Crime á meia-noite

Uma pessoa agoniza no meio da rua. Meia-noite. Rua vazia. Eu, desesperada. Sem saber o que fazer. Coração palpitando. Vou até lá. Trôpega. Bebi além da conta. Vodca. Cerveja. Skol. Nem tava tão gelada. A pessoa geme. Eu gemo também. Frio. Ninguém aparece. Ainda não cheguei. As pernas travadas. Sangue. Uma luz se acende. Um carro. Aceno. Passa direto. Talvez pensa que sou uma prostituta. Estou quase nua. Com frio. Sou uma prostituta. A pessoa ergue a mão. Lutando. Últimas forças. Ele não quis me pagar. A bolsa. Tinha uma faca lá dentro. Peguei. Pensei. Cobrei. Falou que não ia pagar. Apertei a faca. Dentes cerrados. Nua. Melada. Pensei. Furei o safado. Agora está ali. Sangue. Sirene. Saio correndo...

Fernandes Carvalho
Enviado por Fernandes Carvalho em 30/03/2013
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