IRMANDADE MESSANAS

Livia era uma moça recatada, cheinha e de poucos amigos, vivia com a mãe, uma senhora muito exigente, que apresentava sintomas de problemas mentais como juntar lixo em casa e mania de perseguição. Ao concluir o ensino médio, sem perspectivas, inicial na universidade de enfermagem, gostava de cuidar das pessoas, e naquela profissão se sentiria util, supunha. Concluiu sofrida, empregos mal remunerados, e uma solidão constantes, não tinha muitos amigos e sua aparência não era atraente, seu rosto cheio, olhos caidos, e um corpo flacido, parecia ter mais de 30 anos, mesmo tendo apenas 23.

Soube da Irmandade de Messanas havia pouco tempo, viviam em reclusão em um bairro afastado, dedicadas à produção artitisca, atividades lúdicas para crianças carentes e outros trabalhos sociais, se interessou pois era internas, viviam em um claustro seguro, e a idéia muito agradava.

Subiu a rua levava à casa das Messanas com pesar, seu corpo era um pouco pesado, as pernas doendo um pouco, foi caminhando lenta, deixando uma roda de suor embaixo do braço e gotículas brilhantes na testa e nariz, bateu o trinco dourado em um estrondoso som, e aguardou. Uma mulher alta, morena, cerca de 30 e poucos anos abriu a porta, esguia, com expressão e traços finos, de inegável beleza a convidou para entrar.

-Boa tarde, posso ajuda-la?

-Gostaria de saber o que é preciso para fazer parte da Irmandade.

A mulher sorriu, não percebeu o sarcasmo, pois observava pinturas ao redor de mulheres guerreiras, molduras douradas, detalhes em madeira, era um local absolutamente exotico, a ansiedade a oprimia.

-O que te faz querer parte... como se chama?

-Livia.

-Livia, o que te fez se interessar?

-Trabalhos sociais, reclusão, não sei bem, gostaria de saber exatamente do que se trata...

-Acompanhe-me então.

Caminharam pelo pátio, duas moças liam distraidas, eram lindas, uma morena e uma clara, altas, esguias, magras. Todas que viam no caminho tinham o mesmo perfil, altas, magras e belas. Ficou se sentindo um inseto repugnante.

Foram até um galpão, era uma quadra coberta, as moças se exercitavam como atletas, com intensidade, corriam, faziam abdominais, aeróbica. Atônita observava aqueles seres belos e se corroía de inferioridade.

-Livia, nós convidamos moças para nossa irmandade, todas são assim, magras, lindas e esse não é seu caso.

Os olhos da mulher se tornaram verdes como sua blusa, e em súbito terror deu um grito, nenhuma das moças sequer pararam o que faziam, segurou firme em seu braço e a arrastou para a parte de tras do galpão. Um comodo pequeno tinha uma cadeira com correias, a prendeu e sentou a seu lado.

-Livia, eu sou uma Succubus, esta irmandade é na verdade um antro da luxuria, a noite homens pagam pequenas fortunas para acessar o harém mais bem preparado para seu prazer. Eu existo desde sempre, escolhendo as mais belas e promiscuas, disciplinando seus desejos tolos, e fazendo delas deusas do sexo...

Olhou em seus olhos, diminuindo um pouco os olhos amendoados, que de um verde tão claro cintilava no escuro.

-Sua gordura localizada na barriga, se chama "inferioridade", acumula sua ansiedade e angustia neste deposito nojento de tecido adiposo que esconde seu tesouro: sua vulva sedenta por ser experimentada e castigada por um membro rijo. Sua virgindade é tão patética! Ninguém valoriza a pureza de algo que deprecia a si mesmo, de que adianta guardar algo que ninguem quer?

Livia sentia medo, tremia, mas as palavras dela parecia escorrer mel, e suas entranhas umedeciam estranhamento, com um tesão sem explicação.

-Você tem exatos 1,73 m, tem olhos belos, cabelos lindos, mas tem gordura de armadura. Não falta beleza, falta desejo. Está presa em uma cadeira, com a vida em "risco" e não teme, não por coragem,mas por não ter nada a perder... Triste isso... Posso te transformar em uma Messalina, digna de Messanas (riu sarcastica, revelando o sentido do nome do lugar) mas terá que deixar esta puta que mora aí dentro se libertar...

O coração disparado, olhos atentos, desejava aquela mulher, pois a pele e o cheiro daquele ser misterioso rescendia luxuria, e soava como loucura!

Soltou as amarras e a deixou livre.

-Pode ir embora correndo, contar a quem quiser,ser taxada como louca além de insossa, ou pode entrar e se tornar uma devassa que domina a arte de ser mulher.

As palavras estavam agarradas na garganta, a dúvida e o temor.

-Quero ficar.

Então naquele momento começou sua jornada de incorporação....

CONTINUA....

T Sophie
Enviado por T Sophie em 16/07/2013
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