O despertar de um assassino

Júlio tinha apenas cinco anos e observava atentamente aquela cena. Sua mãe, uma senhora muito meiga, bondosa e lutadora, pegava um cabo de vassoura e posicionava-a sobre o pescoço de uma galinha que estava amarrada pelos pés, prestes a ser abatida. Enquanto Júlio via aquela cena, muitas emoções fluiam; seus olhos se mantinham fixos e dilatados, sua boca seca e entreaberta,sua respiração disparada e um intenso arrepio se dissipava sobre todo seu corpo.

Assim que a mãe começou a pisar sobre o cabo da vassoura, a galinha começou a gritar e se debater compulsivamente. Júlio ficava inquieto e confuso, ao mesmo tempo que tinha medo, queria estar no lugar da mãe. Aquela sensação de poder o chamava insistentemente.

Alguns segundos depois estava selada a morte da pobre ave, aqueles segundos se eternizaram na mente de Júlio e até hoje ele ainda pensa que mata galinhas...