AS TREZE PIRÂMIDES
                         E O BRUXO NEGRO

 
         Hoje acordei após um sonho ou pesadelo inacreditável, não parecia como todas as manhãs que acordo e logo vou fazendo o café com animação, preparando um pão com queijo e mortadela defumada para meu filho e para mim que entro no serviço às seis horas e meia da manhã de segunda a sexta.
         Parecia que o sonho tinha consumido todas as minhas energias ou eu realmente estava lá vendo tudo que ocorria naquele acontecimento inacreditável, pois não tinha qualquer reação ou ânimo para fazer minhas obrigações. Para compartilhar com todos os curiosos, incrédulos, iluminados, crentes e loucos vou contar o que aconteceu tentando descrever os detalhes que ficou em minha mente.
          Em meu sonho ou pesadelo eu estava em um grande vale cercado pelo mar, parecia que aquele vale só aparecia naquele momento como se fosse predestinado a algum objetivo prescrito ou predeterminado por alguém com poderes sobrenaturais.
         Neste vale de paisagem não comum ao nosso planeta surgiram rasgando e estremecendo o solo treze pirâmides que se ergueram formando uma grande estrela de seis pontas com olhos no topo como grandes faróis.
         O céu estava iluminado, mas apenas treze estrelas bem próximas da terra se posicionam no firmamento formando grandes feixes de luzes com treze direções predestinadas. As treze pirâmides estavam organizadas formando um grande hexagrama recebendo os feixes das luzes das treze estrelas em seu topo onde terminava o décimo terceiro degrau o qual reluz o olho que tudo vê com nitidez.
         A posição das treze pirâmides parecia condicionada em direção a treze nações importantes que ainda relutavam por seus destinos religiosos, culturais, industriais, políticos etc. na contramão da nova ordem dos séculos.  
         Um som de uma trombeta é ecoado altivo por todo vale que começa e termina no mar, uma grande cascata aparece ao lado direito do vale e do outro lado uma chama intensa de fogo, ambos dentro de um triângulo. O triângulo de fogo escorre lavas incandescentes e o triângulo da água respinga gotículas impuras e transparentes. Os triângulos se entrelaçam, mas não se misturam permanecendo unidos formando uma grande estrela de seis pontas.
         Outra vez se ouve a trombeta e após um pouco de silêncio surgem treze cavaleiros negros, encapuzados carregando uma flecha de fogo cada vindo de trás das treze pirâmides, andando rápidos, se reúnem no centro do hexagrama. Antes que se juntem outra vez a trombeta ecoa e ai surge treze feiticeiros carregando folhas de oliva dos mesmos lugares de onde saíram os cavaleiros negros como um ritual.
          Dos olhos nos topos das pirâmides saem treze aves de rapinas negras que piam e voam em direção ao centro do hexagrama fazendo uma mutação, se transformando em uma grande água negra de olhos vermelhos, bico pontiagudo e preparado para rasgar carnes e triturar ossos.
          Trinta e dois guerreiros templários com espadas em punho e escudos pintados com listras transversais em vermelho e branco correm, fazem um circulo em volta dos cavaleiros negros e feiticeiros, enquanto mais trinta e dois guerreiros templários fazem escolta para o grande e poderoso Bruxo Negro que se aproxima vagarosamente. Após a escolta os trinta e dois guerreiros templários que escoltaram o bruxo juntam-se aos outros.
          Diante dos presentes o Bruxo Negro ergue seu cajado e absorve os feixes das luzes dos topos das pirâmides vindas das treze estrelas. Neste instante a escuridão predomina e em todo vale ouve-se gritos de agouros e dor. O Bruxo Negro faz surgir raios e trovões que ensurdecem e riscam o firmamento do vale escuro.
         Diante de todos ajoelhados e cabisbaixos o Bruxo Negro começa seu sermão:
     - A nova ordem não está sendo cumprida, quem eu vou mandar queimar nas profundezas do inferno. – Diz o Bruxo Negro com voz grave e bravo. – Como podemos dominar a terra se meus discípulos são imprestáveis e demorados em suas decisões. – Continua o Bruxo Negro tomando satisfação dos presentes ao hexagrama. – Fiz todas as infiltrações, tomamos e mandamos em seitas, religiões e nações, mas vocês ainda não conseguiram fazer com que nossa organização tome conta de tudo, domine toda terra. – Continua o sermão. - Eu quero tudo, inclusive a fé que o povo destina aos céus sem conhecerem a verdade, sem saber nem onde fica. – Diz o Bruxo Negro com voz altiva e prepotente.
          O silêncio tomou conta de todo vale, a escuridão foi interrompida pela volta dos feixes de luzes vindo das estrelas refletida pelos olhos que tudo vê no topo das pirâmides.  O Bruxo Negro ordena o ataque a qualquer nação cuja fé ao Senhor Deus predomine sem fazer referência ou citar nomes.
          Guerreiros templários voltaram para onde vieram, cavaleiros e feiticeiros ganharam os céus como bolas de fogo e água seguindo os destinos anunciados pelo Bruxo Negro. As pirâmides começaram a se embrenhar na terra rasgando-a e estremecendo todo vale que no momento parecia começar ser engolido pelo mar.
          As treze estrelas se misturaram com outras que surgiram no céu, os dois triângulos carregando o fogo e água que formavam a grande estrela se posicionam e voltam para suas origens.
          O Bruxo Negro ergue seu cajado e tudo começa a ser desfeito, com medo começo a se mexer tentando acordar, minha tentativa é em vão, parece que estou preso naquele lugar que vai sumir assim como apareceu.
          Neste instante não sei se é pesadelo ou real, pois prostrado a minha frente se encontra o Bruxo Negro com seus olhos flamejantes sorrindo e apontando para a terceira porta do inferno diante de meus olhos, muita gente gritando e o sangue escorrendo em pele viva, bombas caindo, fumaças, edifícios em chamas, o terror estava plantado e a partir dali o mundo não seria o mesmo até surgir um novo filho de Deus.
         O Bruxo Negro deu as costas e sumiu na fumaça que o encobria, com terror nos meus olhos, acordei e ouvi um grito de um pássaro noturno, depois treze badaladas de um sino, abri a janela e não ouvi e vi mais nada a não ser uma estrela piscando no céu como se mandasse um sinal.
 
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 24/09/2012
Código do texto: T3899303
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