A Lenda do Cavaleiro Negro - Parte 2

O resto do dia passamos nos divertindo bastante. pescamos no rio, subimos em árvores e andamos de cavalo. Jaque sabia montar muito bem, mas eu e Cláudia precisamos da ajuda dos empregados da vovó. Lá pelas tantas, minha prima emparelhou o cavalo comigo e cochichou:

- Acho que descobri quem é o cavaleiro negro...

Olhei para Cláudia, sem entender.

- Ele é uma lenda!

- Não é não! Veja aquele moreno ali. E ele não para de me olhar.

Discretamente, desviei a cabeça para onde ela apontava. Deparei-me com um dos tratadores. Sim, era um belo rapaz. Moreno, alto e dono de incríveis olhos negros. Percebi que algumas vezes ele dirigia seu olhar em nossa direção. Claúdia quase não conseguia se conter em cima do cavalo, de tão encantada.

Porém, o belo homem se afastou de nós e não o vimos mais, para frustração de Cláudia e minha também. Na hora do jantar, vovó recebeu visitas e não dispensou tanta atenção para nós. E um pouco antes de dormir, Cláudia simplesmente sumiu.

Quem primeiro deu falta foi a Jaque. Ela estava de pijama quando perguntou:

- Cadê a Claudinha?

- Na cozinha - menti - Vou lá chamar.

Vesti um casaco pesado e escapuli para fora da casa. Já passavam das onze horas da noite, as visitas já tinham partido e minha avó já estava na cama. Do lado de fora estava escuro e frio. E nenhum sinal de Cláudia.

Percorri um bom pedaço pela estradinha de terra, em direção ao estábulo. Achei que ela poderia ter ido se encontrar com o tratador bonitão. Contudo, a escuridão estava forte e a bateria da minha lanterna acabou antes da hora. De repente, me vi no escuro e perdida, com nítida sensação de que eu não estava sozinha.

- Cláudia - chamei, tentando me controlar. O luar fôra escondido por uma nuvem - Cláudia, você está por perto?

Silêncio. Dei meia volta e tentei voltar pelo mesmo caminho. Andei por dez minutos e a casa não apareceu. Meu coração bateu acelerado. Sim, eu estava perdida, caminhando em círculos. Em pânico, sentei sobre meus pés e chorei. Então, de repente, escutei o som dos galopes de um cavalo.

... continua ...

Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 09/03/2011
Reeditado em 09/03/2011
Código do texto: T2837696