Ultimo Suspiro (vale a pena ler)

Preciso de um tempo para pensar.

Para por as coisas em ordem.

Minha mente trabalha inutilmente tentando parar o batalhão de informações, problemas, conflitos, especulações e outras coisas que chegam a minha mente.

Mais não é fácil, estou muito cansada, já não consigo separar verdade de ficção, já não consigo bloquear esses pensamentos indesejáveis do jeito que antes fazia.

O que está acontecendo comigo, meu Deus?

Minha cabeça dói, meu celebro trabalha a mil por hora sem descanso.

E mesmo assim essas coisas não param de chegar.

Parece um spam, um lixo eletrônico ou mesmo um vírus,

Mais simplesmente não posso, não consigo deletar essas informações.

Elas ficam marcadas, não importa em qual nível se encontra, pois mais boba que seja ou por demais elevadas.

É um turbilhão de confusões, já não sei o que é mais verdade, não consigo mais separar o que é real. Uma briga constante em minha cabeça, em meu consciente.

Está cada vez mais difícil suportar, pensar com clareza...

Já não estou em meu mundo, já não sou eu mesma.

São tantas coisas se formando em minha mente, são muitas coisas de uma vez só...

Tento me concentrar um pouco, é difícil...

Onde estou? Procuro em volta olhando cada coisa ali.

Vasculho minha mente a procura de reconhecimento, não demora e eu logo descubro onde me encontro.

Um penhasco, noite!

O vento sopra em meus cabelos, as águas em baixo estão se agitando constantemente.

Era uma noite clara e bonita, lua nova...

Dava para vê as estrelas brilhando distantes naquele céu imerso.

Olho em volta, nada... Totalmente deserto.

Sem ruídos, nem carros, nem pessoas, nem animais, nem nada, não continha barulho nenhum a não serem os dos meus pensamentos. Afinal o mundo dormia, não sabia o que se passava ali e tal pouco se importava.

Não conseguia mais resistir, os sons eram mais fortes, fechei meus olhos outra vez, minha mente entrou em ação novamente, a confusão recomeçou.

Não conseguia mais suportar aquilo, tinha que fazer algo.

Me deixei levar pelo vento, dei um passo a frente.

Senti o ar frio sobre meu rosto, comecei a cair, as águas se agitavam mais e mais forte à medida que ia me aproximando, como se ansiasse pela rapidez, como se esperasse um alimento, como se reclamasse da minha demora.

O vento forte e frio cortava meu rosto, não me importei e continue de olhos fechados.

Senti uma presença ao meu lado. Abri meus olhos aos poucos e o vi.

Ele olhava incrédulo para mim.

“Faça isso parar” eu disse movendo meus lábios sem emitir som algum, devido ao vento. Ele me olhou nos olhos, vi qual negros eram seus olhos. Pareceu entender minha frase sem som, fez um sinal de consentimento e de repente os sons em minha mente cessaram.

Me sentir livre, me senti novamente eu mesma, não havia mais barulhos em meu consciente.

Então sentir a água fria me abraçando, olhei para o lado mais ele já não estava mais lá, já não o vi mais.

Sabia que minha hora tinha chegado e estava feliz, não precisaria ouvir mais vozes, não precisaria escutar mais minha mente, não precisaria mais passar por isso.

Como se de repente o mundo sentisse, ouve o mais puro e delicioso silêncio.

Sorri com a ironia, afinal silêncio era algo que eu não tinha há muito tempo.

Senti um nó na garganta, olhei mais uma vez para o lado, ele realmente havia sumido, não estava mais ao meu lado, mais eu sabia quem ele era.

Fechei meus olhos novamente e murmurei “muito obrigada” e então como um passe de mágica, as águas de acalmaram, o vento parou de soprar e eu dei meu ultimo suspiro.