Retalhos de um indecente

Largado sobre o sofá, todo esparramado, ele coça as partes íntimas, enquanto traga um enorme charuto. De repente, ele sente um desejo lhe invadir, um turbilhão de tentações libidinosas, sua mente é tomada, só sexo, nada mais lhe importa naquele momento. O tesão invade seu corpo, parece estar possuído, se desespera, ele precisa saciar aquele desejo, sente que vai explodir, quer se aliviar, precisa. Levanta-se do sofá, está ensandecido, seu pênis se destaca sobre a calça, duro como uma pedra, quente como um caldeirão com água fervente. Ele abre o zíper, retira-o, está latejando, quer gozar, parece um bicho indomado, sedento por sexo. Aquele pedaço de carne de apenas algumas gramas é a cabeça naquele momento, a outra sumiu, desapareceu subitamente, sem deixar rastros de sua existência. Ele acaricia o membro roliço, seu bem mais precioso, como a dizer, irei saciar seu desejo, em seguida ele o guarda.

O homem está ardendo, fervendo, luxúria é a palavra que cintila, percorrendo seu corpo, seu membro inquieto. Ele sobe as escadas silênciosamente, vai até o quarto, na cama sua mulher dorme tranquilamente, nem se dá conta da falta do marido. Ele a observa, certificando-se que realmente ela está dormindo. Em seguida vai até o quarto de seu filho, ele tem apenas três anos, olha para os lados receoso, ninguém por perto, então entra e fecha a porta cuidadosamente. Se aproxima do filho, inclina-se em sua direção e se põe a observá-lo por alguns instantes; seu rosto angelical, sua respiração sutil e compassada, sua pele macia, seu perfume tão agradável. Tudo lhe atiça o desejo, fica ainda mais excitado. Ofegante, transbordando de tesão ele baixa as calças do menino, retira seu pênis e começa a esfregá-lo na bundinha do menino. A criança se mexe e remexe, dando sinais que talvez possa acordar, assustado, ele prefere não arriscar, desiste da penetração, fecha o zíper e desce as escadas totalmente frustado.

O desejo é implacável, está o matando, não importa como, ele precisa transar, seja com quem for, contanto que não seja com a sua mulher. Está obsecado, descontrolado. De repente, o cachorro começa a latir no quintal, ele se dá conta do latido, abre a porta e vai até onde ele está preso por uma corrente. Abaixa as calças, segura o cachorro pelo traseiro e engata seu pênis no anus do animal, e em um vai e vem intermitente, se delicia com aquele momento, enquanto o cachorro solta um choro agonizante e se debate todo, tentando em vão se desvencilhar daquele intruso que entrou sem ser convidado. Alguns minutos depois, o homem goza, esguichando seu sêmen no pobre animal, pondo fim ao seu desejo. O cão se encolhe tristonho, como se fosse uma criança que tivesse sua dignidade usurpada, estava em retalhos, humilhado. O homem age friamente, enfim saciara seu libido, ele respira fundo, está aliviado agora, fecha o zíper e caminha tranquilamente para a porta de casa, como se nada tivesse acontecido. Porém, antes de entrar, ele ouve um barulho de correntes se rompendo, olha para trás, o cachorro corre em sua direção furioso, mostrando seus dentes afiados, em seus olhos era possível ver ódio, muito ódio e apenas um propósito, vingança. Antes que pudesse esboçar qualquer reação, o cachorro pula em seu pescoço derrubando-o no chão, rasgando sua pele, arrancando pedaços, lançando-os ferozmente em todas as direções. Morde sua partes íntimas, seu pênis, seus grãos são dilacerados, seu rosto também, e todo o resto.

Com todo aquele barulho, a esposa acorda assustada, seu marido não está na cama, será que algum bandido tinha invadido a casa, imagina ela. Pensa em seu marido, em seu filho. Corre até o quarto, o menino dorme tranquilamente, como um anjo, apesar de todo aquele barulho. Em outras ocasiões ele seria o primeiro a acordar, chorando compulsivamente. Mas desta vez fora diferente.

Vendo que estava tudo bem com seu filho, ela vai a procura do marido, desce as escadas temerosa e preocupada, vê então uma cena horrível; retalhos do que antes fora um homem, seu marido que ela amava com todas as forças de seu coração, seu corpo estava totalmente desfigurado, partes de seu corpo espalhadas pelo quintal, próximo a porta, dentro de casa, não sobrou nada, apenas pedaços. O cachorro ao lado, ainda insaciável em sua vingança.

No dia seguinte o cão foi sacrificado, ela nunca quiz ter um, enquanto seu filho depois de crescido, abriu um canil, ele adorava. Ela nunca entendeu nada disso e até hoje chora pela morte de seu amado.