A visão

A sensação de que algo vai acontecer. Os pensamentos se confundem e os sentimentos atrapalham. O que será? Ilusão ou pressentimento?

Neste momento apenas escrevo... Minha alma comanda e o que falo não passa pelo crivo da racionalidade. Por que estes sentimentos?

A cada passo pressinto mais forte a visão de tudo que me amedronta, e a noite transforma o medo em algo ainda pior. Os sonhos me consomem e dizem coisas que não posso compreender, ainda.

A estória está presente, mas se recusa a sair. Somente flashes que não conseguem se manter ordenados. Nomes insistem em povoar minha cabeça já confusa e cansada. Serão minhas as palavras que agora escrevo? Faz sentido não pensar e ao mesmo tempo escrever?

Ás vezes tudo faz sentido e exatamente por isso fujo. Não quero saber se sou ou não especial, se tenho ou não uma alma dentro de minha alma. Mas a curiosidade permanece e é ela que me dá medo.

Algo maior insiste em permanecer presente. Se ao menos soubesse o que devo temer... A Sabedoria talvez? De finalmente descobrir a origem de tudo que até agora desconheço?

E era para ser, possivelmente. Falar por enigmas talvez provoque o que temo despertar. E só de não pensar já me sinto cansada. Dentro de mim, cada palavra é perigosa exatamente por ser potencial causadora de danos incalculáveis.

A visão de uma tela em branco se mistura com algo que vi em algum livro, o nome já não lembro. Por que a visão do branco se é o negro o que temo?

Se soubesse o conteúdo da pintura talvez pudesse fugir. A tela em branco permanece e me sinto transportada para outra realidade. Mas Percebo, no entanto, que é a mesma realidade, agora diferente. A diferença é que a ela não pertenço.

A vida continua agora sem mim, então acordo.