Diário de um Serial Killer- 4

Capítulo 3

Envolvi delicadamente o seu corpo mutilado, após telo previamente limpo, em um lençol de linho branco, desses fáceis de encontrar em qualquer loja popular. Ela estava linda vestida de morte, a palidez de seu corpo exangue dava-lhe um ar angelical.

Coloquei duas moedas sobre seus olhos para que pudesse pagar a passagem da barca de Caronte que haveria de conduzi-la aos Campos Elíseos.

Levei-a para o velho cemitério desativado e esquecido na extremidade da cidade e sepultei-a com uma oração.

Voltei para meu abatedouro e livrei-me de todas as evidências que pudessem denunciar o que ali ocorrera.

Como a localização é em um lugar isolado, sem muita vizinhança, não é difícil manter a privacidade necessária para que eu possa executar a minha tarefa de saciar a minha fome.

Voltei à minha vida cotidiana, saciado por um período de três meses.

Findo esse tempo a fome voltou a me incomodar e já era hora de voltar a procurar uma nova vítima.

Passei semanas estudando os hábitos e horários de alguns candidatos a meu banquete.

Era necessário um cuidado especial, afinal o importante é jamais deixar rastros e obviamente, testemunhas seriam um grande incômodo.

Era também necessário diversificar, afinal não era interessante que as vítimas pudessem ser relacionadas por algum motivo.

Quanto maior o espectro de vítimas mais dificuldades haveria em estabelecer uma relação entre os casos que aparentariam ser desaparecimentos “normais” no cotidiano das grandes cidades.