Monologo insano da suicida

Hoje sinto-me impelida para a morte, acabar com a dor, pois tuas palavras amargas me destruíram o coração, e eu nem pude te dizer das belezas que quis dividir com você. Te levei na alma, enquanto meus olhos contemplavam e meus ouvidos sorviam a doçura dos sons da harpa e flauta, foi só o seu sorriso, e seu toque que desejei naquele momento. Mas me acusas, sem justo motivo, de omitir-te sobre o que faço, de mentir ou omitir, e me arrancou a alma ao se mostrar egoísta e controlador mais uma vez.

Nem pude te contar do meu fracasso, da resposta que eu esperava com ânsia que foi o contrario do desejado. E o sonho ruim que me fez acordar de sobressalto nem pude dividir, e você, aí distante, depois de se vingar saindo às gandaias ainda me acusas de ser culpada, mas talvez eu esteja cega, sem perceber que isto talvez não possa ser amor.

Amor, até onde sei, tem certo grau de confiança e sinceridade, e não cobrança e acusações, seria insegurança me querer confinar entre seus dedos, ou tendência dominadora pura e crua? O que fazer com minha dor, que inunda os olhos?, o que fazer com o desamor que me faz desejar a morte?, se tudo o que me motiva a ficar é ínfimo demais diante do que me impele a ir embora!Quero qualquer outro lugar que me dê mais possibilidade, este mundo não me cabe, este corpo não me sustem e eu desejo hoje, um fim que seja imediato, se possível indolor, a fuga final.

Como fugir da própria sombra, eis o que a angustia se tornou, ao encalço espreitando, alfinetando, enlouquecendo. E tenho, preciso continuar caminhando e tentando, afinal, em algum momento encontro o fim. Não quero viver cem anos para descobrir que muito pouco se aproveita do tempo, se eu pudesse simplesmente escolher não estar mais aqui.... o faria....

A vida que quero acabar é a que vivo, talvez, se mudasse ainda me sentisse desejosa de viver, mas não vejo oportunidade, as possibilidades são cada vez menores, e vou sendo tragada por um mundo interno que sucumbe, e pressionada por um mundo externo que esmaga. E, ante a beira do precipício do desespero, grito com voz de lassidão a dor que me atormenta, e arranco as flechas inflamadas de desilusão que estão fincadas no meu peito, e sangrando me arrasto rumo a alguém que possa me ajudar. Mas estou completamente só, na escuridão de um mundo de cegos e surdos, entre armadilhas e ilusões.

Hoje se eu morrer, coloque, por favor em minha lapide: “Não creu, não sentiu, mas sofreu”

T Sophie
Enviado por T Sophie em 27/11/2009
Reeditado em 27/11/2009
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