O susto
 
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Meia noite, cansada e com sono, eu vinha caminhando pela rua já deserta, quando, de repente, ouvi umas pisadinhas leves atrás de mim. Senti um frio no estômago, a pele começou a suar frio, mesmo com o sangue fervendo, desejei olhar pra trás, mas faltou-me a coragem.
Pensei... E se eu correr? Senti medo de meus pensamentos, como se já não fossem mais secretos e qualquer um pudesse ouvi-los. Tentei calar até em pensamentos, controlando minha respiração. Mas o som de minha respiração era forte, ensurdecedor.
Sem coragem de correr, pensar, medo de respirar, queria seguir em frente sem temer.
O som das pisadinhas leves atrás de mim era real, isso eu não podia negar, porém pareciam-me fortes e eram amedrontadoras. E minha respiração, com barulho audível, se misturava com as pisadelas deixando-me em verdadeiro pânico.
Comecei a caminhar mais rápido e meus passos eram choque no chão que davam um som agudo. As pisadinhas, do mesmo jeito: leves atrás de mim.
Ai meu Deus! Clamei, dai-me coragem!
Olhei neste momento o céu, ao avistar a lua, senti que dava um sinal de proteção.
A coragem brotou leve, tímida em mim.
Olhei para trás e aliviada, percebi ser meu vizinho que caminhava tranquilamente também em direção à sua casa.
Acenou com a mão e disse:
Boa noite menina!
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