Bela e mortal...

Os cabelos negros agitados pelo vento da madrugada, as mãos sujas do sangue de uma vadia, não sentia a menor culpa. Teria feito um bem à humanidade de poupar a todos de tal criatura. Não suportava prepotência, indelicadeza, e aquele ser desprezível, que jazia sem vida, agora a mais de 30 metros de distância para trás, sabia ser justamente um pacote de puro lixo.

O solado da bota fazia um som interessante no silencio gélido da noite, era nova, a borracha dos coturnos estavam novas, adorou aquele novo modelo de solado alto cujo cano quase chegava aos joelhos, ficou perfeito com a meia arrastão. Se sentia poderosa, linda e agora só lhe faltava uma noite ardente de sexo, mas com seu sadismo tão alto, sabia que corria o risco de usar seu punhal mais uma vez, adorava ver as pessoas serem mortas em seu momento de gozo, um uivo seguido da extinção total da vida.

Um carro parou, um rapaz desceu o vidro e perguntou se ela queria carona, tocando no cano da arma que trazia na cintura, pensou por alguns segundo, abriu a porta e entrou:

-Olá!-sorriu maliciosamente- Se pensa que sou uma prostituta se enganou, só aceitei a carona pois você é inofensivo...

O rapaz olhou para ela um pouco assustado, sem entender bem o que ela queria dizer e diminuiu a velocidade, depois parou bruscamente e a ameaçou com uma faca:

-Você vai ser minha esta noite.

Tirou a arma colocou na cabeça dele com um movimento rápido e sorriu:

-E você está a pé.

Empurrou ele para fora do carro por sua porta, foi mais fácil justamente por ele estar sem cinto. Tomou a direção, colocou seu pendrive no som e deixou rolando “Hell Bells” do AC/DC no talo, aquela noite estava sendo tão perfeita!

Parou em frente a um bar de rock, no estilo dos pubs ingleses. Piscou para o segurança que já a conhecia e entrou sem enfrentar a fila. Subiu no balcão com todos os olhos nela, pulou para a parte que ficavam os atendentes e pegou uma bebida. Um dor garçons deu um beijo quente nela ao passar, o outro apertou sua bunda discretamente. A moça de olhos verdes passou esfregando os peitos duros nela, aquela vadia lesbica sempre safada...

Pulou de volta, e foi ao banheiro, as patricinhas toscas de sempre a observando de cima a baixo, retocou seu batom avermelhado, passou um brilho, se viu mais pálida que o normal, precisava beber um pouco aquela noite para se sentir mais humana....

Se despediu sem pagar, e saiu cantando pneu pela rua, parou ao ver um grupo de jovens de roupa preta em uma praça. Desceu e pediu uma bebida, pegou o cigarro da mão do maior deles e ficou começou a zuar a tosquisse dos moleques. As mulheres do grupo já demonstravam irritação e um dos caras pediu delicadamente que ela fosse embora. Se aproximando dele, lambeu sua orelha e disse que queria vê-lo tira-la dali. Ele imobilizou seus braços e foi levando-a de volta ao carro, há poucos metros do carro foi surpreendido ao ser lançado muitos metros de distancia por aquela moça esguia. Todos ficaram assustados e se afastaram. Indo até onde ele tinha caído tirou o punhal e deu um pequeno corte no pescoço dele, uma quantidade razoável de sangue escorreu, se abaixou e lambeu com volúpia. O rapaz assustado,se levantou e se afastou dela, mas seu olhos já tinha ganhado um brilho forte demais para ser contida, e o fato dele correr só o tornou uma presa em movimento, mais instigante.

Ela não precisava aumentar o ritmo de seus passos, pois o sangue dele funcionava como imã e quanto mais corria, mais rápido ela o alcançava, as ruas desertas, nenhum carro passando... Foi surpreendida pelo vôo rasante de um morcego, sentiu um arrepio e voltou rapidamente para o carro, ligou o carro com as mãos tremulas e saiu cantando pneu. Precisava de um lugar seguro, pois um nosferatu genuíno lhe dera um sinal suficientemente convincente para ela sair de sua área. Correu a 180 por hora, quase bateu com um carro pequeno, continuou em sua fuga alucinante até encontra um bar calmo, na beira da estrada, lugar que por ser nos arredores da cidade tinha pouca chance de ser território de alguém. Sua condição de Dhampir a condenava a ser doentia e desvirada já que trazia marcada em sua mente a historia de seu pai biológico , um maldito nosferatu. A mesma sede de sangue que trazia em si, era aquela voltada ao sexo, como se sua força vital dependesse destas duas fontes, comer era desnecessário, se bebesse regularmente certa quantidade de sangue. Não necessitava matar um ser humano, e conseguia ver sangue sem sentir a menor vontade, assim como quando matou a vadia, teve nojo daquele fluido, era como ter diante de si, um rio de esgoto. Sentou na beira do balcão, pediu uma bebida, e foi surpreendida com alguém segurando-a pelos cabelos:

-Olha quem está aqui!

Era o maldito de quem roubara o carro, para seu grande azar, ele estava acompanhado de vários homens. Ele a desarmou, e pensou em sua inocência masculina que teria sua vingança. Como sua aparência era deveras interessante, achou que seria interessante propor algo tentador:

-Que tal se fizéssemos uma orgia rapazes?

Todos olharam espantados, pois viam que não havia sinal de medo nela.

Ele deu um tapa na cara dela:

-Antes eu queria te comer, agora eu quero me vingar e te deixar bem machucadinha sua vadia!

Sorriu em uma sonora gargalhada. Olhou para ele, e ele notando algo de diferente naquele brilho, sentiu uma palpitação, em um segundo já estava no pescoço dele rasgando um buraco profundo que esguichava sangue, foi certeira na jugular. Afastou limpando seu rosto. Os outros tentaram impedi-la, mas eram jogados longe sem esforço. Ela ficou vendo-o desfalecer com as mãos tentando em vão parar o sangue, saiu do bar lamentando que o dia clarearia logo e teria que ir trabalhar. Entrou no carro e voltou para seu apartamento, pretendia abandonar o carro perto do bar e ir andando até algum ponto de ônibus.

Ficou pensativa enquanto esperava o ônibus, em breve teria que se mudar novamente, pois passaria a ser procurada, tinha exagerado um pouco, mas em seu apartamento já encontrar algumas boas opções de outros lugares para morar....

T Sophie
Enviado por T Sophie em 22/06/2010
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