O Mistério na Rua Lombard

No dia 03 de outubro de 1849, foi encontrado pelo Dr. James E Snodgrass, um homem de estatura média, em horrível estado, numa taberna da Rua Lombard. Foi levado inconsciente para o Hospital Washington e ficou sob os cuidados do Dr. J.J. Moran, médico residente. Foram vários dias de delírio, chamava por "Reynolds" e ficava desesperado.

Tratava-se de Edgar "Allan" Poe. Que procurava reagir ao alcoolismo, e havia feito conferências em Richmond e Norfolk. Reencontrado viúva sua antiga namorada Sara Elmira Royster, a qual havia pedido-a em casamento, embora confessasse que estivesse apaixonado pela Sra. Annie Richmond. Marcaram o casamento para 17 de outubro de 1849 e depois partiu para Nova York. Em Baltimore, dizem ter sido vítima de cabos eleitorais, suspeitaram que deram-lhe para beber licor com drogas e o fizeram votar.

Embora Reynolds não tenha entrado na sua história em vida, ele entrou nas poucas horas que lhe restavam. Aliás Reynolds sempre esteve presente em sua vida, ele que nunca havia dado a atenção devida. Era o seu mentor espiritual.

Quando arrancaram-lhe a sua roupa e a colocaram do avesso. Nessa hora Edgar já estava dopado. Sei que eles o matariam se Reynolds não tivesse aparecido. Se não fosse a ajuda dele, ele teria morrido ali mesmo e seu amigo o encontraria já morto.

Reynolds surgiu do nada, com a roupa toda branca como se fosse um anjo, junto com ele estavam vários querubins. Não lembro de quando Edgar pegou uma Bíblia na mão ou foi à Igreja, mas a mão de Deus foi maior.

E quando estava inconsciente passara tudo o que ele havia feito na vida. Seus erros: beber, jogar, romper a relação com o seu pai adotivo, não estar ao lado da sua mãe adotiva no seu leito de morte, não ter dado a devida atenção ao seu irmão William, não ser tão presente na vida de sua irmã Rosalie que também havia falecido. Seus acertos: ficar ao lado da sua mãe biológica até a sua morte, escrever suas angústias, seria uma forma de desabafar a sua crise existencial. E as fatalidades que foi perder as mulheres que ele mais amava: sua mãe biológica, seu irmão William Henry, sua irmã Rosalie, sua mãe adotiva, sua querida esposa Virgínia, sua doce Virgínia, a Sra. Annie Richmond e por fim não ter se casado com Sara Elmira Royter, pois na adolescência, ficaram noivos secretamente. Seus pais vieram a saber pelas cartas que trocavam, pois nessa época estavam muitos distantes. Ele estava na Universidade de Virgínia. Os pais dela fez com que rompessem, porque seu pai adotivo o havia deserdado. E como a vida é um círculo e as pessoas sempre se encontram mesmo que não queiram, acabaram se reencontrando, ela estava viúva. Ele acreditava que seriam felizes juntos, mas o destino assim não quis. E assim o seu poema “O Corvo” teria um final diferente, ao invés dele dizer "Nunca Mais", ele diria "Para Sempre".

Reynolds, seu anjo Reynolds, lutou demasiadamente pela sua vida, e permaneceu com ele até que fosse retirado desse mundo. Ao desencarnar, ele o amparou, segurou em suas mãos e disse:

“Deus receberá a sua alma e dela cuidará”.

Ao falecer na manhã de domingo, precisamente no dia 7 de outubro de 1849 e suas últimas palavras foram: “Senhor, ajudai minha pobre alma”.

E assim sua vida cessara da mesma maneira que viera ao mundo, na miséria e de forma trágica.

Roseli Princhatti
Enviado por Roseli Princhatti em 08/05/2010
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T2244428
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