Caminhos do Destino - Parte VI

Pedro acordou meio tonto, gemendo ainda de dor, olhou para ela e perguntou:

_O que aconteceu?

Ela respondeu meio preocupada:

_Você teve muita febre e delirou algumas vezes.

Ele abriu um sorriso e agradeceu a ela por ajudá-lo, abraçou-a e beijou os seus lábios com ternura.

Imaginou, como ele era gentil e carinhoso, muito diferente do Roberto, se bem que no começo o Roberto também era assim e até melhor, cuidava dela como se ela fosse crinça, chegava em casa do trabalho com flores, bilhetinhos apaixonados, enfim, um homem que toda mulher sonha. Mas o tempo o deixou agressivo e nervoso, ela imaginava que por causa do acontecido com o irmão dele , ele tenha se tornado assim, lembra como se fosse hoje:

Certo dia ela estava em casa preparando o jantar quando o telefone tocou , era do hospital e Roberto estava com seu irmão internado, ela não entendeu muito bem, só que tinha que ir pra lá, trocou de roupa, deu um jeito no cabelo e saiu, pegou um táxi e foi ao hospital,

chegando lá, encontrou ele parado na porta com os olhos em lágrimas e aflito demais falou pra ela:

_É tudo minha culpa, eu o matei...chorando sem conseguir terminar a frase.

_Matou quem? Do que esta falando? Disse ela assustada.

_Rodrigo esta lá dentro e o médico disse que não tem chances dele sobreviver, teve traumatismo, por minha culpa, nós brigamos, ele saiu com o carro, correndo muito e bateu. Fui atrás dele mas não deu tempo, ele está muito mal._e chorava sem parar.

Ela não sabia o que dizer, entrou no hospital e falou com o médico e infelizmente Rodrigo estava morto.

Desde esse dia Roberto não foi mais o mesmo, tornou-se agressivo, frio e a agredia por tudo.

Dias passaram e ela descobriu por que ele teve aquela briga com o irmão, encontrou um amigo do Roberto na rua e ele perguntou como ele estava, ela respondeu dizendo o que tinha acontecido, ele disse que Rodrigo estava mexendo com gente perigosa e estava usando drogas pesadas direto, Roberto tentou abrir os olhos dele, dar conselhos, mas ele ficava nervoso e acabava brigando. Ficou sabendo de uns caras que estavam atrás de Roberto pra receber um dinheiro que Rodrigo ficou devendo, não era pouco, e isso deixava Roberto muito nervoso.

Meses depois descobriu que um desses caras havia sido assassinado, ela encontrou no apartamento uma arma em uma gaveta no fundo do armário, ficou com medo e tirou ela dali e a escondeu, quando ele descobriu que ela havia mexido na arma, brigou com ela, nervoso pediu a arma, sem que ela pudesse responder começou a procurar, jogando tudo no chão, e sem achar bateu nela, ela caiu sem conseguir falar, chorava muito, disse pra ela que se não lhe entregasse a arma a mataria também, foi aí que ela percebeu que ele havia matado alguém.

Mas nem assim ela disse onde havia escondido a arma.

E hoje perdida naquela ilha percebeu, por que ela teria ainda voltado pra ele depois de ter ido embora? Não fazia sentido esse sentimento que ela carregava no peito, sofria sim, mas queria se livrar desse sofrimento, mas não tinha forças. E acabava voltando pra ele.

Pedro a chamou 2 vezes e ela não respondeu, voltando a realidade percebeu que se aproximava da ilha um barco, mas era o mesmo barco que Roberto levou embora, só que quem estava nele não era o Roberto, aliviada ajudou Pedro a se levantar e acenar pro barco, eles foram até o barco e seguiram mar adentro, aliviados por estarem indo embora, mas no meio do oceano o barco parou e o rapaz que o guiava disse , até aqui trouxe você meu camarada!- disse olhando para o Pedro.

-ela estremeceu -

_Aqui você fica! disse já indo pra cima dele, ela gritou:

_Não, o que esta fazendo? Ele não esta bem, foi picado por uma cobra, precisa de um hospital, deixe ele em paz, por favor- e caiu em lágrimas, desesperadamente o empurrou, e ele não gostando disso a amarrou, e foi novamente pra cima de Pedro, com muito dor ainda ele lutou com o rapaz deixando ele desacordado, ela pensou , nossa como ele conseguira, era forte demais, mesmo com dor, ele conseguiu bater no rapaz.

Pedro a desamarrou e ela abraçou ele aliviada.

Em seguida amarrou o rapaz ali mesmo no chão caído, foi pra direção do barco e seguiram em frente.

Mas qual não foi sua surpresa quando chegando no cais viram Roberto parado, que assustado ficou quando viu quem guiava o barco,

correu pro carro e deu partida. Fugiu deles, como ele pôde fazer isso, tentar matar o amigo?

Não esse não podia ser a pessoa com quem me casei!

Saíram dali e pediram ajuda, e foram para o hospital, do jeito que estavam sem dinheiro, sem documentos, sem nada, foram atendidos rapidamente, e o médico achou melhor deixá-los internados para se recuperarem dos ferimentos e da fraqueza que se encontravam, ela pediu para dar um telefonema e ligou para sua família, que a essa altura já estavam desesperados por falta de notícias.

Foi para o quarto tomou banho com a ajuda da enfermeira, comeu, foi medicada, vestiu as roupas do hospital e adormeceu pelo cansaço...

Continua na escrivaninha da poetiza "FLÔR"

Sônia Amorim
Enviado por Sônia Amorim em 12/02/2011
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T2787402