DIÁRIO DE UM CAFAJESTE PARTE I

Uma pessoa não deve viver sozinha, a solidão machuca, a solidão maltrata, puro clichê.

Mulheres, mulheres e mulheres é assim que vivo.

Cheio de pó, no fundo de uma pequena caixinha, avisto meu diário.

Lembrava-me da primeira página. Relendo-a hoje é tudo diferente:

São Paulo, 23 de outubro de 1995

Adorava, quando menino, olhar escondido as revistas playboy de meu pai. Na segunda gaveta, de cima para baixo, sempre as guardava lá. Eram minhas aquelas musas, estavam ao alcance de minha mão, eram minhas até meu pai chegar.

Tive minha primeira conversa sobre mulher com meu pai, quando eu tinha 16 anos. Nessa conversa foi moldado meu caráter, ou jeito próprio de viver que eu não consigo viver sem. Fui para um clube masculino.

-Faz esse menino virar homem, capricha hein? Disse meu pai a uma das meninas.

Fui levado ao quarto. Ela era linda, digna de capa de uma daquelas revistas, mas eu estava inerte. Eu já sem roupa, meu membro era flácido e inofensivo. Ela estava nua, com seu sexo e seios me convidando, era mais sensual cada vez que tragava seu cigarro. Percebia um sorriso sarcástico, mesmo com suas palavras de ajuda, sentia ela tirar sarro de mim. Um brocha? com certeza eu era um.

Vesti minha roupa e sai correndo. Como uma criança covarde, entrei em meu quarto e chorei. Chorei de raiva. Não estava me perdoando pela minha timidez. Tudo ensaiado durante anos naquelas páginas e uma mulher consegue acabar com tudo. Até minha primeira vez.....

São Paulo, 13 de Dezembro de 1996

Hoje fui pra cama com uma mulher. Sara, minha prima 2 anos mais velha que eu. Tudo correu perfeitamente bem, segundo ela, fui o melhor homem com quem ela foi na cama. Depois de ir pra cama com essa minha prima, descobri que, nunca mais em minha vida, iria para a cama uma segunda vez com a mesma mulher. Salvo as casadas. Sim, salvo as mulheres casadas, nunca me canso de deitar com elas, afinal, elas tem um gosto diferente.

Sara me procurou outras vezes, mas, nunca dei atenção. Já havia provado, não tinha mais graça. Saí novamente com Sara depois que ela começou noivou, era mais mulher, eu tinha mais desejo.

Cafajeste eu? Ainda não, falta ainda uma segunda parte dessa história.

Eduardo monteiro
Enviado por Eduardo monteiro em 24/03/2013
Código do texto: T4205936
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