e mudava de assunto, pra não ter que dizer que meu pai era um homem ruim e que por ele eu poderia morrer,e não ter que dizer que a minha mãe vive pelos cantos chorando,sofrendo e que também não dá a mínima pra mim. Eu não sei porque vivo, se não tenho motivo pra viver, sou um adolescente triste.

As vezes eu me sinto outra pessoa, parece o instinto do meu pai aflorando na minha pele,me olho no espelho e vejo aquele rosto sujo, olhar impiedoso e maligno.Algo dentro de mim se transformava.E era nessa hora que todo o desprezo a mim dado por minha mãe, me despertava um ódio, um ódio que corroía por dentro, meu coração acelerava , minha veias pulsavam forte, e uma voz sussurrava no meu ouvido.(Mate_a)

Eu sempre conseguia me controlar, mas eu não sabia até quando, ser desprezado pela mãe e odiado pelo pai me fazia ter vontade de morrer.

Eu não tinha parentes próximos, até mesmo porque as famílias do meu pai e da minha mãe eram de outra cidade, e o pouco que eu sabia do passado da minha família era isso, mas sempre quando aquele instinto vinha sobre mim, a voz tentava me dizer algo, mas eu não entendia, ela sempre sumia depois de falar:

- Seu pai e seu tio, sua mãe e sua tia ...

Capítulo 2

Mas porque essa frase? Meus pais são filhos únicos, e meus avós já morreram, portanto eu não tenho tio e tia, o que será que essa voz quer dizer com isso?

Um tempo atrás minha mãe disse que tinha uma historia pra me contar, ela disse que seria muito doloroso e revoltante pra eu ouvir, eu disse a ela que estava pronto desde que me entendia por gente pra qualquer dor pois não tive amor de mãe nem por um instante na minha vida, ela abaixou a cabeça e disse:

Filho, se você soubesse...

Isso foi quase um sussurro, quase não entendi o que ela disse, quando ia perguntar a ela o que ela quis dizer com aquilo, e o que ela tinha pra me dizer, meu pai chegou na hora, no quarto pois ele estava atrás da porta escutando.

Ele entrou furioso no quarto pegou minha mãe pelos cabelos, e foi a arrastando em direção ao quarto de hóspedes, enquanto eu gritava e chutava a canela dele, foi aí que ele me deu um soco no rosto, eu só tive o tempo de sentir o sangue escorrendo do nariz, desmaiei...

Acho que naquele dia, foi o mais próximo de uma relação entre filho e mãe, mesmo sabendo que minha mãe não gostava de mim, me desprezava, eu a amava e tinha que protege_la.

Quando acordei, minha mãe estava na cama deitada, chorando e com as mãos no rosto, eu fui até ela, e perguntei :

-Mãe, ele te machucou ?

Foi quando ela tirou a mão do rosto, minha mãe estava com o rosto deformado, de imediato escorreu sobre meu rosto uma gota de lágrima, e no coração o ódio pelo meu pai só aumentava.

Eu perguntei a minha mãe porque ele fez isso com ela, e qual a história que ela ia me contar no quarto, a reação da minha mãe me machucou mas do que o soco que meu pai me dera, ela disse:

Sai daqui seu monstro, foi por causa de você que ele fez isso comigo.

Eu fiquei sem chão naquela hora, fui na cozinha e peguei uma faca...

Capítulo 3

Fui até o banheiro, sentei no chão e coloquei a faca sobre meu pulso direito, eu estava certo de que toda a minha dor ia desaparecer naquele dia, naquela hora.

Mas algo me dizia pra eu não fazer aquilo, eu tinha a imprenção de que tinha algo muito sério que eu ainda tinha que desvendar, minha mãe não estava blefando quando ela disse que tinha algo para me contar.

No final, fiz apenas um arranhão no meu pulso, ali mesmo no banheiro fiz um curativo e fui para o meu quarto. Demorei a pegar no sono, aquela cena que acontecera hoje não saía da minha cabeça, a imagem da minha mãe com ódio de mim, chorando e toda machucada, acho que ela não estava mais machucada do que eu...

No dia seguinte, descia a escada da minha casa quando deparei com a minha mãe no telefone com alguém, eu estranhei, minha mãe parecia desabar , ela quase sussurrava no telefone, parecia não querer que alguém a visse no ali. Sentei na escada e fiquei escutando a conversa, minha mãe disse várias vezes que amava a pessoa do outro lado da linha, não podia ser, minha mãe tinha um amante.

Ela disse várias vezes pra pessoa que não aguentava mais e que queria fugir mas tinha medo do meu pai, ela dizia que ele era muito ruim e que se a encontrasse iria mata_la, só um homem sem coração faria o que ele fez e estava fazendo com a própria irmão dele, meu Deus, eu tenho uma tia, o que será que meu pai fez com ela e está fazendo, então é essa a historia que minha mãe iria me contar ontem. Minha mãe ouviu o barulho do carro do meu pai chegando e logo desligou o telefone e foi para cozinha e eu desci como se nada tinha acontecido.

Meu pai chegou e deu um beijo no rosto da minha mãe, sempre com aquela cara cínica e minha mãe com cara de nojo dele, depois olhou para mim e perguntou se eu já tinha feito a lição de casa, eu balancei a cabeça em sinal de positivo, pra ele num tinha acontecido nada, ele estava agindo normalmente, mas eu e minha mãe não esquecíamos pois estávamos marcados por dentro e por fora.

Uma semana depois enquanto andava pelo jardim da minha casa, notei que havia um objeto coberto por uma pequena quantidade de terra atrás das orquídeas, me dirigi até o local e o peguei, que em primeira vista parecia ser um livro preto, não havia nada escrito na capa.

Abri o livro e olhei rapidamente, notei que era a letra da minha mãe, aquilo não era um livro, era o diário da minha mãe, corri para o meu quarto para ler...

Meu Deus, isso não pode ser verdade, isso e desumano, ele não podia fazer isso...

Capítulo 4

Era difícil acreditar naquele absurdo ali escrito, minha mãe e meu pai irmãos ?

Minha mãe tinha escrito ali todos os dias de tristeza dela que foram causados pelo meu pai, esse homem é um monstro, eu não podia acreditar que uma pessoa poderia fazer aquilo com uma criança, ainda mais com a própria irmã.

Eu fechei o diário e deitei na cama pensativo mais do que nunca, eu não tinha coragem de ler nem mais uma palavra que ali estava escrita, algo me dizia que eu iria descobrir mais coisas bizarras.

Depois de alguns minutos tomei coragem e voltei a ler o diário, a cada palavra que eu lia, era uma imagem que vinha na minha cabeça, de tantos dias que a minha mãe sofreu por causa da maldade de um animal que não pode ser chamado de ser humano.

Esse trecho foi decisivo pra eu chegar ao ponto que cheguei, minha mãe dizia:

'' Lembro do último Natal que tive com a minha mãe e meu pai, e que foi o dia em que os vi morrerem sem poder fazer nada, já que era muito nova e me encontrava dominada por Gustavo, na tarde daquele dia, vi meus pais serem assassinados pelo próprio filho, um psicopata sem coração, ele havia botado vidro moído misturado com veneno de rato no café em que todos as tardes minha mãe passava pra ela e meu pai beberem, enquanto eu e Gustavo bebíamos chocolate quente, eles morreram de uma maneira horrível, ficaram agonizando por vários minutos, minha mãe no sofá pequeno e meu pai na poltrona que tanto gostava, meu irmão amarrou_me os pés e as mãos, e me colocara uma mordaça me privando de socorrer meus pais, essa foi a pior dor da minha vida, depois disso meu coração fico fechado pra tudo e pra todos.

Quando viu que papai e mamãe tinham morrido, o psicopata do meu irmão sumiu da sala, achei que eu seria a próxima a morrer, ele voltou para a sala alguns minutos depois com duas mochilas, ele estava com a feição desconfigurada, não parecia ser o meu irmão de sempre, tão calma e meigo comigo e com todos.

Ele me puxou pelos pés até o banheiro, eu gritando mas nenhum som emitindo, estava quase sufocada. Chegando lá, ele desabotoou a calça e ficou de cuecas, e eu apavorada no chão, com os olhos arregalados e com muito medo...

Em seguida, ele tirou minha calça me deixando apenas de calcinhas, eu entrei em pânico e comecei a me agitar muito apavorada, ele abaixou_se rapidamente e me deu um soco na cabeça, bati com a cabeça na parede e fiquei super tonta, quase desmaiando. Ainda acordada, senti ele tirar minha calcinha, foi quando desmaiei de vez.

Acordei duas horas depois, muito fraca , levantei e vi o chão entre minhas pernas cheio de sangue...

Capítulo 5

Aquilo não podia ser verdade, meu próprio irmão, matou nossos pais e tinha acabado de me estuprar...

Eu me sentia suja, estava traumatizada, qualquer criança de 10 anos ficaria, estava trêmula e ainda com muito medo. Logo depois ele chega com duas mochilas cheias e me desamarra, eu estava tão nervosa e com medo dele que nem tinha forças pra perguntar o porquê dele fazer aquilo com a nossa família, eu não estava diante do meu irmão e sim de um psicopata.

Ele me levantou do chão e mandou que eu vestisse roupas limpas e calçasse os sapatos, logo após saímos de casa, meus pais ficaram lá na sala, imóveis, minha mãe faleceu com os olhos abertos, enquanto passava pela sala, parecia que ela estava me olhando e em meio a tanto tormento, chorei silenciosa, sofria sem ninguém perceber, minhas lágrimas desciam sem parar, quando ele percebeu mandou que eu parasse, me balançou com muita força, eu enxuguei as lágrimas e fui adiante calada. Pegamos um ônibus para o Rio de Janeiro, eu me mantia imóvel , horrorizada com tudo, tudo o que acontecera passava pela minha cabeça e ele com aquela feição única, expressão séria mas eu sentia que ele estava nervoso, ele balançava muito as pernas.

Chagamos no Rio de Janeiro, ele alugou uma casa com o dinheiro que pegara da nossa casa, ele pegou o dinheiro e todas as jóias que tinham na casa, e como tinha 18 anos, pôde alugar a casa mas o dono da casa ia estranhar um rapaz alugando uma casa com uma menininha tão pequena, então ele me escondeu até que fizesse todo o acordo com o dono.

Já na casa, eu mais apavorada do que antes estava pensando que ele me estupraria novamente naquela hora, ele me amarrou e botou mordaça na minha boca, saiu e trancou a casa.

Eu fiquei lá naquele chão, em cima daquelas mochilas, pensando em tudo o que acontecera.

Passaram_se 3 meses e a minha barriga começou a crescer, não poderia ser o que eu estava pensando, eu estava grávida do meu irmão, eu tão pequena grávida.

Ele mal trocava palavras comigo no começo, ele passou a me estupras constantemente, me tratava como mulher dele, acho que já tinha esquecido que eu era a sua irmã.

Alguns meses depois, tive a criança em casa, eu quase morri de dor, fiquei uma noite inteira sentindo dores fortíssimas, até que no dia seguinte de manhã, nasce a criança. Eu estava desmaiada já, tive um principio de hemorragia, ele comprou remédios e fiquei me tratando em casa, quanto a criança, ele me disse que tinha dado para um casal que não podia ter filhos, eu não senti nada, pois não gostava daquela criança, na verdade eu a odiava, eu estava com depressão pós parto.

Hoje tenho 26 anos, e tive mais um filho logo após a primeira gravidez, ele está com 15 anos, e eu sinto o mesmo desprezo por ele que sentia pelo primeiro filho, sei que eles não tem culpa, o único culpado é o monstro que fez isso comigo e com meus pais. Estou fazendo tratamento para depressão e sinto que a cada dia estou melhorando, lá dentro do peito sei que meus filhos tem uma grande importância pra mim, sim, meus filhos pois ainda vou encontrar meu filho que o monstro dera para o tal casal.

Eu só não fugi daqui ainda com o Chris pois tenho medo dele, logo após nos instalarmos aqui ele ele começou a se envolver com o tráfico de drogas, hoje é um perigoso e cruel traficante que se passa por administrador de empresas, ele ameaça matar meu primeiro filho, ele não tem amor pelos próprios filhos nem por ninguém, talvez nem por ele mesmo. ''

Meu coração batia aceleradamente a cada frase que lia no diário da minha mãe, meu pai é ao mesmo tempo meu tio e a minha mãe é ao mesmo tempo minha tia, então era isso que aquela frase que a voz me dizia significava, esse monstro não poderia ficar impune.

Levei o diário para o lugar onde estava, fiquei com aquilo na cabeça o tempo inteiro, a dor da minha mãe até hoje, a morte dos meus avós e meu irmão desaparecido.

Aquela voz feminina roca, não saia da minha cabeça , eu parecia estar delirando. Quando meu pai chegou, fui até a caixa de ferramentas e peguei um martelo, sempre quando ele chegava deitava no sofá da sala para cochilar, fiquei observando para ver se ele adormecia, fiquei por vários minutos ali até que ele adormeceu, aquela fúria toda estava tomando conta de mim, tudo que estava escrito naquela carta passava pela minha cabeça, até que eu corri até o sofá com todo ódio e ...

Capítulo 6

Bati com o martelo na testa dele, na mesma hora meu pai começou a tremer bem forte, como se estivesse tendo um ataque, o sangue escorrendo na testa dele, eu bati com toda minha força, mas a força só não foi maior que meu ódio.

Eu fiquei ali vendo ele sofrer, agonizar até morrer, como ele fez com meus avós. Quando ele estava totalmente imóvel, cheguei perto dele e sussurrei:

-Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

Minha mãe chegou e viu meu pai cheio de sangue no sofá, desacordado e eu ajoelhado no chão perto dele, com o martelo na mão, logo ela percebera o que ali tinha acontecido.

De primeira ela fico apavorada, mas ela não poderia ficar triste, aquele homem acabara com a vida dela, ele foi o motivo de uma vida de dor e tristeza.

Minha mãe me mandou ir ao banheiro e lavar aquele sangue que estava na minha mão enquanto ela iria no quarto dela pegar todo dinheiro que tinha no cofre da casa, fui para o banheiro, minha mãe pegou as chaves do cofre na carteiro do defunto e partiu para o quarto.

Me lavei e fui para o quarto ajuda_la, quando cheguei, a própria estava lendo um papel e parecia estar muito emocionada, logo perguntei o que estava escrito naquele papel e o porquê daquela emoção enquanto lia o papel, euforicamente ela me disse:

- Meu filho, aqui está o do casal que adotara seu irmão.

Ela esperava que eu ficasse surpreso com a notícia, já que não sabia que eu tinha lido o seu diário.

Minha mãe perguntou:

- Você não vai ficar surpreso ?

eu respondi:

- Eu li seu diário...

Ela disse que não queria que eu soubesse disso pra não sofrer como ela sofreu, veio até mim, fez carinho na minha cabeça e disse:

- Meu filho, isso mesmo, meu filho, eu te amo...

Quanto tempo eu esperava por isso, eu nunca me senti tão feliz, minha mãe finalmente me aceitara, pela primeira vez chorei de felicidade...

Enfim, pegamos nossas coisas e viajamos para Minas Gerais, onde estava meu irmão, segundo aquele bilhete.

Nós tivemos uma decepção muito grande quando chegamos ao local, os pais adotivos do meu irmão, nos anunciaram a morte dele aos 8 anos, devido a um câncer no cérebro. Foi uma fatalidade o que aconteceu, minha mãe ficou muito triste, mas não ficou mais do que os pais adotivos, enquanto mostravam as fotos do meu irmão, as sinceras lágrimas de um pai e uma mãe amorosos, desciam sem fim...

Saímos de lá com algumas fotos do meu irmão, os pais tão gentis que eram não se importaram de doar algumas, para a mãe que foi privada de criar o filho.

Meu irmão morreu mas nós estávamos vivos, a vida tinha que continuar...

Eu e minha mãe vinhemos fugidos para a casa da tia Lurdes no Rio Grande do Sul, ela é irmã da minha falecida avó, eu nem sabia que ela existia. Minha mãe se emocionou quando chegamos na rua humilde da casa da minha tinha, ela tinha lembranças muito boas, era do tempo em que meu pai ou tio, os dois ao mesmo, tempo era uma boa pessoa.

Minha mãe está muito feliz, o homem com quem ela se relacionava enquanto era casada com meu pai veio nos encontrar aqui, ela me apresentou e eu tive que aceitar o relacionamento né, minha mãe tinha que ser feliz, agora eu vou parar de escrever porque a Sandrinha tá me chamando no portão, ah pra quem não sabe, eu conheci uma menina na nova escola, ela é muito legal e me ama, que é o mais importante, e eu também a amo muito, ih minha mãe e meu padrasto chegaram também, acho que hoje vai ser mais um belo almoço em família, daqueles que termina em jogo de baralho e muitas gargalhadas. Eu sei que derramamos muitas lágrimas, tivemos muitos momentos de tristeza, mas graças a Deus demos a volta por cima, e agora estamos muito felizes...

- Espera mãe já estou indo...

Allan Chagas
Enviado por Allan Chagas em 13/11/2009
Código do texto: T1920667
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