“O Anel da Sorte”

Pedro Paulo acho que nasceu numa sexta feira 13. Cara azarado igual ele era muito difícil. Se fosse comer um lanche derrubava, se fosse pular uma poça d’água, caia nela, era demais. A rapaziada de sua idade se afastava por que isto pega, diziam. Esta soma de derrotas chegou a tal ponto que ele pensou em suicídio. Como era covarde, não tinha coragem de chegar aos finalmente. Mas um dia decidiu, é hoje. Saiu de casa e entrou em um pequeno bosque para concretizar sua intenção. Para criar a coragem necessária levou horas. Quando finalmente decidiu preparando a mistura venenosa que o aliviaria do peso da vida alguém falou: - A coisa ta feia né? Assustado viu um rapaz de terno branco sentado em um tronco bem próximo. Devia estar tão nervoso que nem prestou atenção. O espectador falou, vai mesmo? – O que você tem a ver com isto está atrapalhando cara. Estou vendo que você está determinado, vou deixá-lo em paz, para que possa fazer o que deve. Levantou-se e ia sair quando falou:- Já que você está assim, vai por fim a sua vida que tal fazer uma negociação? –Que negociação? Você vai morrer, perdeu, acabou, então que acha de ter mais uma chance? Eu tenho poderes e posso te dar mais um mês de alegria, mas alegria geral gozar a vida mesmo. –Mas um mês não é nada tanto faz, guarde sua proposta para outro, Oh Anjo Bom. O rapaz de terno branco riu, anjo bom, mas nem tanto. Um ano, você aceitaria um ano? Será o melhor de sua turma, todas as meninas brigarão para ficar com você, ganhará dinheiro para comprar o que quiser e daqui um ano, aí nós vamos ver o que podemos fazer com você. Porque terei o seu passe. –Por ventura você é mágico? Porque meu apelido é sexta feira treze. - Caso eu não cumpra minha parte você não precisa cumprir a sua. Tome este anel, você não deverá tirá-lo por nada. Veremos o que acontece. Pedro Paulo a caminho de casa pensou: este cara é louco, mas realmente nada a perder. Naquele dia nada aconteceu, mas no dia seguinte. O mundo ficou cor de rosa, todos o cumprimentavam, as moças o olhavam, nossa a coisa estava ficando boa. Tentou o jogo que não tinha nenhuma afinidade, como era fácil, baralho, bilhar, xadrez, parecia profissional, era elogiado por todos. As moças acompanhadas olhavam por cima do ombro do namorado, exultou. Aí vieram numa seqüencia de mês a mês, onde tudo que fazia dava certo. Arrumou ótimo emprego e a namorada que sempre sonhou. Ela simplesmente largou o namorado por ele. Só que o ano voou. Estava trabalhando e era alto funcionário, ganhando muito bem. Sr. Pedro Paulo, um amigo seu ligou, disse que precisa conversar. Quem era? Ele disse que o Senhor Sabe é o moço do anel. Ficou lívido, agora lembrou. É já faz um ano, mas vou negociar, foi muito pouco tempo. Em frente á sua mesa havia algumas cadeiras. Levou um susto, em uma delas estava um senhor de barba espessa e terno branco, sorria mansamente. -Quem é o senhor, perguntou, mas já sabia, era o teste que havia feito. –Mas foi muito rápido. –É eu sei e então? – Me dá mais um tempo? Não dá mais, eu ia pedir o anel, mas não precisa. -Hoje é sexta feira, você tem o sábado e o domingo. Segunda feira de manhã você irá ao meu encontro. –Tá bom você foi até generoso de mais comigo, valeu por tudo que tive neste ano. Se eu fosse diferente te daria uma chance, mas não sou. O final de semana foi horrível, não conseguiu nada. Quando chegou à segunda de manhã, recebeu a visita esperada. Tudo bem? Não sei, mas, estou pronto. Pronto para que? Você disse que me levaria para o inferno. - Eu? Você brincou. Estávamos reunidos e vimos você sofrendo demais, fizemos um acordo resolvemos te dar uma injeção de animo. - Mas o anel . –O anel nada mais é que sua vontade sua ótica, - Você estava negativista, quando começou a acreditar, as coisas coincidentemente mudaram. A sorte foi você que reverteu. –Mas você não é o diabo?- Pode me chamar do que você quiser. Meu nome não importa sou um viajante. Procuro entender as pessoas, não podemos interferir, no seu caso fizemos uma exceção.

Oripê Machado.
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 13/01/2012
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