O Julgamento

A minha vida estava apenas começando.

Os ideais de certo ou errado já martelam minha mente dia após dia. Como esse mundo injusto coloca no mundo uma pessoa que não terá o mínimo de condição de vida? É isso a vida real?

O que mais eu poderia fazer para suprir minhas necessidades além do que acabei de fazer. Minha fuga da realidade começou dessa maneira. Uma cabeça... Uma arma... O gatilho apertado.

Não era essa a minha intensão. Agora ele está morto.

E então o arrepio corre minha espinha. Meu corpo todo dói. O juízo final chegou mais cedo pra mim. Eu sabia que não deveria ter matado aquele homem. Minha mãe não merece esse desgosto, não merece chorar. Eu não queria chorar.

Então os trovões poluem a minha mente. E logo eu o vejo. Aqueles olhos vermelhos. A silhueta assustadora e aquela voz... Aquela voz demoníaca.

Meu julgamento começa.

- Em nome de Deus, deixe-me voltar, ao menos para me despedir.

Nenhuma resposta. Apenas fogo.

Então quando menos espero as luzes se acendem. Eu vejo a luz... Seriam anjos?!

A discussão começa. Deus quer me levar com ele, mas seu rival não deixa. Não quer... Minha alma é dele.

Não há piedade para alguém que mata por necessidade?

Então a escuridão vence.

- Saia logo daqui. Disse ele. E as luzes sumiram.

Ele volta-se para mim e me encara nos olhos... Aqueles olhos. Malditos olhos...

Ele me concede uma nova permissão. Deixe-me voltar. Foi esse o acordo.

Então eu abro os olhos. A arma na minha mão denuncia o meu erro... Eu não estava sonhando.

De qualquer forma o vento sopra enquanto o sangue se esvai das minhas veias. Meu corpo sofre um último espasmo. E então novamente as trevas.

E então a dura realidade envolve todo o meu ser:

Não há piedade para alguém que se mata por necessidade...

Álisson Zimermann
Enviado por Álisson Zimermann em 15/03/2011
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