Era um amor na Espanha

San Pedro, uma pequena cidadezinha espanhola, pouco habitada, as poucas ruas não tinham mais do que oito moradores cada. Havia uma em especial, uma ruazinha estreita, escura, fria, composta por uma vila de sobrados, todas as noites a rua recebia a mesma visita, uma linda moça que parecia estar sem rumo.

Era loura, de olhos azuis esverdeados, pele claríssima, tinha estatura mediana, um porte muito bonito, usava sempre um vestido um tanto exótico, vermelho, com bolas e rendas pretas, uma camada de babados no ombro, o que dava-lhe um imenso charme e sensualidade.

As mexiriqueiras da vila não perdiam tempo em palpitar, umas diziam qua a pobre era mulher de vida fácil, outras diziam que era louca, pois todos os dias ela passava na mesma rua, com a mesma veste, com o mesmo olha, fixo, dissimulado, do qual não revelava nenhum plano ou malícia. Mas, a maioria das pessoas tinham medo da misteriosa moça, esta completava seu visual exótico com grandes brincos dourados em forma arredondada e um lindo arranjo de flores que prendiam seus lindos e longos cabelos, dando assim uma aparência cigana.

As ciganas eram vistas como terríveis feiticeiras, mulheres que olhavam fixamente nos olhos e hipinotizavam qualquer um para obter o desejado.

Mesmo com o medo dentro de si, as palpiteiras resolveram seguir a jovem. A noite estava fria, o inverno europeu é muito rigoroso, o caminho traçado pela moça era longo e escuro, havia apenas a iluminação de poucas velas dentre as casas. As palpiteiras seguiam cada passo da jovem, até que chegaram a uma casa de jogos e bebidas, ao analisarem o local já afirmavam com absoluta certeza que a “cigana” era uma mulher da vida, mas , ao espiarem por uma fresta, viram com tal desenvoltura aquela jovem expressava-se em meio ao Flamenco, uma dança típica espanhola.

Por meio de conhecidos, descobriram que aquela moça era Milla, uma jovem que jurou que nunca se apaixonaria, mas, o destino lhe reservou algumas surpresas e decepções que, só encontrou na dança uma forma de expressar todos seus sentimentos, por vezes, muito nobres, porém, destinados à moços errantes.

Nunca ninguém, soube mais nada sobre o coração de Milla, a linda jovem “cigana”, dançarina, amorosa...sofrida!

Li Porfirio
Enviado por Li Porfirio em 24/10/2006
Reeditado em 24/10/2006
Código do texto: T272615