Mulheres da noite

Eu não era da noite. Mas estava apenas de passagem numa rua sinistra. Esta rua era muito movimentada até meia noite. Depois disso nem os cães passavam ali. Esperava ver a mulher que habitualmente sempre vira naquela esquina.

Lá estava ela na tal esquina. Escorada em um poste. Era noite, bem tarde. Já beirava 2h da manhã. O sereno caía tão grosso que respirar doía as narinas. Logo um chuvisco começou a cair. A mulher estava imóvel debaixo da luz espectral do poste. Os seus olhos esbugalhados como se tivesse visto uma aberração se aproximava a uma cor amarela. Havia uma bolsa vermelha quase se soltando de seu ombro nu. As roupas curtas muito apertadas delineava seu corpo magro e pálido.

Eu estava ali. Mas nunca para àquilo. Veio um homem de baixa estatura barbudo e muito sujo. Seu cheiro forte exalava a quarteirões. Estava com uma grande mochila nas costas. Ele parou e ficou olhando aos lados como se estivesse sendo seguido. Rapidamente tirou a mochila das costas e a pôs perto da mulher. Abriu-a e retirou um equipamento estranho que mais parecia uma bomba de sucção. Tinha várias mangueiras curtas e uma sendo mais um tubo de material semitransparente. Ele conectou-os a mulher ali mesmo. Eu sem entender nada do que acontecia. Vi e fiquei chocado quando ele ligou a máquina. Aproxime-me quieto para ver melhor. O tubo começou a se mexer e um líquido esverdeado saía da mulher pelo tubo. Depois foi se tornando avermelhado. O homem deu um grito de puro prazer. Mas a mulher mexeu os olhos e saindo lágrimas quis falar alguma coisa. Mas não conseguia por causa do tubo na garganta.

O homem desligou o aparelho e saindo o tubo ela murmurou fraca:

- Não.. Por favor. Eu tenho duas crianças.

Ele a interrompeu e disse:

- Não me conte nada. A escolha é sua. Agora se dane. E deu-lhe as costas e andou pelo escuro da mesma forma que apareceu.

A pele da mulher estava seca e parecia não haver sangue nas veias. Como se algo ou alguma coisa a estivesse matando de pouco a pouco e deixado só a pele e o esqueleto, Como sua face de horror. Minutos depois surgiu do escuro um carro. Este parou bem em frente à mulher. Até que desceram dois homens e a colocou no porta malas. Arrancaram silenciosamente. Não sei quem a levou. Só sei que eram pessoas muito bem vestidas. Fiquei a observar ingênuo e desacreditado no extremo das coisas. Também sei que no outro dia tudo se repetiria com outra mulher enquanto fosse noite...

Geovani Silva
Enviado por Geovani Silva em 05/08/2014
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T4911363
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