EXISTÊNCIA VAZIA

Antunes estava sofrendo um enorme desgosto pela vida, não via mais a beleza das coisas. Não enxergava mais a simplicidade do cotidiano. Às vezes ele indagava para si mesmo: será que a vida compensa?

Há muito tempo a solidão corroia o seu coração, ele se lembrava da sua amada e se remoia em dores. Uma dúvida profunda lhe torturava, Antunes queria saber onde havia errado e porque Laura o havia trocado por aquele sujeito.

Certa manhã, o triste Antunes decide executar aquele plano que colocaria fim ao seu sofrimento. Após pensar e decidir que o amor do seu coração lhe degradava a vida, ele decide acabar com aquela vida.

Antunes se arruma, após tomar um demorado banho, ele se perfuma e veste o seu melhor terno. Ao sair de casa, cumprimenta com um sorriso no rosto os seus vizinhos. Ele se encaminha para um prédio abandonado na Avenida São João. Do alto do edifício, ele contempla a grandiosidade da metrópole. Parado ali, sentindo o vento seco e frio que soprava contra o seu rosto, o pobre homem começa a refletir sobre o que é a existência e após ver o amargo que há muito lhe havia consumido o calor da vida, ele se joga em direção ao asfalto frio e duro. E antes que o seu corpo se estatele na superfície da cidade, ele abre um estranho sorriso, como que se tivesse descoberto o mistério da vida, da morte e do amor. Naquele momento Antunes era somente uma massa inerte, que iria ocupar a práxis de outros seres conscientes ou inconscientemente amargurados

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 13/06/2013
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